domingo, 8 de março de 2015

Esbórnia total, liderada por um sensacional Georges Vernay Coteau du Vernon Condrieu 2011!

Dias atrás fomos à cozinha do Tonzinho para uma noite regada a pratos com frutos do mar. A recomendação era levar brancos, pelo menos, em maioria. Alguns confrades não resistiram e levaram tintos, e é claro, não rejeitamos. Mesmo por quê, não eram quaisquer tintos... Só coisa de primeira! Vamos a eles...

Começarei pelo rei da noite! Apesar de bebermos grandes vinhos, não tinha como este não levar o título. Era um Georges Vernay Coteau du Vernon Condrieu 2011, levado pelo confrade Paulinho. É um super vinho. Não há quem não beba e diga: "Se não for o melhor, é um dos melhores brancos que já bebi"... Aqui no blog vocês podem ler sobre o 2006 e o 2007. E este 2011 não ficou nem um pouco atrás. Aliás, foi uma ótima oportunidade para experimentar um desta linha, um pouco mais novinho. Bem, só para lembrar, o vinhedo Coteau du Vernon possui apenas 2 hectares, de vinhas de 60-80 anos de idade localizadas bem no centro de Condrieu e mantidas de forma orgânica. A maturação do vinho é feito com as borras, em barricas de carvalho (25% novas) por 12-18 meses.  Como era de se esperar, o vinho tinha uma cor mais clara que seus irmãos de 2006 e 2007. Era mais cítrino. Ao nariz mostrava toda a riqueza inerente ao vinho. Notas florais, de pêssego, lima, brioche e minerais. Em boca, um esplendor: Frutado, fresco, amplo, mineral e com um final interminável. A gente ficava olhando para a taça e torcendo para não acabar... Mas ela ia logo, assim como a garrafa. Uma delícia! Soberbo! Isso aí, Paulinho. Matou a Pau-linho!
Bem, mas ainda tinha muito vinho bão... Muito mesmo! rs. A foto a seguir mostra os outros brancos apreciados.
O primeiro da foto, à esquerda, é um ótimo Deux Montille Pouilly Fuissé "Sur Vergisson" 2007, levado pelo Thiago. O vinho é elaborado por Alix de Montille, filha do conhecido Hubert de Montille. O Domaine pratica a agricultura orgânica e biodinâmica. Este Pouilly Fuissé destacou-se pelos aromas de fruta madura (pêssego branco e melão) em meio a notas minerais e um tostadinho de fundo muito gostoso. Em boca mostrava-se amplo, com boa acidez e mineralidade. Delicioso! Par perfeito para os frutos do mar servidos na noite.
O segundo vinho da foto é um Secret de Famille Viognier 2009 de Paul Jaboulet Ainé, levado pelo Paolão. É a segunda vez que ele levou este vinho. Da primeira vez ele estava bem fresco, com otima acidez. Agora, embora mostra-se um nariz mais maduro, falhou em boca. A acidez já não brilhava e o vinho mostrou-se cansado, infelizmente. E deu o azar de ter um Georges Vernay do lado...rs.
No meio da foto o branco que levei, um Ruhlmann Riesling Cuvée Jean-Charles 2012. Um alsaciano que agradou a todos pela leveza, frescor e mineralidade. Mostrava notas de lima e carambola, com uns toques minerais. Não tinha aquele exagero de petróleo bem comum em vários Riesling. Foi um ótimo par para o Ceviche feito pelo Joãozinho. Boa compra!
O último à direita é o vinho levado pelo Rodrigo, um Vincent Prunier Chassagne-Montrachet 2010. Não encontrei muitas informações sobre o produtor. Vi que é relativamente novo, se estabelecendo em 1988. Este Chassagne-Montrachet se mostrou bem verde, ainda jovem. Ao nariz lembrava carambola "de vez", com uns toques cítricos e salinos. Em boca repetia o nariz e se mostrava seco e com final curto. Apesar de agradável, não fez minha cabeça... Pelo menos agora.
E vamos aos tintos? Vejam a foto a seguir com todos bebidos na noite, incluindo brancos e tintos.
A esquerda um ótimo (como sempre) Quinta da Bacalhoa 2010, ofertado pelo Tonzinho e já comentado aqui no blog (clique aqui). Delicioso.
Do lado dele um Belle Glos Clark e Telephone Vineyards 2009, também ofertado pelo Tonzinho. O californiano vem em uma garrafa muito bonita, com a cera vermelha cobrindo todo o gargalo e parte da garrafa. A vinícola é conhecida pelos seus ótimos Pinot Noir. O nome Belle Glos é uma homenagem do enólogo Joseph Wagner à sua avó, Lorna Belle Glos Wagner, co-fundadora da famosa vinícola Caymus (propriedade dos Wagner). Este destacava-se pela explosão de frutas. Parecia que eu estava mordendo uma bala de frutas que meu menino gosta, com acidez e nervosa. Isso se manifestava tanto em nariz quanto em boca. Ele não teve tempo de respirar e tentar amenizar esta característica, que ficou marcante. Eu, que gosto de Pinot no estilo mais delicado, terroso, estranhei.  Este é dos poderosos. Tenho uma garrafa de seu irmão do vinhedo Las Alturas, de 2013, que vai criar teia de aranha na adega antes que eu a abra...
E do lado do Belle Glos, outra garrafa ofertada pelo Tonzinho, e aí sim, um Pinot Noir no estilo que me cativa mais: Bouchard Pére e Fils Pommard Premier Cru 2006. Aromas de cerejas, terrosos e de especiarias. Em boca, amplo e ao mesmo tempo delicado, com boa acidez e um final delicado e terroso. Que delícia! Mataria uma garrafa brincando...
Do lado dele um Chateau La Nerthe Chateauneuf du Pape 2009, levado pelo JP. Bem, este também já pintou por aqui (clique). Então, não gastarei muitas linhas. Vinho frutado, mas sem exageros, sedoso, delicioso. Novo e já apreciável, mas com anos dourados pela frente. 
E vamos em frente... Do lado do Chateauneuf, um ótimo Brunello di Montalcino Capanna 2009, levado pelo Caião. Esse foi uma maldade abrir agora... Novinho, novinho... Mas já mostrava a qualidade do produtor. Eu só achei mais maduro que seu irmão de 2007, que mostrava grande frescor e mineralidade. Precisa de tempo, claro. Também vou guardar o que tenho na adega.
Escoltando o Brunellão, o vinho levado pelo Joãozinho: Cheval des Andes 2010. Bem, o Cheval des Andes é um vinho que sempre frequenta as taças da confraria. Todos gostamos dele. Este, para um 2010, mostrava-se surpreendentemente aberto. Feito com Malbec (50%), Cabernet Sauvignon (30%) e Petit Verdot (20%). A fruta madura se mesclava com toques de chocolate, pimenta do reino e alcaçuz. Em boca era amplo e com final longo e frutado. Gostei do danado, que apesar de ótimo agora, deve evoluir muito bem. Desceu redondinho...rs. 
E para finalizar (ufa!), nada melhor que um Porto 10 Anos de Cristiano Van Zeller, levado por este que vos escreve. Porto macio, sedoso, amendoado, com ótima fruta e um fundinho de tabaco. Perfeito para acompanhar a ótima Mousse de Chocolate do Paulinho (leia-se Dani...rs).
Grande noite, confrades! Comida ótima acompanhada de vinhões.




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