Dêem uma olhada na foto abaixo. Essa noite não foi brincadeira. E teve história. O JP sugeriu à turma adiantar nossa reunião para uma quarta, em vez de quinta. Eu iria acompanhá-lo, visto que também tinha impedimento na quinta. No entanto, todos foram, menos o Caio, que não podia ir na quarta e ficou cuspindo fogo. Magoou, tadinho... Também, perder os vinhos abaixo é para deixar qualquer um uma arara.
Noite de vinhos italianos na confraria. Tem um "abelhudo" no meio dos italianões. Coincidentemente, dois confrades levaram o mesmo vinho (ver as duas garrafas iguais do Barolão, à direita). |
O Paulinho pegou pesadíssimo, levando um Brunello di Montalcino Casanova di Neri Cerretalto 2004. Lembro que ele me enviou uma mensagem com uma foto, pedindo que eu escolhesse o vinho para ele levar. E não foi fácil escolher, pois eram todos grandes vinhos. Mas fiz uma bela escolha...rs. O Cerretalto, top da vinícola Toscana, coleciona altas notas da crítica especializada, inclusive, várias notas 100! Este 2004, por exemplo, levou 99 do Mr. Parker e 98 pontos da Wine Spectator. O vinho é grandioso! Aromas de cerejas, amoras, chá, tabaco e tostado. Em boca, belíssima acidez e taninos imponentes. Vinho cheio de camadas! Rico e cheio de classe, harmonioso, untuoso e ao mesmo tempo, muito elegante. O final, interminável, com notas minerais e achocolatadas... Vinhaço! Valeu, Paul!
Eu levei um Brancaia Il Blu 2007, que também fez (muito) bonito na noite. Gosto muito dos vinhos deste produtor. O Il Blu é um vinho top da vinícola. Este 2007 foi feito com Sangiovese (50%), Merlot (45%) e Cabernet Sauvignon. A maturação realizada por 20 meses em barricas. Se eu puder resumir este vinhos em poucas palavras, eu diria "maciez e elegância"! Incrível a sua harmonia. Ao nariz mostrava notas de cereja e amoras, em meio a especiarias, tabaco e chocolate. Em boca, bela acidez e taninos super sedosos! Elegância pura! E excelente complexidade... O final era longo e com notas achocolatadas. Uma delícia! Lembro-me que o Rodrigo gostou muito do danado (e eu também!). O Gambero Rosso lhe mandou 3 Bicchieri, o Duemilavini 5 cachos, Mr. Parker e WS 94 pontos e o Luca Maroni, que costuma distribuir notas perto de 100 pontos para muitos vinhos italianos, lhe outorgou pobres 85 pontos! Ou ele estava resfriado no dia, ou pegou uma garrafa ruim. Só pode...rs.
Tonzinho e Rodrigo chegaram, coincidentemente, com vinhos iguais! E não era um vinho comum. Poucas vezes aconteceu isso em nossa confraria, ainda mais com um vinho que não é facilmente encontrado no mercado. Bem, mandamos ver na garrafa do Rodrigo e o Tonzinho guardou o dele para um aniversário meu, que o bebi tranquilamente durante uma semana, apreciando uma taça por dia. E ficando muito feliz... Era um Barolo Il Zoccolaio Ravera 2005. Il Zoccolaio é o nome de um vilarejo que fica dentro de Bricco de Barolo. A vinícola possui 23 hectares de vinhedos, sendo 11 de Nebbiolo. Este Barolo, do Cru Ravera, é afinado por 36 meses em cascos de carvalho. É um Barolo de cor mais escura e estilo mais moderno. Tinha aromas de fruta madura, uva passa, tabaco e especiarias, em um fundo de chocolate amargo. Em boca era maduro, concentrado, em um estilo moderno e mais pronto para beber. A fruta madura, concentrada, dava o tom. Os taninos eram maduros, já redondos, e o final muito longo e com notas de chocolate amargo. É um estilo distinto de Barolo, menos mineral e sem aquelas notas de florais, mas que me agradou bastante. Muito gostoso!
E para uma comparação didática com o Barolo anterior, mas sem saber, claro, o Paolão levou este Barolo Vietti Castiglione 2004. Este, já fica no time dos Barolo tradicionais. Cor mais clara e aromas de pétalas de rosas, amoras e terrosas. Em boca, ótima acidez, mineralidade e taninos finos. Final longo e especiado. Um outro estilo de Barolo, mais fiel às tradições. Pede comida! Não foi o melhor Vietti Castiglione que bebi, mas estava muito bom.
