quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Quarta-feira "fraquinha" essa nossa: Almaviva 2007, Don Melchor 2006 e Cabreo 2007!

Tá difícil o negócio! Nessa quarta-feira o Carlão ligou, desesperado, dizendo que teríamos que nos reunir para tomar um Almaviva e um Don Melchor. E o que fazer? Beber, claro! E fomos à casa do amigo Idinir, onde apreciamos um Almaviva oferecido pelo amigo Dr. Marcão (como todos o chamam), um Don Melchor oferecido pelo Carlão e o supertoscano Cabreo, oferecido pelo anfitrião. Eu levei um Caballo Loco 12, que nem foi aberto (mas que está guardado para outra ocasião).
Comecemos pelo grande Almaviva 2007. Que maravilha! Nada daqueles vinhões potentes e com superextração, e sim, elegância e refinamento característico dos Rothschild. E me desculpem aqueles que acham que o EPU pode ser o primeiro vinho. Sem chances! O Almaviva se coloca em um degrau acima: polido, equilibrado, sedoso, aveludado, o que nos deixa sempre ansiosos pela próxima taça. Este 2007, feito com 64% Cabernet Sauvignon, 28% Carmenére, 7% Cabernet Franc e 1% Merlot ainda é um garoto, um pouco fechado e com muito ainda por mostrar nos próximos anos. Fico aqui imaginando como estará daqui a uns 3 anos... Agora, mostra uma fruta tímida, com destaque para o figo e cassis, em meio a notas de chocolate meio amargo, anis, café-com-leite, alcaçuz, grafite e baunilha. Com o tempo foi se abrindo e ficando cada vez mais cativante. Em boca, sedosidade pura e final maravilhoso! Uma delícia! Como disse o Idinir: Para beber de paletó e gravata!
E do lado do Almaviva, outro icone: Don Melchor 2006, levado pelo Carlão. Em comum, obviamente, a Concha y Toro e a grande qualidade. Já comentei aqui no blog sobre o 1997, o 2005 e o próprio 2006, que tomamos tempos atrás. Agora, o 2006 já está mais aberto que anteriormente. No início, mostra notas de cassis, cacau, alcaçuz e baunilha. Com o tempo, foram surgindo notas que lembrava pitanga e caqui. Em boca, muito redondo, com taninos finos e final longo. Outra beleza de vinho! Para escoltar muito bem o nosso amigo Almaviva.
E para completar a tríade de muitíssimo respeito, um supertoscano oferecido pelo amigo Idinir, o Cabreo Il Borgo 2007. O vinho é feito pela Tenute Folonari, com 70% Sangiovese e 30% Cabernet Sauvignon. A mescla descansa em barricas de carvalho 30% novas, 40% de um ano e 30% de 2 anos, com decantação a cada 3 meses durante 16-18 meses. Outro vinhaço! Sem dúvida dá boas chineladas em muitos Brunellos por aí. A Sangiovese reina, mas a Cabernet lhe aporta muita intensidade. Ao nariz, notas intensas de cereja madura, groselha, chá e florais, em meio a couro, tabaco e alcaçuz. Um vinho riquíssimo. Em boca é amplo, untuoso, e com taninos levemente terrosos. Vinho com alma italiana, perfeito para uma boa comida, do jeito que eu gosto. Vinhão!
E o Idinir ainda nos serviu um vinho branco doce chileno, feito com a uva Moscatel de Alexandria, a mesma utilizada no sul da Espanha para elaboração dos vinhos de Jorge Ordoñez. Parece que há uma tendência no Chile em utilizar esta casta, que aliás, gosto bastante. Era um vinho de baixa tiragem, chamado Bandido Neira. Infelizmente esqueci de tirar a foto. O vinho tinha notas gostosas de mel, leve abacaxi e uma ótima acidez, que o deixava muito fresco. Só lhe faltou um pouquinho mais de estrutura, mas ele promete.
Bem, nem preciso dizer que a noite foi memorável! Obrigado amigos!

2 comentários:

  1. Legal, Flavio.
    E ainda voltaste com o Caballo Loco pra casa.
    Como diria o Wilson das Neves, baterista do Chico Buarque: "Ô sorte!".
    Abraço!

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  2. Pois é Alexandre. Foi só alegria! Mas acho que o Caballo não vai escapar... O pessoal vai querer dar uma volta nele logo... rs.
    Grande abraço,
    Flavio

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