sexta-feira, 13 de julho de 2012

LA RIOJA ALTA GRAN RESERVA 904 1998 liderou uma turma de responsa em mais uma bela noite da Confraria do Ciao!

Mais uma vez, o pessoal da Confraria do Ciao pegou pesado. Para acompanhar os assados do Tom e o Ragu de Cabrito que levei, só belos vinhos. E já que citei no título que a noite foi liderada pelo grande La Rioja Alta Gran Reserva 904  1998, levado pelo amigo JP, começarei por ele. Bem, é um vinho para babar... É produto de primeira linha da tradicional bodega riojana, fundada em 1890. O nome 904 é em homenagem à fusão da Ardanza com La Rioja Alta, que ocorreu em 1904. Ele é uma versão do 890, com menor tempo de amadurecimento. É um corte de 90% Tempranillo e 10% Graciano e que passou 4 anos em barricas, com trasfegas semestrais. O vinho foi engarrafado em 2004 e estava só esperando almas bondosas lhe abrirem... E quando isso foi feito, mostrou todo seu poder. Um vinho finíssimo, aromático, com notas de caixa de charuto, chocolate mentolado, ameixas e cerejas, com aquele fundinho cítrico, de casca de laranja, que tanto gosto. E tudo isso foi ganhando notas especiadas com o tempo. Em boca, acidez perfeita, taninos sedosos e um final que não acabava... Sem dúvida alguma: O Rei da Noite! Um vinhaço! Isso aí JP! Vinho importado pela Zahil.
E ele foi acompanhado de outros excelentes vinhos, que descrevo na ordem da foto. E a lista foi boa.
O Caião levou um Gala 2 2005, de Luigi Bosca. Um corte de Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Merlot. Vinho elegante, frutado, com notas de cassis, amora compotada, florais e toques de pimenta do reino. Em boca é intenso, com taninos redondos e ótima acidez. Ótimo com a carne. Com seus 7 anos de vida estava inteirão e com potencial para outros bons anos pela frente.


O Paulão não ficou atrás: Levou um Trapiche Iscay 2003. O vinho é feito com 50% Merlot e 50% Malbec, pelas mãos de dois enólogos de responsa: Michel Rolland (mestre com a Merlot) e Daniel Pi (enólogo chefe da Trapiche). Aqui já tinhamos um vinho mais maduro e com sinais dos anos. Notas de ameixa madura, cereja, tabaco e uva passa. Muito sedoso em boca, com taninos perfeitamente arredondados pelo tempo. Vinho  muito gostoso! Mais uma mostra de que os Trapiche envelhecem muito bem!
E também bem na foto, nosso amigo Rodrigo, que com toda a modéstia chegou dizendo que trazia um vinho do qual devíamos estar enjoados... rs. Pois é, e ele estava falando de um Quinta do Crasto Vinhas Velhas 2009. Isso por que nossa turma bebe bastante esse vinho... Claro, não somos bobos, nem nada...rs. Esse 2009 eu tinha apreciado recentemente (clique aqui), e é uma beleza. Vinho com notas de kirsch, chocolate e alcaçuz. Em boca, uma delícia! Gostoso e elegante como sempre! Rodrigão, pode levar quantos desses quiser, que não enjôo, pois é um vinhão!
E saltando na foto o La Rioja, passamos para o vinho oferecido pelo Tonzinho, um Rutini Antologia XXVIII 2009. É um vinho feito com uvas de parcelas selecionadas (40% Malbec de Altamira, 40% Malbec de Tupungato, 15% Petit-Verdot de Tupungato e 5% Syrah de Altamira). Este é potente! Muita fruta compotada. Novo mundo típico. Notas de ameixa seca, de violetas, chocolate, café e baunilha (bem presente). Em boca é intenso, amplo, um pouco doce, e com longo potencial de guarda. Agora tá pesadão. Mas é de primeira linha.
E para fechar, eu levei um Tokaji Hetszolo 3 Puttonyos 2000. Esse eu já havia bebido duas garrafas, ambas excelentes (clique aqui). E não é que demos azar com essa terceira? Infelizmente estava longe das duas primeiras. Embora perfeitamente apreciável, estava aquém das outras duas. Tinha um aroma forte de cana-de-açúcar, exagerado, fora do padrão. Não fez muito sucesso... Uma pena... Deve ser uma daquelas garrafas menos agraciadas de uma caixa... Mas isso acontece. Só não tinha visto com Tokaji.
E o Tonzinho abriu um Tarapacá Terroir Late Harvest 2010, feito com Sauvignon Blanc e Gewurztraminer que acompanhou a sobremesa e cobriu perfeitamente a lacuna deixada pelo Tokaji...
Bem, eu estava atrasado com esta postagem e a turma já tava brava... Mas aí está: Mais uma noitada daquelas da Confraria do Ciao!