E o JP fechou a noite com um Brunello da família Antinori, e de uma grande safra: Brunello di Montalcino Pian delle Vigne 2001. Aromas de cereja, tabaco, chá e especiarias. Em boca, boa acidez e taninos finos. Apesar de bom, eu esperava mais deste Brunello, ainda mais considerando a safra. Eu achei o danado linear, unidimensional. Depois, lendo algumas opiniões sobre ele, vi impressões coincidentes. E nesta noite, ele teve um adversário peso-pesado, mostrado acima.
Bem, como podem ver, não falei sobre um vinho da primeira foto. Na verdade, foi de propósito. Era um vinho australiano levado pelo Thiago. Como a noite era italiana, e o vinho não agradou muito, resolvi deixar o danado de lado...rs.
Tonzinho e Rodrigo chegaram, coincidentemente, com vinhos iguais! E não era um vinho comum. Poucas vezes aconteceu isso em nossa confraria, ainda mais com um vinho que não é facilmente encontrado no mercado. Bem, mandamos ver na garrafa do Rodrigo e o Tonzinho guardou o dele para um aniversário meu, que o bebi tranquilamente durante uma semana, apreciando uma taça por dia. E ficando muito feliz... Era um Barolo Il Zoccolaio Ravera 2005. Il Zoccolaio é o nome de um vilarejo que fica dentro de Bricco de Barolo. A vinícola possui 23 hectares de vinhedos, sendo 11 de Nebbiolo. Este Barolo, do Cru Ravera, é afinado por 36 meses em cascos de carvalho. É um Barolo de cor mais escura e estilo mais moderno. Tinha aromas de fruta madura, uva passa, tabaco e especiarias, em um fundo de chocolate amargo. Em boca era maduro, concentrado, em um estilo moderno e mais pronto para beber. A fruta madura, concentrada, dava o tom. Os taninos eram maduros, já redondos, e o final muito longo e com notas de chocolate amargo. É um estilo distinto de Barolo, menos mineral e sem aquelas notas de florais, mas que me agradou bastante. Muito gostoso!
E para uma comparação didática com o Barolo anterior, mas sem saber, claro, o Paolão levou este Barolo Vietti Castiglione 2004. Este, já fica no time dos Barolo tradicionais. Cor mais clara e aromas de pétalas de rosas, amoras e terrosas. Em boca, ótima acidez, mineralidade e taninos finos. Final longo e especiado. Um outro estilo de Barolo, mais fiel às tradições. Pede comida! Não foi o melhor Vietti Castiglione que bebi, mas estava muito bom.
E o JP fechou a noite com um Brunello da família Antinori, e de uma grande safra: Brunello di Montalcino Pian delle Vigne 2001. Aromas de cereja, tabaco, chá e especiarias. Em boca, boa acidez e taninos finos. Apesar de bom, eu esperava mais deste Brunello, ainda mais considerando a safra. Eu achei o danado linear, unidimensional. Depois, lendo algumas opiniões sobre ele, vi impressões coincidentes. E nesta noite, ele teve um adversário peso-pesado, mostrado acima.
Bem, como podem ver, não falei sobre um vinho da primeira foto. Na verdade, foi de propósito. Era um vinho australiano levado pelo Thiago. Como a noite era italiana, e o vinho não agradou muito, resolvi deixar o danado de lado...rs.
Grande Flavio,
ResponderExcluirA safra 2004 do Casanova não foi aquela do Brunellogate?
Ele estava com tipicidade de Brunello?
Abraços,
Márcio
Grande Márcio!
ExcluirTudo bem?
A safra do Brunellogate foi 2003. E a Casanova di Neri foi uma das investigadas no escândalo (junto com outras 6, se não me engano). No entanto, parece que foi inocentada (veja http://www.decanter.com/wine-news/casanova-di-neri-avoids-legal-action-in-brunellogate-scandal-62354/). Bem, mas 2004 foi uma safra bem melhor que 2003, gerando grandes Brunellos (achei legal este artigo também:
https://www.winemag.com/2009/03/29/after-brunellogate-2004-brunello-di-montalcino/). Eu já bebi vários Casanova di Neri (menos o 2003...rs) e sempre os achei excelentes. São mais modernosos que outros, mas muitíssimo bem feitos (apesar de eu preferir os Brunellos mais tradicionais). O Cerretalto então, é grandioso. Embora moderno, um Brunello ao nariz e paladar, sem dúvida.
Grande abraço,
Flavio
Boa noite, Flavio! Posso perguntar se o Il Blue foi decantado e por quanto tempo? Abraço. São sempre tantas informações boas aqui, já pensou em postar no Instagram?
ResponderExcluirBoa noite, Fábio!
ExcluirO Il Blu não foi decantado. Mas este 2007 acho que não precisava. Ele já mostrava muita maciez ao ser aberto. No entanto, ele foi melhorando na taça.
Obrigado pelos elogios ao blog. Sua visita é sempre bem-vinda! Eu não tenho Instagram. Mas vou pensar na possibilidade.
Um grande abraço,
Flavio