Em plena Copa América estávamos na região central do Chile, mais especificamente, em Talca, capital do Maule. Obviamente, nos intervalos das atividades laborais, sobrava sempre um tempinho para apreciar a comida e os vinhos chilenos, claro. O clima era de festa e parece que os chilenos já previam que ganharíam o campeonato. Sentia-se isso por todos os lados. Eu não bebi vinhos tops. Isso porque já conheço muitos deles e principalmente, porque são muito caros em seu país. É só comparar para ver que paga-se mais caro lá que os preços altos que pagamos aqui. Eu fico então nos vinhos base e quando dá, tento conhecer coisas novas. Para acompanhar o almoço no ótimo restaurante de Miguel Torres, em Curicó, a alguns minutos de Talca, elegemos um Cordillera Cabernet Sauvignon 2010, que estava muito fresco e tinha ótima intensidade. Aliás, eu gostei dos vinhos chilenos de 2010, que mostraram frescor e sem exagero de madeira. Esse Cordilleira veio em minha mala por bons 40 Reais. O vinho foi servido de maneira corretíssima e acompanhou muito bem a costela assada com primor. Aliás, quem passar na região tem que visitar o restaurante. O lugar é bonito, agradável, o serviço impecável e a comida ótima.
O casal Alleydis e Ariel, queridos amigos, e o amigo Anderson, fazendo companhia no Miguel Torres |
No restaurante do hotel arriscamos um vinho de San Clemente, alí pertinho de Talca, em direção aos Andes. Era um Sello de Raza Gran Reserva Carmenére 2013, da vinícola Corral Victoria. E este não agradou. Era muito potente e tinha muita madeira! Os 14 meses em barricas novas deixaram marcas. Suplantava tudo, até mesmo aquele herbáceo típico da Carmenére. Era novo, e talvez o tempo lhe ajude, mas agora, era como mastigar uma lasca madeira recém cortada. Não dá!
E no dia em que o Chile ganhou do Uruguai (com direito à polêmica e tudo mais), mandamos ver em 3 botellas de um mesmo produtor, que me agradou bastante. E vi que podem ser encontrados no Brasil.
O primeiro era um Hugo Casanova Antaño Carmenére 2012, o segundo um Hugo Casanova Antaño Cabernet Sauvignon 2013 e o último um Hugo Casanova Antaño Merlot 2013. Todos vinhos muito corretos e macios. A qualidade aumentou na sequência. Nenhum deles tinha superextração e o Carmenére não tinha aquele exagero herbáceo tão comum, mostrando boa fruta e taninos muito redondos. O Cabernet Sauvignon estava ainda melhor, com mais presença, e também muito macio. O melhor deles era o Merlot, que mostrava fruta em meio a um toque mineral, de couro e um fundinho de pimenta-do-reino que em vez de incomodar, dava um charme ao conjunto. Não estou falando de vinhos grandiosos. Estou falando de vinhos corretos, sem exageros de madeira e álcool, e que têm preço justo. Eu fiquei atraído a conhecer os melhores da casa. No Brasil são encontrados na Vinho Site, de BH.
Isso aí!
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