16 comentários:

  1. Caramba, Flávio! Mataram a pau com o Rioja!
    Lembra que te falei desse Trapiche Iscay? Provei uma safra passada e gostei tb. Agora, tenho um 2006 em casa e olho pra ele toda semana - rsrs. Se o 2003 ainda estava bom, mas já dava sinais do tempo, então vou abrir o meu no próximo ano. O que vc acha?
    Tô tomando um Carmelo Patti Cabernet 2004 nesse momento. Vou comentar amanhã no blog. Sua garrafa tá separada, fique tranquilo.
    Abs.

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    1. Grande Vitor!
      Rapaz, realmente este Rioja estava demais.
      Então, quando o Paolão apareceu com o Iscay lembre de você comentando de que ele era muito bom. Esse seu, da safra 2006, deve estar melhor ainda! Só acho que você não vai aguentar até o ano que vem...rsrs.
      Estou aguardando sua postagem sobre o Carmelo Patti. Obrigado pela minha garrafa! Ah, vou te passar depois um contato de São Paulo que tem o Carmelo, Montchenot e uma lista grande de Argentinos.
      Abraços,
      Flavio

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    2. Grande noite Flavitz,
      Foi uma pena o Tokaji,mas se quiser levar outra na semana que vem só para tirar a má impressão,não vou achar ruim.
      Abs, JP

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    3. Verdade JP! O La Rioja estava demais! Top mesmo! Uma pena o Tokaji. Vou ver como me redimo dessa... Talvez um Chateau Guiraud 2005, ou um outro Sauterninho... Ou quem sabe um Moscatel roxo da década de 90... Ou então um Icewine... Vou ver...rsrsrs.
      Abs,
      Flavitz

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  2. Flavio,
    Mais uma bela degustação, com ótimos vinhos.
    Gostei do tradicional corte do Gala.
    Mas o que mais me chamou a atenção foi o Ragu de Cabrito.
    Tens que considerar a possibilidade de publicar receitas nesse blog.
    Abraço!

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    1. Caríssimo Alexandre,
      Obrigado! Realmente a noite foi boa. Eu também tinha curiosidade para conhecer o Gala 2 justamente pelo corte. E ele é realmente bom.
      Quanto ao Ragu, é algo que gosto de fazer. Vou considerar sua sugestão, de colocar umas receitas. Essa é bem fácil, e combina com tudo quanto é vinho...
      Abraços,
      Flavio

      ps. Desculpe a demora na resposta. Estava em São Paulo no Encontro Mistral.

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  3. Flávio, gostaria de saber se você pode me tirar algumas dúvidas a respeito de alguns Riojas.

    Eu tenho navegado por vários enoblogs, e pedido a opinião de diversas pessoas; quanto mais gente puder opinar, melhor.

    Tenho uma amiga espanhola que está morando no Brasil. Os pais dela vem pra cá em janeiro, e talvez possam me trazer 2 garrafas de vinho. Eu, como bom apaixonado pelos vinhos da Rioja, estou sofrendo com uma dúvida crudelíssima…Quais tintos escolher, afinal? Sempre ouço dizer que existem poucos riojas tradicionais no mercado (já ouvi até que os únicos vinhos REALMENTE clássicos são os Lopez de Heredia)…Mas existem riojas de perfil moderno que também são muito bons…Então, faço as seguintes perguntas:

    1) Se você tivesse que escolher dois, quais vinhos vc escolheria entre Ardanza 2001 (ou 2004, que já saiu na Espanha), Tondonia Reserva 2001, CVNE Imperial Gran Reserva 2004 e CVNE Viña Real Gran Reserva 2004/2005?

    2) Idem ao caso de cima, se tivesse que escolher dois vinhos entre Tondonia GRAN Reserva 1994, La Rioja Alta 904, La Rioja Alta 890 e Castillo Ygay 2001/2004?

    3) Entre os produtores de perfil mais moderno, tem algum que você prefira? Artadi Pagos Viejos, Roda, Remires de Ganuza, Telmo Rodriguez, Contador, Baigorri? Algum outro?

