A noite tava fria e a confraria sem a presença de dois confrades. Começamos a noite com um clássico Montes Alpha Syrah 2007, levado por este que vos escreve. Este é sempre certeza de agradar, correto, e dentro dos padrões novo-mundistas. Vinho denso, com aromas compotados, de amora, cereja preta, chocolate, tabaco e um fundo apimentado. A pitadinha de Viognier, ao estilo do Rhone, lhe aporta sutis notas florais. Em boca, repete o nariz e mostra taninos corretos. É um vinho muito gostoso e muito bem feito (embora eu prefira os Syrah chilenos mais minerais).
Seguindo, fomos para um Australiano levado pelo amigo Paolão. Era um Heartland Dolcetto-Lagrein 2007. Vinho Australiano talhado com castas típicas do Piemonte e Alto-Adige, respectivamente. É diferente. Notas de groselha e chocolate amargo, com fundo herbáceo que me incomodou um pouco. A acidez pede pasta com molho vermelho. Não fizemos isso e a avaliação do vinho pode ter sido prejudicada. Eu, particularmente, não o apreciei muito, apesar de gostar das duas castas com que é feito. Bem, mas o Paolão tem saldo positivo.
O JP levou um já comentado aqui no blog: LAN Reserva 2005 (clique aqui). Eu vou repetir exatamente a descrição que fiz da primeira vez que o JP levou este vinho no Ciao: "O vinho parecia mais novo e tinha notas de cereja, casca de laranja, especiarias e herbáceas. Os taninos ainda aparecem e a madeira deixa sua marca no final de boca. É um vinho seco, fresco e gastronômico. Deve ganhar elegância com alguns anos de adega". Ele estava praticamente idêntico ao dessa descrição. O incrível é que o JP, em outra oportunidade, em sua casa, abriu outra garrafa deste vinho e ele estava bem diferente. Melhor, a meu ver (clique aqui). Isso prova que cada garrafa é uma garrafa... Provavelmente essa que gostei mais evoluiu melhor (ou mais rapidamente). Em suma: Bom vinho que ainda aguenta adega.
E para finalizar, o vinho levado pelo Tonzinho, um Amancaya 2009. Este também já apreciamos e comentei aqui (clique). Este vinho é um ótimo custo-benefício das Bodegas Caro (diga-se CAtena e ROthschild). Eu tenho bebido o Amancaya desde seu lançamento, quando ele era mais potente, manchava a taça (e os dentes), com presença marcante da Malbec. Agora, ele pelo menos nesta safra de 2009, ele está mais leve, e a Cabernet aparece mais. O vinho está mais europeu, mais sutil, com notas de cassis e ameixa, leve tostado e um fundinho de alcaçuz. Eu gostei bastante. E vale a nota: A Wine Spectator lhe tascou 78 pontos! E ainda citou que foi avaliado duas vezes, com notas consistentes entre as duas avaliações. Talvez por que o vinho tenha perdido potência e ganhado em elegância. Bem, discordo então duplamente da revista!
E é isso!
Tomzão quase matou a Safra!!! A uva e o País matou de cara!!!RSRSRS
ResponderExcluirSem dúvida! O Tomzão está craquíssimo, e faz tempo!
ExcluirAbração Tonzinho,
Flavitz