domingo, 21 de agosto de 2011

Carm ou Carmo? Douro ou Alentejo? Uma briga boa entre dois patrícios de 2007!

O amigo Carlos André propôs um duelo entre dois portugueses de peso, um do Douro, e outro do Alentejo. Os nomes são até parecidos, Carm e Carmo, e ambos Reservas da bela safra de 2007. Levei então o Carm para "brigar" com o Quinta do Carmo que ele tinha. Já adianto que a briga foi muito boa, principalmente para a gente. O Carm Reserva 2007 foi o nono na lista dos top 100 da Wine Spectator em 2010, e esta é a segunda botella dele que aprecio. Já comentei aqui no blog sobre ele (clique aqui). Desde a primeira vez que apreciei se foram 9 meses, mas ele não mudou muito, a não ser por uma leve sombra de precipitado se formando na lateral da garrafa. Acho que em 2 anos estará uma beleza. O vinho tem um nariz excelente, é muito floral, com a Touriga Nacional se manifestando plenamente com aromas de violetas, junto a notas de frutas silvestres e framboesa. Em boca é amplo, longo, mineral e com taninos muito bem integrados. Uma beleza de vinho! Já é dificil de se encontrar no mercado, que disponibiliza o 2008, que ainda não bebi, mas dizem que não foi tão bem sucedido quanto o 2007.
E seu "oponente"? O Quinta do Carmo Reserva 2007 é um Alentejano de primeira feito em parceria com os Rothschild. No entanto, em 2008 a Quinta foi adquirida pela Bacalhôa (a cápsula já indica isso nas últimas safras). Após esta aquisição não sei como ficou a parceria com os Rothschild. Este 2007 é feito com Aragonez, Cabernet Sauvignon, Syrah e Alicante Bouschet. Notem que não tem a Touriga Nacional. No entanto, ele possui aromas florais, mas menos intensos que o Carm, e mais de flor de laranjeira do que de violetas (quem é da "cidade grande" não conhece muito isso...). A fruta também aparece ao nariz (cereja e cassis), mesclada com notas de baunilha e café-com-leite. Em boca é denso, mais sóbrio e menos alegre que o Carm, mas com muita elegância, típica dos Rothschild. Os taninos são finíssimos! Um vinhaço! Com muitos anos pela frente.
Bem, querem saber quem ganhou? A gente! O Carlos André ficou meio indeciso, gostou de ambos. O Akira, que matou logo os aromas de flor de laranjeira do Carmo, preferiu o Carm. Aliás, desde a outra garrafa que ele se manifesta fã incondicional deste vinho. Eu, gostei dos dois, mas confesso que o Quinta do Carmo faz mais minha cabeça pela elegância e finesse. De qualquer forma, são ambos vinhos top de linha e que merecem mais uns anos de adega para expressarem todas as suas qualidades, que não são poucas. O duro é esperar...
Bem, foi um belíssimo duelo acompanhado de Talharini com Ragú de Cordeiro.
A propósito, o Carm é importado pela Worldwine e o Quinta do Carmo pela Mistral.


Ps. Ontem conheci a sequência de Numanthias que o Carlos tem (2003 a 2006), e estou ansioso à espera da vertical... rs.

2 comentários:

  1. Traição em... Ragú de Carneiro?
    O Quinta do Carmo reserva é muito melhor,se tiver mais eu troco!
    Abs, JP

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  2. Kkkkkkk!!! Rapaz, tava bom...
    Eu também gosto muito do Quinta do Carmo Reserva. Mas o Carm também é excelente! Estilos diferentes, mas dois vinhões!
    Abração,
    Flavio

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