Ano após ano o Decanter Wine Show melhora. Esta é a terceira vez que vou e noto claramente um crescimento do evento, que está cada vez mais entre os grandes. Desta vez foi dado foco em vinhos europeus, e isso me agradou demais. Outra coisa que me agradou muito foi o buffet, que estava ótimo: Queijos, folhados, mini-tortas e uma mesa de doces para acompanhar os vinhos doces, o que foi uma ótima idéia!
Bem, e os vinhos?
Dalí fui para a Champagne De Souza. Foram quatro vinhos de excelente qualidade. Desde os primeiros, todos muito bons, mas os dois últimos, deliciosos. O que me chamou muito a atenção foi o mineral Cuvée 3A Grand Cru, que é feito apenas com uvas de 3 vinhedos diferentes especiais, cujos nomes começam com A (Avize -50% Chardonnay, Aÿ -25% Pinot Noir e Ambonnay -25% Pinot Noir).
Passei pelos brancos Eslovenos e confesso que os achei apenas bons. Nada de mais. Além disso, ainda fiquei um tempão esperando o produtor terminar sua conversa ao celular para nos servir. Bem, ele acabou servindo sem interromper sua conversa. Acho que isso me fez sentir o vinho de outra forma, menos entusiasmada. O fato é que, para mim, eles não tem nada de mais e levam chineladas dos brancos de Anselmo Mendes e outros que citarei adiante. Da mesma forma, não me entusiasmei com os vinhos Croatas, que se mostraram muito tânicos. Talvez com uma carne bem gordurosa se dêem bem.
Visitei um estande ali perto para apreciar vinhos do Domaine de Salvard. O Cheverny Le Vieux Clos, sem madeira é muito bom, muito vivo, fresco, com acidez vibrante e pede frutos do mar. Esse até comprei uma garrafinha... Seu irmão maior, apesar se ser bom, tem muita presença de madeira para o meu gosto.
Em frente a este estande estava outro do Loire, o Chateau de Tracy, com 3 bons vinhos brancos. Destaque óbvio para o HD (de Haute Densité), mais estruturado, com bom nariz e mineralidade.
Do lado direito desse estande estavam os vinhos da vinícola portuguesa de Beiras, a Quinta de Foz de Arouce, propriedade dos sogros de João Portugal Ramos, e onde esse, obviamente dá sua grande contribuição. Eu já havia apreciado o Quinta de Foz de Arouce Vinhas Velhas Santa Maria 2005, o top da vinícola, o qual achei excelente (clique aqui). O 2007 estava igualmente bom, mas mais floral e frutado. Bem, mas o que me surpreendeu da vinícola foi o branco Quinta de Foz de Arouche VR Beiras. Inclusive, o Sr. Adolar Hermann estava lá, apreciando os vinhos da Quinta e citou que era um branco excelente, do tipo 8 ou 80. Quando ele disse isso eu já imaginei que iria gostar. E não deu outra! Um vinho diferente, que foge do normal, fresco e mineral. Delicioso! Sou uma anta: Não o inclui na minha compra ao final do evento!
Neste mesmo corredor ainda apreciei vinhos excelentes do Sr. Domingos Alves de Souza. Aqui é felicidade pura: Além dos ótimos vinhos, tem a presença do Sr. Domingos, que é uma pessoa de uma simpatia impressionante. Isso, claro, torna os vinhos ainda mais gostosos. Gostei muito do Reserva Pessoal branco de 2004, que ele servia com orgulho. E com razão: É muito bom! E dos tintos, muitos na lista. Destaque para o Quinta da Gaivosa Vinha de Lordelo 2007 e Quinta da Gaivosa 2005, de primeira.
E como eu estava do lado, não pude deixar de apreciar os vinhos do Domaine Antonie Guyon. Seus borgonhas de entrada já são acima da média. No entanto, gostei muito do rico Gevrey-Chambertin e do Volnay, amplos e minerais. Fiquei imaginando um Magret de Pato para acompanhar...
Seguindo em frente, passei pelo estande da vinícola grega Sigalas. Alí experimentei 3 vinhos, que gostei bastante. O branco Assyrtico Barrel Santorini 2009, muito fresco e aromático, com madeira na medida certa,sem sobrepujar a fruta, e o tinto top da vinícola, o Mavrotragano Santorini 2009, tinto sedoso e muito elegante (entre os melhores). Além disso, apreciei o VinSanto, para o qual busquei um pedaço de queijo azul para acompanhar. Muito bom, com ótima densidade, embora a meu ver, careça de um pouco mais de acidez para contrabalancear a doçura.
