sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

BERINGER Cabernet Sauvignon Knights Valley 2009: Um americano muito bom!

Devo confessar que ainda não tive grandes surpresas positivas com vinhos americanos. Também não bebi muito deles, comparado com os espanhóis e portugueses, por exemplo. Assim, sendo um cientista, devo saber que amostragem pequena não gera resultados confiáveis. Mas recentemente apreciei alguns  vinhos americanos que me deixaram felizes, e que serão motivos de futuras (espero breves) postagens. Mas voltando ao vinho do título, do qual abri uma garrafa recentemente, o Beringer Cabernet Sauvignon Knights Valley 2009, devo adiantar que é um belo vinho, que me agradou bastante. A vinícola é muito antiga, do século XIX e como bom empreendimento americano, possui uma excelente estrutura de turismo em sua base no Napa Valley. Quem visitar o seu site verá isso. No entanto, senti falta das fichas técnicas mais detalhadas de cada vinho, por safra. A vinícola produz uma ampla gama de vinhos, dentre os quais, esse Cabernet Sauvignon citado. Um esclarecimento: Esse vinho que descrevo não foi aquele que faturou o oitavo lugar na lista dos Top 100 da Wine Spectator em 2012. Aquele é o Reserva, que custa perto do dobro desse vinho que descrevo (que já não é lá muito barato... Poderia chegar a um preço mais acessivel). Pelo que eu saiba, a importadora ainda não tem o Reserva 2009 em estoque. Mas é legal conhecer o irmão menor antes de ser apresentado ao Reserva. E pelo que ele mostrou, o Reserva deve ser excelente (bem, isso nem sempre é verdade). Mas vamos ao vinho. Ele é feito com uvas provenientes de do vinhedo Kinghts Valley, em Sonoma County, a cerca de 25 km da base da vinícola (que é a maior possuidora de terras na denominação). Embora apenas a Cabernet Sauvignon seja citada, há uma pitadinha de outras uvas (menos de 10%). O vinho matura em pequenas barricas francesas (parte delas novas) por 15 meses. Ao nariz mostra notas muito agradáveis de frutas maduras (sem exagero), como cereja preta, cassis e ameixa, em meio a alcaçuz e café com leite. É bem diferente de exemplares chilenos. Talvez lembre uma versão mais light de um Manso de Velasco (que não tem exageros de mentol e eucaliptol). Em boca mostra bom corpo, boa acidez e taninos muito sedosos. Aliás, é uma característica marcante do vinho: Sedosidade! Realmente, muito elegante e agradável de beber. E sem ser doce, enjoativo, devido a excesso de extração. O final deixa um gostinho de café com leite gostoso. Olha, por esse exemplar dá para imaginar que o Reserva é coisa de primeira. Eu já fiquei bem contente com esse. A propósito, o vinho é importado pela World Wine

6 comentários:

  1. Flavio, para mim vinho norte-americano é pinot noir e daqueles com baixa extração, delicado, amargo e terroso. Os que vou te relacionar infelizmente não estão à venda no Brasil mas Eyrie Vineyards (South Block é o top mas foi descontinuado, se achar compre tudo que puder) é o mais próximo de Borgonha que já tomei; Beaux Fréres, Evening Land Gold Label, Williams e Selyem, Arnot-Roberts... Todos pinots; são o que me emocionam. OpusOne, Insignia, Dominus, Sine Qua Non e todos os que tentam copiar Bordeaux e/ou agradar Parker com muita extração/taninos marcados e adocicados, alcool evidente, quase Porto e negros, você pode até não acreditar, mas não tenho vontade alguma de tomar quanto mais de comprar. Com o preço de uma garrafa dessas compro de 03 a 05 que me deixam nas nuvens. Esse Beringer eu não conheço mas creio piamente na sua descrição, principalmente quando diz que na baixa presença de mentol e eucalipto. Apesar de ter preferência pelos pinots EUA, também já tive surpresa com o CLARET do Copolla (Cab. Sauvignon) que foge totalmente dos padrões que me desagradam, pena custar por volta de 150 reais quando no Wallmart de lá sai por 14 dólares.

    Abraço, Feliz Ano Novo e desculpe a amolação.

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    1. Grande Eugênio!
      Já estava sentindo falta de seus comentários! Rapaz, de ler sua descrição do Pinot já me dá vontade. É desse tipo que gosto também. Mas ainda não tomei um americano com a descrição que você passa. Tentarei encontrar alguma de suas dicas. Valeu! Quanto aos outros que você cita, tomei apenas o Insignia, na semana passada (postarei logo). É potência pura! É claro que a gente faz um esforço e toma, sem reclamar...rs. Mas eu concordo que, pelo preço, compraria uns 3 borgonhas que também me deixariam mais feliz. Ou alguns Tondonias... Aliás, você verá na postagem que, para mim, ele levou umas palmadas de um Giorgio Primo 2007. O negócio dos bons (e caros) vinhos americanos é que agradam (são feitos para isso...rs), mas não emocionam muito, como você citou. Esse Beringer, da postagem, é bom, correto, lisinho, fácil de beber... Tem muita qualidade. Mas realmente não se enquadra naquele tipo que emocione.
      Abração e Feliz Ano Novo para você também!
      Flavio
      ps. Ah, seus comentários são sempre bem-vindos!

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  2. Flávio,
    Como sou brasileiro e não desisto nunca, farei outra investida nos americanos. Caçarei alguns na próxima semana, levando sua dica e a relação que o Eugênio deixou. Vejamos se terei sorte.
    E te mandei um e-mail sobre dicas na Argentina.
    Abs.

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    1. Isso ai, Vitor! Isso que é bom no mundo do vinho. Uma hora achamos um vinho americano que nos fará a cabeça (dentre os milhares que eles têm...rs).
      Aguardo então seu e-mail. Valeu!
      Abraços,
      Flavio

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  3. Flavin, já li muito bem sobre o produtor, e não sabia que esses vinhos chegavam aqui. A pergunta é: pelo preço, encara um Valado ou um Crasto Vinhas Velhas?
    Bom ano,
    Carlão

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    1. Carlão, são coisas bem diferentes. Qualidade ele tem. É muito redondo o vinho. Tenho outra garrafa lá e um dia bebemos juntos para você ver... Mas te confesso: Se colocar do lado do Field Blend ou Touriga do Vallado, ou do Crasto Vinhas Velhas, nem penso - Pego os portugas!!! rsrs.
      Abração,
      Flavio

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