    4) De maneira geral, eu ainda prefiro vinhos tintos a brancos. Mas muita gente diz que os Tondonia brancos ofuscam completamente os Tondonia tintos; que os tintos podem ser até bons, mas que os brancos detonam geral. Você concorda?
    Achei curioso que a Wine Advocate tenha pontuado os Tondonia tintos com notas altíssimas na última avaliação dos Rioja, notas tão altas quanto as dos brancos; isso, de certo modo, vai contra esse senso comum a respeito dos Tondonia; e também vai contra a tendência dos americanos de valorizar os vinhos mais concentrados e encorpadões…

    5) Se a gente for considerar os melhores vinhos espanhóis na faixa de 30 a 60 euros, você escolheria entre um Ribera Del Duero ou um Rioja? (independente de ser um vinho “clássico” ou não) Você acha, por exemplo, que o Imperial Gran Reserva e o La R.A. 904 estão no mesmo nível do Alión, ou do Aalto?

    Me perdoe por tantas perguntas, mas é que eu fico perdido com a vastidão desse universo…

    Obrigado!
    Rubão

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    1. Caríssimo Rubão!
      Muito obrigado pela visita ao blog e pelo comentário, que gostei muito, pois trata de assunto que muito me agrada: Vinhos espanhóis! Bem, vamos lá... Se eu tivesse que escolher entre os que você cita na pergunta 1, ficaria com um CVNE Imperial Gran Reserva. Eu gosto muito dos vinhos CVNE e o Imperial Gran Reserva é demais. Certa vez bateu muitoss vinhos mais caros em uma degustação que fizemos. Caso queira dar um pequeno salto, o Pagos de Viña Real é excelente.
      Bem, quanto à segunda pergunta... Aí você me apertou...rsrs. Eu adoro todos eles. O Tondonia Gran Reserva é um espetáculo. Eu apreciei o 1991, e era um néctar! Se você quiser conhecer o que significa os vinhos de Lopez de Heredia, está ai a chance. O La Rioja Alta que bebi também estava incrível. Um vinho especiado, macio, delicioso. Mas acho que fica um degrauzinho abaixo do Tondonia Gran Reserva. O Castillo Ygay é uma maravilha. Bebi os dois que você cita (2001 e 2004). Ambos excelentes! Uma elegância incrível! De encher a boca. Mas ainda acho que o Tondonia Gran Reserva vai te oferecer mais, principalmente, em se tratando de um Lopez de Heredia. Mas aqui estamos tratando de "cachorros grandes", e qualquer um que você escolher, estará (muito) bem servido.
      Quanto à pergunta 3, eu não conheço os Baigorri. Já apreciei alguns de Telmo Rodriguez em degustações, mas não garrafas completas. Bem, o produtor é um craque. Os vinhos de Remires de Ganuza são sensacionais! Desde o mais simples (inclusive o branco, que é delicioso). Tenho um Reserva 2004 aqui na adega esperando o dia...rs. Assim como um Trasnocho, que bebi em uma degustação da Mistral e é um vinhaço, de encher a boca. Excelente! O Contadorzão eu ainda não bebi, mas o La Viña de Andres Romeo 2005 que bebemos estava uma maravilha! Vinhaço! Quanto aos Pagos Viejos, de Artardi, acho que foi um dos melhores vinhos espanhóis que bebi. É de uma untuosidade incrível. É potente e elegante ao mesmo tempo. Mais uma vez, fico meio indeciso...rs. Da lista, eu só tiraria o Roda, pois não gostei muito. Mas entre Artardi Pagos Viejos, Trasnocho e um La Viña de Andres Romeo eu fecharia os olhos e pegaria qualquer um deles...rsrs. Outros além desses: Dalmau, top de Marques de Murrieta, Pujanza Norte (mais moderno e muito bom), Baron de Chirel (de Riscal), Real de Asúa e Torre Muga.
      Quanto ao item 4, eu adoro os brancos espanhóis, em particular os Tondonia, mas não diria que ofuscam completamente os tintos. É que são tão particulares, que levam a essa impressão. Por outro lado, pode encontrar tintos que "brigam" com os Tondonias, mas brancos, a coisa fica dificil (em se tratando de espanhóis). Eu comprei um Que bonito Cacareaba, de Benjamin Romeo. Dizem que também é sensacional. Bem, os Tondonia brancos são incríveis e devem ser provados. Dia desses bebemos um Corton-Charlemagne, que custava o dobro, e todos foram unânimes: O Tondonia Gran Reserva é melhor... Realmente a Wine Advocate dando notas altíssimas para os Tondonia é surpreendente! E uma luz no fim do túnel! rs. Fico feliz com isso.
      A pergunta 5 também me deixa indeciso. Nessa faixa de preço pode-se encontrar grandes vinhos, em qualquer um dos dois lugares. Eu gosto muito dos Rioja, mas os Ribera são também sensacionais. Confesso que não sou muito fã do Alión (um pecado, não?). Mas todas as vezes que bebi achei ele pesado. O Aalto é incrível. Um vinhaço pelo preço (lá fora, claro...rs). Eu o coloco no mesmo nível do Imperial Gran Reserva e o 904. Mas tem dois que, se você ainda não experimentou, deve experimentar: Pago de Carraovejas e Pago de Capellanes. Para mim, brigam com todos esses que você citou. Os Crianza já são muito bons, e os Reserva, acima da média. São vinhos menos badalados, mas incríveis! Se tiver chance, peça um deles.
      Um grande abraço e volte sempre!
      Flavio

