Nesta última quinta havíamos combinado de levar apenas vinhos brancos, mas a turma furou. Ainda bem! Tirando o Angelica Zapata Chardonnay 2008 levado pelo João Paulo, os outros estavam uma lástima. O Paulão, que parece ter trancado definitivamente sua adega (e é candidato forte ao troféu Palo Alto este ano), levou o português Quinta da Pedra Alta 2008, estragado. O vinho já não é lá estas coisas, e "passado" é de matar! Eu insisti e levei o argentino Las Perdices Viogner 2010. Já não havia feito sucesso com o Malbec, e levei o Viogner. Apesar da presença dasa notas típicas de pêssego e anis, o vinho era um pouco aguado, sem expressão. Não repetirei. Já o Angélica levado pelo JP é muito bom! O Angélica Chardonnay é considerado um dos melhores chards da argentina. O vinho tinha notas gostosas de frutas tropicais, como maracujá, papaia e abacaxi, envoltas pela madeira, que é bem presente. É companhia excelente para uma bela posta de bacalhau! Foi o único branco que não fez feio.
Bem, mas felizmente os amigos Tom e Caio salvaram a noite. O Tonzinho levou o primeirão da noite. Aliás, este ano o cara está impossível. Desta vez levou outro Syrah top, o chileno Pangea 2006, da Ventisquero. O nome do vinho é uma referência ao continente único existente na terra há cerca de 250 milhões de anos e a união do enólogo chileno Felipe Tosso e do australiano John Duval (responsável pelo famoso Grange). Assim, a Ventisquero esperava gerar um vinho que reunisse características dos Syrah chilenos e australianos. E conseguiu! Um vinhaço! Aliás, lembrou-me muito o Tanagra, de Villard, já comentado aqui. O vinho, que estagia 20 meses em barricas 60% novas, tem aromas potentes de amora e mirtilo, envoltas por notas balsâmicas, de cacau e de café torrado. Em boca, amplo, denso, intenso, e o que é bom, com boa mineralidade! Vinho para evoluir por alguns anos na adega. Valeu Tonzinho!
O Caio, que tem melhorado muito nos últimos tempos quanto aos vinhos que leva, nos brindou com um vinho embrulhado, que agradou. Tom e eu pensamos se tratar de um português. Mas o certo era que o parecer unânime era que se tratava de um vinho bastante novo.
Era o brasileiro Salton 100 Anos 2008, lançado em comemoração aos 100 anos da vinícola, comemorado em 2010. O vinho é feito com 50% Cabernet Sauvignon, 40% Merlot e 10% Cabernet Franc, de vinhedos selecionados, e estagia 16 meses em barricas de carvalho francês. Uma coisa boa: Não passou dos 13% de álcool. O nariz é frutado, com notas de ameixa, cassis, café, menta, chocolate, leve apimentado e a baunilha bem presente, denunciando sua juventude. Em boca é denso, com ótima acidez e taninos ainda por arredondar. Vinho para bons anos de adega e que deve melhorar em alguns anos. Minhas críticas: Preço, que poderia ser menor, e tamanho da garrafa. O brasileiro entrou na moda argentina de utilizar garrafas monstruosas para seus vinhos top. Isso é ruim. A França faz grandes vinhos e não exagera no tamanho e peso das garrafas. O mundo do vinho tem feito uma campanha para a utilização de garrafas menores e mais leves, que são mais ecológicas e geram menores custos para armazenamento e transporte. Vamos torcer para o pessoal mudar.
Bem, ao final,o Tonzinho ainda abriu o Aliara 2007 que tinha guardado lá no Ciao, que acho muito bom. Mas já comentei sobre ele aqui no blog.
Conclusão da noite: Paulão e eu estamos devendo bons vinhos para a próxima reunião, para que nossa imaculada imagem não seja "manchada".
Olá Flavio,
ResponderExcluirO Pangea ainda não tomei mas se parce com o Tanagra então é coisa boa. Vou procurar, mas confesso que ando com preguiça dos vinhos chilenos e argentinos.
Abraço,
Eugênio
Oi Eugênio,
ResponderExcluirO vinho é muito bom. Mais potente que o Tanagra, mas semelhante a ele, até na mineralidade. No entanto, acho ele caro. Já está na mesma faixa de preço de vinhos como o italiano Il Bosco (D'Alessandro) ou ótimos Syrah do Rhone e Austrália. Aí fica dificil.
Abraços,
Flavio