domingo, 27 de novembro de 2011

Degustação de vinhos da Qualimpor - Mercearia 3M

João Palhinha com o Quinta dos Murças e Private Selection branco
Ontem participei de uma degustação de vinhos da Qualimpor, organizada pela Mercearia 3M, que comercializa os vinhos desta importadora na cidade de São Carlos. Vou ser breve, pelo tempo. Dos brancos provados, gostei de todos, a começar pelos frescos Crasto e Monte Velho, até os mais encorpados Vinha da Defesa e Esporão Reserva, em sua safra 2010. Este último é sempre bom. Dos tintos, gostei do Esporão Reserva 2008, que já havia tomado no final do ano passado, e que agora já está mais aberto, e do 4 Castas. Este último é feito com Alicante Bouschet, Syrah, Petit Verdot e Alfrocheiro. Um corte que gosto bastante. Vinho bastante complexo, com boa fruta, notas mentoladas e de café com leite. 
Da Quinta do Crasto, destaque para o Crasto Superior 2009, com muita fruta madura (amora), alcaçuz, chocolate e boa mineralidade. Este também é certeza de agradar. Foi um dos preferidos do pessoal.
Pudemos também participar de uma palestra do simpático João Palhinha, que agora reside no Brasil e representa a Qualimpor. Nela, pudemos ouvir sobre e apreciar 4 vinhos de gama superior da Esporão e Crasto. O primeiro foi o Esporão Private Selection Branco 2008, feito majoritariamente com a uva Semillon, mas que contém também Marsanne e  Roussanne. Vinho amarelo ouro, com notas frutadas de pêssego e pêra, em meio a notas da madeira. Em boca, boa acidez e um leve e bem-vindo amargor final. Vinho que deve ser bom par para uma boa posta de bacalhau.
Seguimos com um Roquette e Cazes 2007. É o irmão menor do grande e potente Xisto. Este 2007 é feito com 60% Touriga Nacional, 15% Touriga Franca e 25% Tinta Roriz e foi maturado 18 meses em barricas de carvalho francês (70% novas e 30% de 1 ano). É um vinho muito complexo ao nariz e em boca. Ao nariz, notas de frutas maduras, chocolate, balsâmicas e de alcaçuz. A madeira é bem presente. Em boca, repete o nariz e mostra taninos sedosos. O final é longo e prazeiroso. Muito bom vinho. 
Depois dele, apreciamos o Quinta do Crasto Vinhas Velhas 2009. Como sempre, um vinhão! Este ainda está novinho, novinho, ainda por abrir nos próximos anos. O nariz é rico em amora, kirsch, e chocolate. Em boca, obviamente, os taninos ainda pegam, mas o vinho já pode ser bebido tranquilamente, principalmente acompanhando comida. Mais um belo Vinhas Velhas, para amadurecer bem em adega.
Em seguida, apreciamos aquele que achei o mais interessante de todos, o Quinta dos Murças 2008. É um vinho feito pela Herdade do Esporão, no Douro, com uma mistura de uvas que contém, dentre outras, Tinta Roriz, Tinta Amarela, Tinta Barroca, Tinta Miúda, Touriga Nacional, Touriga Francesa e Sousão. Vinho feito com pisa-a-pé e que estagiou por um ano em barricas de carvalho francês e americano. Possui uma cor escura, aromas frutados e notas de tabaco bem gostosas. Em boca ainda está jovem, fechado, mas mostra grande potencial de envelhecimento. Eu quero experimentar este vinho daqui a alguns anos, pois penso que evoluirá muito bem. 
O último vinho provado foi um Esporão Garrafeira 2008. Aliás, Private Selection 2008... Vinho feito majoritariamente com Alicante Bouschet e Aragonês, e que matura por 18 meses em barricas de carvalho francês. O mais fechado de todos. Precisa de uns bons anos para mostrar suas qualidades, que já sabemos, são muitas. Vamos aguardar.

2 comentários:

  1. Flavio, meu caro, andei meio fora por esses dias, mas sempre continuei por visitar seu site. Abri, na última sexta-feira, um Esporão PS 2007 tinto. Vinhão, dos melhores portugas na sua faixa de preço, principalmente do Alentejo. Ao contrário desse 2008, a madeira já muito bem integrada. Balsâmico, futa muito bem trabalhada. Do mesmo nível do Mouchão, do Cartuxa Reserva, sem dúvidas.

    Aqui, ainda se compra por pouco mais de R$ 150,00. Comprei mais duas garrafas dele.

    Com toda sinceridade, há chilenos ou argentinos, na mesma faixa de preço, com a mesma qualidade dos citados lusitanos?

    Abs.,

    Roberto.

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    1. Caríssimo Roberto,
      Estava mesmo sentindo falta dos comentários do amigo. Bem, quanto à sua indagação, acho que minha resposta deve coincidir com seu pensamento: Na mesma faixa de preço não vejo chileno ou argentino para competir com estes lusitanos que você cita. Pode ter até algum que chegue perto, que também dê prazer e agrade bastante, mas ter a mesma complexidade destes que você cita, é dfícil.
      E por este preço que você ainda encontra aí... dificulta ainda mais.
      Grande abraço,
      Flavio

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