Esta reunião da confraria já tem um bom tempo... Mas achei as fotos e quem procura, acha! E quem achou um belo vinho para nos brindar foi o Paulinho, Rei dos Portugueses: Procura 2012! O nome do vinho vem mesmo da procura feita pela produtora, a espanhola Susana Esteban, por vinhas no Alentejo para fazer seus vinhos. E segundo ela, essa procura só terminou em 2011, quando encontrou duas parcelas muitos especiais. A primeira, de Alicante Bouschet, de baixíssima produção, plantada em solos xistosos. A segunda, uma mistura de castas em Portalegre, também de baixa produção, em uma região muito fresca. O Procura 2012 foi feito com Alicante Bouschet (45%) e outras castas (55%). A fermentação foi em inox e a maturação em barricas de carvalho francês 30% novas, por 16 meses. A produção foi pequena, de apenas 5.100 garrafas. É um vinho especial! Cor escura, bonita, brilhante. Aromas de fruta madura, tabaco, chocolate e grafite. Em boca, intensidade e muito frescor, com taninos presentes e muito acertados. O vinho é sedoso, cremoso, com final longo e mineral. Os 14,5% de álcool não se fazem notar. Uma beleza! O melhor da noite, disparado! Vinhão!
O Joãozinho levou um La Vicalanda Reserva 2009. O vinho, riojano das centenárias Bodegas Bilbaínas, é um 100% Tempranillo produzido com uvas cultivadas com manejo sustentável, sem uso de inseticidas. A maturação é feita em barricas novas de carvalho francês Allier, com tostado médio, por 14 meses. Trasfegas são realizadas para dispensar filtração ou colagem. Após engarrafamento, o vinho descansa no mínimo 24 meses em garrafa antes de ir ao mercado. O vinho tem aromas vivos, de cereja, ameixas, casca de laranja, alcaçuz e especiarias, como cravo e canela. Em boca mostra ótima acidez, mas ainda está nervoso, tânico. Talvez se acalmasse com alguma decantação. O fato é que precisa de uns anos para dar uma sossegada. Mas é um vinho com muita estrutura e bom futuro.
O Caião levou um Carmelo Patti Malbec 2007. Deste a turma é fã. Eu prefiro o Cabernet Sauvignon do produtor (e o blend), mas o Malbec também é bom. Tem cor mais clara, cereja, e aromas de framboesas e especiarias doces. Em boca mostra boa acidez, especiarias e taninos redondos. Um toquezinho de couro também é presente. Um bom Malbec de Carmelo Patti, sem exageros doces e diferentes dos padrões "Malbequianos" tradicionais. Bom vinho.
O Tonzinho levou embrulhado um Casillero del Diablo Legendary Collection 2011. O vinho é uma edição especial feito com 90% Cabernet Sauvignon e 10% Carmenére. Passa 14 meses em barricas francesas e americanas. Não teve erro - A turma matou na hora que era um CS chileno. O apimentado não deixava dúvidas. Mas ele não era exagerado. E não é que o vinho era bom? Claro que não era nenhuma Brastemp, mas era bem feito. Aromas de cassis, ameixas, cacau e pimenta do reino. Em boca, repetia o nariz e mostrava taninos finos, em um fundo mineral. Bom vinho. Parece que traz assinatura de jogadores do Manchester. Mas não sei quais...rs.
E para finalizar, um vinho doce, de sobremesa, levado pelo JP: Achaval Ferrer Dolce Malbec 2012. Já vi gente falar bem deste vinho, mas não será o meu caso. Se já tenho restrições a muitos vinhos de mesa feitos com a Malbec, pelo dulçor, imagina um doce prá valer, que tem doce até no nome? Parece que é feito utilizando uma abordagem similar ao ripasso. Bem, pense em algo doce e adoce um pouco mais. É isso! Muito doce para o meu gosto. Aliás, para o gosto de todos os confrades. Ninguém conseguiu beber muito dele. Mas deve ter gente que não ache tanto. Ah, e não é barato o danado.
Isso aí!
Isso aí!
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