Para começar (muito) bem a semana: Penfolds Grange 1997 - Uma Maravilha!
Dias atrás sentamos Tonzinho, Paulinho e este que vos escreve para beber um grande vinho: Penfolds Grange 1997! Já há algum tempo o Tom queria bebê-lo, e este estava na adega aguardando o momento. Embora atualmente possam ser encontrados vinhos australianos até mais caros que ele, acredito que nenhum ainda alcançou a representatividade que o Grange tem no mundo. O vinho foi feito pela primeira vez pelo enólogo Max Schubert em 1951, aplicando procedimentos franceses e com a pretensão de competir com os melhores vinhos daquele país. Recentemente, um exemplar de 1951 foi adquirido em leilão por cerca de 50.000 doletas. Em 1975 Max Schubert se aposentou e passou o bastão para Don Ditter, que já trabalhava na Penfolds. Ditter ficou até 1986, quando se aposentou e deixou a tarefa para o grande John Duval, que ficou até 2002. Com a saída de Duval, assumiu, e permanece até hoje, Peter Gago, que foi o responsável pela produção do Grange 2008, o primeiro vinho do novo mundo a ganhar 100 pontos de duas das maiores revistas especializadas em vinhos, a Wine Spectator e a Wine Enthusiast. Quem quiser saber um pouco mais e ver um vídeo legal sobre a história do Grange, clique aqui. Bem, mas vamos a este Grange 1997, obra do grande John Duval. O Grange é feito majoritariamente com Shiraz, de diferentes locais (a vinícola diz ser um blend multi-regional) e uma pitadinha pequena de Cabernet Sauvignon. No caso deste 1997 foram utilizadas 96% Shiraz e 4% CS. Como pode ser visto no rótulo, ele faz homenagem ao seu grande criador, Max Schubert, que faleceu em 1994. Não sabíamos o que esperar ao abrir, considerando seus 20 anos. Mas a rolha, perfeita, sem nenhum defeito, já mostrou o excelente estado do vinho, conhecido pela longevidade. A primeira taça já mostrava que uma decantação lhe faria bem. O vinho parecia novo. Nada daqueles Shiraz explosivos, superextraídos, geleiona etc. Cor bonita e aromas finíssimos, florais, de amoras e mirtilos, em meio a chocolate amargo e, com um tempo, um mentolado delicioso e notas de café. Em boca, repetia o nariz e mostrava grande clareza, elegância, frescor e taninos finíssimos. Vinho cheio de camadas. O final era muito longo e muito prazeroso, como esperado. Estou com o gosto dele até hoje no pensamento. Vinho belíssimo! Sem dúvida, um dos melhores que bebi. Justifica a fama, com tranquilidade. Barato, obviamente não é, ainda mais depois do 2008, que faturou o double 100 pontos e inflacionou o danado. Mas melhor um deste, que um monte de zurrapas. Os outros confrades, que não participaram do evento, perderam a oportunidade de beber algo realmente particular. Vinhaço!!!
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Paul, Tonzinho e eu. |
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