quarta-feira, 25 de março de 2015

Côtto Grande Escolha 2011: Que maravilha de duriense!

Ontem à noite o meu amigo Paolão me ligou e perguntou se eu estava a fim de abrir uma garrafa e apreciar um macarrão em sua casa. O convite veio em ótima hora! Sabe aqueles dias que parecem noite? Que tem enchem a paciência no trabalho até você não aguentar mais? Pois é... Era um dia assim que eu havia "desfrutado"... E nada melhor que um bom vinho para relaxar. Abri a adega e peguei um Côtto Grande Escolha 2011, que havia rachado com o Paolão para apreciarmos juntos. Imaginei que um vinho meia-boca não surtiria o efeito relaxante que eu esperava e parti para um grande. E foi na mosca! A centenária Quinta do Côtto produz este seu vinho top com Touriga Nacional, Tinta Roriz (ambas predominantes), Touriga Franca e Sousão. O vinho só é produzido em safras excepcionais. A maturação é feita em barricas de 225 litros de carvalho português de tosta média. É um vinho superlativo! Sua cor, rubi escura, é muito bonita, límpida, e os aromas muito ricos. Possui notas florais e de frutas como cereja preta e framboesa, em meio a especiarias e um tostado de fundo. Em boca, repete o nariz e mostra frescor e muita elegância. Vinho de grande clareza. Em se tratando de um vinho jovem, os taninos ainda se mostram, mas estão impressionantemente redondos. O final é muito longo e especiado. Uma maravilha de vinho! Está novo? Claro. Mas eu não estou nem aí. Aliás, vejam um pensamento escrito pelo produtor, Miguel Champalimaud: "Um vinho não é bom porque é caro. Um vinho não é bom porque é velho". Concordo plenamente! Bem, o vinho não é lá muito barato. Mas vale cada centavo. Quanto à idade, o danado, da maravilhosa safra de 2011, pode ser guardado por muitos anos na adega. Mas esta garrafa em especial, só será guardada em nossa memória. E diga-se de passagem, muito bem guardada. Vinhaço!

8 comentários:

  1. Grande Flávio,
    Vinhaço. Tive o prazer de tomar a safra 2001 em dezembro de 2012. Foi escolhido para a ceia de Natal e que maravilha!
    Entretanto guiado pela experiência com o Grande Escolha, fui atrás do Quinta do Cotto básico e me decepcionei, não me agradou e ao compará-lo com o Meandro a decepção ficou maior.
    Mas o Grande Escolha está na minha memória e espero poder bebê-lo novamente em breve.
    Abraços,
    Márcio

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    1. Grande Márcio!
      Rapaz, eu fiquei namorando o danado da safra 2001 e acabei não pegando. Hoje me arrependo.. rs. Vendo como está o 2011 hoje, fico imaginando como estará em alguns anos, e assim, imaginar como estava este 2001 que você bebeu.
      Uma pena que o Quinta do Côtto básico não acompanhe a qualidade de seu irmão Grande Escolha. Geralmente os mais básicos já dão uma boa idëia de como são os irmãos maiores, né? O Meandro, citado por você, é um bom exemplo disso, sendo uma bela entrada para o grande Meão. Um que também abre bem as portas para um irmão maior é o Quinta de Foz de Arouce, cujo vinho de entrada é muito bom.
      Abraços,
      Flávio

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  2. Boa noite Flávio, tenho uma sugestão para você avaliar: Gravas de Maipo de Concha y Toro, tomei um syrah 2008 espetacular, um pouco caro, aqui no Panamá custa USD 130.00 não sei aí no Brasil, mas vale cada centavo.

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    1. Boa noite, Marcelo!
      Obrigado pela visita, comentário e sugestão. Eu ainda não conheço o Gravas de Maipo, mas imagino que deve ser um grande vinho. Os Syrah chilenos têm melhorado a cada ano. É realmente um vinho caro. No Chile, costuma ser ainda mais.
      Aqui no Brasil há um local onde se pode adquirí-lo por cerca de 150 dólares. Mas no geral, está quase 200.
      Abraços,
      Flávio

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  3. Flavio, meu caro, beleza de duriense.

    É das vinícolas mais tradicionais de lá. Para meu desgosto, todavia, defensor que sou da tradição, optou, na terra da cortiça, pelas tampas de rosca. Mas, no fundo, isso é um detalhe.

    Provei, ano passado, lá em Portugal, um 2000. Estava no auge.

    Abs.,

    Roberto.

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    1. Oi Roberto,
      Mas eles estão usando screw caps até para o Grande Escolha? Olha, eu também sou meio tradicional quanto a isso. Mas as que odeio mesmo são aquelas de plástico... Quando tiro a cápsula e vejo aquilo, perco a vontade de beber o vinho.
      Abraços,
      Flávio

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    2. Flavio,

      Pelo que me consta sim. Cheguei a ver no Aeroporto de Lisboa. Eles são fazem dois vinhos tintos: o comum e esse Grande Escolha.

      Tenho verdadeiro horror também daquelas rolhas sintéticas. Deploráveis. Os franceses costumam muito utilizar. Também não gosto das rolhas de cortiça prensadas e coladas, bem comuns em vinhos mais simples.

      P.S. Meu pai está nos EUA, ele viu um Insignia por 158 dólares, vale a pena? Tens algumas outras dicas?

      Abs.,

      Roberto.

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    3. Oi Roberto,
      Que pena esta quebra de tradição da Quinta do Côtto. Principalmente em se tratando de uma vinícola portuguesa. O país da cortiça não deveria nunca ter vinhos fechados com outra coisa.
      Então, quanto ao Insignia, te confesso que bebi uma vez apenas (o 2007). Gostei, mas achei mais um vinho americano no estilão bordalês. Mas o preço que você menciona está bom. Dos EUA eu prefiro ir atrás de vinhos do Oregon, principalmente os Pinot Noir (embora tenham bons brancos também). Os Syrah de Washington também são grandes (Reinvaan, Cayuse, Charles Smith...etc). A safra 2012 foi maravilhosa e produziu grandes vinhos.
      Grande abraço,
      Flávio

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