sábado, 6 de agosto de 2011

Confraria: Ànima Negra AN/2, Achaval Ferrer Quimera, Tapada do Fidalgo Reserva, Gran Feudo Reserva, Atalayas de Golban e Lunta Malbec

Outra noite boa na Confraria! Começamos com um vinho que levei, o AN/2 2006, de Ànima Negra, vinho espanhol da ilha de Mallorca. O Paulão já levou duas vezes este vinho (clique).  O vinho é feito com 5 uvas, as cepas locais Callet (60%), Mantonegro e Fogones (20%), e as francesas Cabernet Sauvignon e Syrah (20%). Um belo vinho, com boa fruta, sem exageros, com madeira na dose certa. Notas de groselha e figo, com leve toque de especiarias. Em boca é muito gostoso, redondo, com taninos muito acertados e um final de boca levemente balsâmico. Ficou ali na ponta, pertinho do Quimera 2007, um argentino de primeira, da Bodega Achaval Ferrer, levado pelo amigo Paulão. O vinho já frequentou algumas vezes a mesa do Ciao Bello, sempre fazendo muito sucesso. Tive o prazer de tomar o 2001, 2002 e 2003, todos ótimos! Este 2007, apesar de novo ainda, já estava uma beleza. O vinho é um corte  de 38% de Malbec de vinhas velhas de Medrano e Luján de Cuyo, 24% de Merlot de  Tupungato, 24% de  Cabernet Sauvignon de vinhas velhas de Medrano e Tupungato,  e 14% de Cabernet Franc de Tupungato. As plantas são de baixo rendimento (~800 gramas de uva por planta! O que significa 2 plantas para cada garrafa). Um vinho de primeira. Nele, a Malbec não reina, e sim, está muito bem integrada às outras castas. Notas de groselha, ameixa e amora se mesclam a especiarias e grafite, provavelmente aportadas pela Merlot e Cabernet Franc. Belíssimo vinho!
O próximo, levado pelo João Paulo, foi o vinho que ganhou como tinto de 2011 em degustação recente da Revista Gula, o Tapada do Fidalgo Reserva 2008. É um vinho feito para o mercado brasileiro. Alentejano menos perfumado que de costume, elaborado com as castas Alicante Bouschet, Aragonez e Trincadeira. O vinho tem notas florais e de bolo com frutas. Pode-se notar também um mentolado leve, gostoso, que não é enjoativo.  A baunilha também aparece um pouco, mas sem exagero. Em boca, é muito sedoso, redondo, com taninos muito finos. Um belo vinho, mas não sei se tanto para ser primeiro do ano. Acho que deve melhorar com a guarda.
O Caião levou o espanhol Atalayas de Golban, de Ribeira del Duero. O vinho tem menos caramelo e mais acidez que os Ribeira. As notas de cereja estão presentes, mas não tão maduras. Notei também um leve Brett, que não incomodava nem um pouco. Em boca mostrava que é vinho para comida, com boa acidez e final levemente herbáceo. Um bom vinho, um pouco atípico para Ribeira del Duero.
O Paulo, filho do Paulão, levou um Gran Feudo Reserva 2004, produzido pela bodega Julian Chivite em Navarra. Eu gosto muito dos vinhos deste produtor. Este estava muito bom com a comida, mas sozinho mostrou-se um pouco ralo e levemente herbáceo. As notas de cereja e groselha estavam presentes mescladas a notas de madeira (cedro) e ervas secas. Um vinho que estava bom com a comida, mas que sozinho decepcionou um pouco.
E finalmente, o vinho do Tom, que está sempre aparecendo com alguma surpresa (que as vezes lhe confere o troféu Palo Alto...rsrs). Mas não é que estava bom o danado? Era um vinho das Bodegas Mendel, da Argentina, o Lunta 2009. Vinho jovem ainda, mas já perfeitamente bebível. O vinho tem cor rubi, nada de violeta de grande parte dos Malbec. Ao nariz, também fugia um pouco do comum para esta casta, com menor presença da ameixa compotada, e sim, ameixa fresca com pinceladas de figo e amora. Também eram evidentes notas de café (ralo) e alcaçuz. Um vinho bem gostoso e de bom custo benefício. Diferente do trivial.
Uma bela noite na confraria!

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