Voltando aos franceses, destaque absoluto para o Chateauneuf du Pape La Gardine, tanto o branco quanto os tintos. Aliás, o Chateauneuf du Pape Cuvée des Génerations 2006 foi para mim um dos melhores vinhos do evento. Uma harmonia incrível! Vale ressaltar também o entusiasmo e simpatia da representante da vinícola, que por ter morado no Brasil, falava bem o português.
Dos franceses gostei ainda dos vinhos de Paul Mas (ótimo preço e qualidade!), principalmente o Clos des Mures 2010. De Jean Luc Colombo gostei do Cornas Terres Brullées 2007 (mas todos eram bons).
E mudando para os espanhóis, seria desnecessário elogiar os vinhos de Arzuaga Navarro. O Pago Florentino, que é dos mais baratos da vinícola, é muito bom. E os tops? Aí o negócio pega. Gostei muito do novo Amaya Arzuaga 2007, cujo nome é homenagem à famosa estilista Amaya, irmã de Ignácio Arzuaga Navarro, e do Gran Reserva 2001, que é sedosidade pura.
Já o espanhol Hiru 3 Rácimos 2006, de Luis Cañas, é potência pura e deve envelhecer muito bem. Mas agora ainda está pegando. Se for bebê-lo, decante por boas horas.
Da Itália, claro que não poderia deixar de citar os Brunellos Caprili, principalmente o Riserva 2004, que está excelente! Ainda de Caprili, um ótimo vinho de sobremesa feito com a uva Moscadello.
E para finalizar meus destaques, portugueses de primeiríssima: Júlio Bastos! Gostei da maioria, mas o D. Maria Reserva 2006 estava delicioso, enquanto o Júlio Bastos 2004, top da vinícola, feito com Alicante Bouschet, é de uma estrutura incrível! Vinho para se mastigar, com muitos e muitos anos de bela evolução pela frente. Um dos melhores do evento, sem dúvida! Como eu gostaria de apreciar este vinho daqui a uns 5 anos. Com certeza estará maravilhoso! [ver aqui apreciação posterior que fiz do D.Maria Reserva 2006)
E para finalizar meus destaques, portugueses de primeiríssima: Júlio Bastos! Gostei da maioria, mas o D. Maria Reserva 2006 estava delicioso, enquanto o Júlio Bastos 2004, top da vinícola, feito com Alicante Bouschet, é de uma estrutura incrível! Vinho para se mastigar, com muitos e muitos anos de bela evolução pela frente. Um dos melhores do evento, sem dúvida! Como eu gostaria de apreciar este vinho daqui a uns 5 anos. Com certeza estará maravilhoso! [ver aqui apreciação posterior que fiz do D.Maria Reserva 2006)
Bem legal, Flávio!
ResponderExcluirSeu post me dá um certo conforto, pq vejo que consegui provar boa parte dos tops.
Agora é aguardar pelo Encontro da Mistral, que tb vai bombar!
Abs.
Obrigado Vitor! Que bom que também conseguiu apreciar esses vinhos! Eu queria ter provado mais dos alemães, mas não deu tempo*. Então, acho que irei mesmo no dia 16 ao Encontro Mistral. Não consegui transferir compromissos para ir no dia 17. Uma pena. Você encontrará meus confrades João Paulo, Tom e Caio lá. Quem sabe batem um papo!
ExcluirAbraços,
Flavio
ps. *Também dancei nos Barolos de Pio Cesare...rs
Fala Flavio,
ResponderExcluirPena que por problemas particularer não pude ir a essa feira que considero a melhor que ocorre no país.
Parabéns pelo relato.
Estamos te aguardando esse ano aqui na Vinum Brasilis (15 e 16 de Agosto). Faz uma força para vir esse ano.
Abraço
Grande Eugênio!
ExcluirQue pena que não deu para você ir. Por diversas vezes pensei: Esse aqui o amigo Eugênio ia gostar! Tenho certeza de que você gostaria muito do Curtimenta e do branco do Quinta de Foz de Arouce. Vinhos distintos! Bem, mas outras oportunidades virão.
Vou fazer o possivel para não furar este ano na Vinum Brasilis. Estou devendo a visita faz tempo!
Grande abraço,
Flavio
Beleza Flavio estaremos aguardando! Tenta vir para os 2 dias chegando na quarta pela manhã e indo na sexta pela manhã, pois sempre fazemos uns almoços e uns jantares com coisas especiais e te incluirei neles. Almoço e jantar do dia 15 e 16 e no dia 17 cedo você volta. O que acha?
ResponderExcluirAbraço