quarta-feira, 21 de março de 2018

Dulcamara 2011: Ótimo vinho da italiana I Giusti e Zanza!

Há tempos bebemos o Dulcamara 2006, vinho da vinícola Toscana I Giusti e Zanza. O vinho fez bonito em uma reunião da confraria. Mas este Dulcamara 2011 não ficou atrás, apesar da safra não ser tão boa quanto a de 2006. A vinícola é relativamente nova, criada em 1996, e fica em Fauglia, ao sul de Pisa perto de Livorno, a leste. A vinícola pratica agricultura orgânica e biodinâmica em seus 17 hectares de vinhedos, de baixo rendimento (0,6 kilos por planta). O Dulcamara é o seu vinho top, e geralmente é composto majoritariamente por Cabernet Sauvignon e quantidades menores de Cabernet Franc, Merlot e Petit Verdot. A maturação deste 2011 foi feita em barricas francesas de 300 litros, de média tosta, por 18 meses. O vinho tem cor escura e aromas de amoras, cassis e cereja preta, em meio a tabaco, alcaçuz e notas tostadas. Em boca, repete o nariz e mostra boa acidez. Os taninos já estão devidamente arredondados. O final é médio e com notas de especiarias doces e tosta. Muito sedoso e com ótima presença em boca. Lembra Bordeaux. Tem gente que torce o nariz para vinhos feitos com castas francesas na Itália, mas o fato é que o vinho é muito bom. 
Comprei este vinho a um ótimo preço na Mercearia 3M, do nosso amigo Idinir.



2 comentários:

  1. Boa tarde, Flávio. O amigo tocou em um ponto que acredito merecer uma reflexão de todos os enófilos, ou seja, a produção de vinhos com uvas internacionais (francesas) em terras onde há uvas autóctones. Não quero contestar aquelas que criticam a prática, mas acredito haver certo exagero por parte de alguns nesse ponto. Claro que a história e a cultura merecem respeito e não devem jamais serem abandonadas, mas não vejo vinhos produzidos com uvas internacionais como vinhos dispensáveis, muito menos que não deveriam existir. Cada “terroir” agrega características diferentes ao vinho, nunca sendo meras cópias, mesmo quando utilizadas as mesmas uvas. Qualidade (ou falta dela) dependerá apenas do produtor e não do país de origem da casta. Podem ser citados ótimos exemplos de uvas que se adaptaram muito bem a locais diferentes da origem, talvez, para o ponto que coloco, o melhor seja a alicante bouschet que encontrou lar no Alentejo e ajudou a projetar aquela região, mesmo se tratando de uma uva derivada de um cruzamento provocado, pois a questão que coloco é a possibilidade de introduzir uma uva não autóctone em determinada região. Em conclusão, quanto mais vinho bom e bem feito por aí, melhor, independentemente da(s) casta(s). Forte abraço.

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  2. Oi Felipe! Boa tarde!
    Ótimas colocações! Eu, particularmente, não me importo muito com isso. Como você disse, o produto final depende de outras tantas características, que "apenas" a uva. E se é bom, por que não beber? Eu aprecio muito vinhos feitos com a Merlot na Itália. Como não gostar dos Syrah portugueses, como o Incógnito ou Quinta do Monte D'oiro? Por outro lado, eu fico meio chateado quando vejo tintos da Bairrada sem a Baga...rs. Bem, o assunto é controverso, mas a sua conclusão é perfeita: "Quanto mais vinho bom e bem feito por aí, melhor"!
    Grande abraço!
    Flavio

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