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  4. Flávio, muito obrigado pela sua atenção! Já me ajudou bastante, e de certo modo confirmou uma certa desconfiança que eu já tinha...a de que os Lopez de Heredia realmente estão em outro nível.

    Abraço!
    Rubão

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    1. Caro Rubão,
      É um prazer! Realmente os Lopez de Heredia estão em outro nível (e por incrível que pareça, tem gente que não gosta deles...rs). Uma boa pedida seria uma garrafa do Gran Reserva Tinto, e uma do Gran Reserva Branco. Felicidade pura!
      Abraços,
      Flavio

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  5. Caro Flávio,

    Bebi um 904 (também da safra 1998) há alguns dias atrás e, curiosamente, não apreciei tanto quanto eu previa. Talvez tenha sido aquela velha história...A gente deposita muita expectativa em grandes vinhos; e quando experimenta, acaba se decepcionando.
    De toda forma, o vinho não tinha absolutamente nenhum defeito. Vinho correto mesmo, sem arestas, redondo, macio; realmente tem muita complexidade de aromas e sabores. Mas tem algo na acidez dele que não me agradou (e muitos Riojas tem, de fato, acidez bastante pronunciada; e talvez o meu paladar ainda esteja muito acostumado com os vinhos mendocinos, que tem baixa acidez e taninos mais doces). Ou talvez tenha sido alguma outra coisa que eu não soube identificar (afinal, eu também já bebi outros Riojas que me agradaram mais). Como o vinho é da safra de 1998, acho muito improvável que o problema tenha sido o de abri-lo cedo, pois ele já estava em um bom momento de consumo (apesar de estes vinhos terem fama de serem extremamente longevos, e agüentarem 30, 40 anos, ou até mais).

    Então eu pergunto: Você acha que valeria a pena eu tentar revendê-lo?

    1) Se a resposta for "não", você acha que o vinho pode mudar muito em 4 ou 5 anos (ou mais)? É como eu disse...o vinho já tem 14 anos...Se o meu paladar não se "casou" com ele agora, será que isso pode mudar mais pra frente (eu acho difícil...)?

    2) Se for "sim", você poderia me indicar o contato de alguém que tenha interesse em comprá-lo? Conforme eu disse, o vinho está em perfeito estado. E eu pensei em vendê-lo por 275 reais, que é um preço 25% menor que o da importadora (na Zahil ele é vendido por 368 reais; a economia relativa seria de 93 reais, o que, convenhamos, não é pouco).

    Abraço!
    Rubão

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    1. Caríssimo Rubão!
      Muito obrigado pela visita de sempre e comentário.
      Que pena que o 904 não atingiu suas expectativas. Talvez tenha sido mesmo o negócio da acidez, a qual foi um ponto que achei legal no vinho. Mas é aquele negócio: A percepção varia de pessoa para pessoa. Por isso o mundo do vinho é tão legal! É uma questão mesmo de "encaixe" vinho/paladar.
      Eu, particularmente, pensei na época que ele estaria mais evoluído. Mas não. Ele estava vivão. De qualquer forma, não acredito que ele mudará tanto a ponto de te agradar mais. Pode até ser que, com o tempo, ele fique mais macio e encaixe melhor com seu paladar. Mas fica sempre aquela dúvida. Talvez o melhor então fosse você passar o danado prá frente...rs. O preço que você propõe é muito bom, pois está bem abaixo do que é vendido. Uma alternativa seria também você tentar uma troca com alguém. Na época que bebi, gostei bastante e pedi para um amigo me trazer da espanha. Estou com uma garrafa dele em casa. Senão, pegaria essa sua na hora. Pelo que você me descreve do seu gosto, acho que estará mais a vontade com vinhos de Ribera del Duero, não? E o Tondonia? Você conseguiu pegar algum?
      Grande abraço,
      Flavio

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    2. Os Tondonias eu ainda não tenho. Tenho esperança de que até o fim do ano eu consiga pelo menos uma garrafa.

      Então, eu não saberia dizer se os Ribera del Duero fazem mais o meu gosto...Até porque eu me esqueci de te dar um pequeno detalhe nessa estória: Um dia antes de beber o 904, eu bebi um Viña Real Gran Reserva, da mesma safra (1998). E vou te de dizer que foi um dos melhores vinhos que já bebi até hoje. Achei o Viña Real mais delicado, mais refinado, mais perfumado, mais "gentil" (por falta de um adjetivo melhor...), enfim, mais tudo. Curiosamente, minha mãe também teve a mesma impressão que eu (apesar de ela não ser nenhuma aficionada por vinhos, ela tem muito bom gosto!). E talvez o Viña Real seja, de fato, um vinho mais feminino.
      Mas essas impressões estão na contramão do que dizem o mercado e a crítica especializada. O 904 não só é mais famoso e mais caro, como também tem sido muito mais celebrado pela imprensa (ganhou 95 pts da WA, 95 do Peñin, 93 do Tanzer, e por aí vai...). Enfim, vai entender...

      Então não é bem que eu não goste dos Riojas...Até porque existem vários estilos de Rioja, né. Recentemente, eu até li em algumas fontes que o grupo C.V.N.E. está modernizando a vinícola. Muitos de seus vinhos passaram a utilizar também o carvalho francês novo, além do tradicional americano (os Viña Real e Imperial, nas safras mais recentes, tem usado aprox. 50% de cada; mas a tendência é a proporção do francês ficar cada vez maior). De todo modo, o Viña Real que eu bebi era da safra 98, o que me faz crer que era anterior a essa modernização. Pelo que eu pude sentir, me pareceu um vinho de perfil bem clássico.

      Há algumas semanas atrás eu também bebi o Viña Ardanza 2001, outro vinho baladadíssimo pela imprensa internacional (94 pts do Parker, 93 do Peñin). E de fato é vinho muito bom; eu inclusive gostei mais que o 904 (apesar de estar "abaixo" na hierarquia). De toda forma, está longe de ser este vinho espetacular que a crítica tem alardeado.

      Mas eu vou tentar fazer o que você me sugeriu, então.
      Mais uma vez obrigado!

      Abraço,
      Rubão

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    3. Olá Rubão!

      O 904 que bebi estava muito sedoso. Um vinho sem arestas, redondinho. Talvez você tenha dado azar com a garrafa.
      Eu gosto muito dos vinhos da CVNE. Como você mencionou, são vinhos delicados, refinados. Certa vez um Imperial Gran Reserva 1998 que bebemos agradou mais que muitos vinhos mais caros. No último encontro da Vinci o produtor me disse mesmo que estão modernizando e utilizando barricas francesas. Confesso que eu fico meio preocupado com a dita modernização, nesse caso. Espero que não estejam querendo padronizar seus vinhos. Mas é tudo muito relativo. O Imperial Gran Reserva 1999 já não estava no mesmo nível do 98. Mas é um vinhaço! Mesmo o Reserva já é muito bom. Aliás, a diferença entre ele e o seu irmão maior é bem sutil. Vi um blogueiro espanhol criticando os novos CVNEs... Espero que não seja por causa das mudanças. Mas podemos aproveitar ainda as safras antigas...rs.
      O Ardanza ainda não bebi, mas dizem ser muito bom.
      Bem, mas há muita coisa boa na Espanha. E isso é bom! Tendo chance, experimente Pago de Capellanes e Pago de Carraovejas. Acho que ficará surpreendido.
      Um grande abraço,
      Flavio

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    4. * Correção no penúltimo parágrafo: badaladíssimo

      Pois é, a safra 98 do Viña Real ainda está disponível na Vinci. Quem sabe eu consigo mais uma garrafa. O Imperial é outro que eu preciso conhecer!
      Já li algumas coisas sobre o Capellanes também, vou ver se algum amigo consegue me trazer de fora.

      Abraço!

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    5. Pois é, eu vi lá. Pena que não têm o Imperial Gran Reserva 1998. No entanto, eles têm da grande safra de 2001, que imagino deve estar um "mel"...rs.
      Se encontrar o Capellanes, não pense duas vezes. Do Crianza aos Tops, coisa boa! O mesmo vale para o Carraovejas.
      Abraços,
      Flavio

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