O amigo Paolão levou um belo Rioja, o Paisaje VII Cecias 2007, das Bodegas Viñedos y Paisajes. Esta vinícola é um investimento conjunto de Finca Allende e Bodega Viniteca. O enólogo Miguel Angel de Gregorio (Finca Allende, El Calvario, Aurus) seleciona, a cada ano, uvas de diferentes vinicultores, para compor vinhos singulares. Os vinhos são vinificados e engarrafados na Finca Allende. Este que o Paolão levou é feito a partir de Garnacha de vinhedo único, com mais de 85 anos de idade. A maturação é feita em barricas novas de carvalho francês e aparentemente, o vinho não é filtrado. É um vinho surpreendente, muito aromático, com aromas florais, notas de mirtilo, baunilha e minerais. Em boca mostra ótima acidez, que lhe aporta muito frescor. Os taninos são presentes mas já domados. É um vinho que ainda deve ganhar muito com adega. Como aparentemente não é filtrado, pela grande quantidade de borra aderida na garrafa, é preciso cuidado no manuseio antes de servir. A decantação é indicada também para aerá-lo. Muito recomendado! Um belo vinho, Paolão! A propósito, o vinho é importado pela Mistral.
E como eu não podia fazer feio, levei um outro ibérico, alentejano produzido pelo craque Júlio Bastos, o Dona Maria Reserva 2006. Eu havia provado este vinho no Decanter Wine Show 2012 e adquiri lá mesmo uma garrafa, pois ele me agradou muito. O nome do vinho é o mesmo da Quinta, que segundo dizem, foi adquirida por D. João V para uma cortesã, Dona Maria, por quem era apaixonado. Atualmente a Quinta é conhecida como Quinta do Carmo (isso mesmo, a que teve 50% adquirida pelos Domaines Baron de Rothschild, passou para a Bacalhôa etc., e de onde vem o ótimo Quinta do Carmo Reserva). Com a venda, Júlio Bastos transferiu a sede para a Herdade das Carvalhas, e no começo do novo milênio vendeu toda a sua participação na Sociedade Agrícola Quinta do Carmo para recomeçar um projeto próprio. E voltando ao Dona Maria Reserva, ele é feito com Alicante Bouschet (50%), Petit Verdot e Syrah (50%). A maceração das uvas é feita com tradicional pisa a pé e a fermentação alcoólica é feita em tradicionais lagares de mármore. A maturação é feita por 12 meses em barricas de carvalho francês. É um vinho de cor púrpura, bem bonita, e aromas de frutas silvestres maduras, kirsch, notas defumadas, tabaco e alcaçuz. Em boca, um vinho denso, rico, com taninos maduros e muito aveludados. Um alentejano de primeira! Muito bom e que ficou à altura do Paisajes, levado pelo Paolão. Aliás, os dois têm preços e qualidades similares, embora sejam bastante distintos. O Dona Maria é importado pela Decanter.
Boa viagem amigo Paolão! Mande ver nos Chateauneuf 2010, que segundo alguns produtores, estão espetaculares! E quando voltar, teremos muito "Vinhobão" para apreciar!
Flávio, taí um produtor que quero conhecer melhor: Julio Bastos.
ResponderExcluirFiquei encantado com seus vinhos no encontro da Decanter. Nunca havia provado um varietal de Alicante Bouschet tão bom, pena que seja caro demais. Vou ficar de olho nesse Dona Maria Reserva, que tem preço mais acessível e tb é ótimo.
Quanto ao Chateauneuf, acha que já vale abrir um 2005 ou devo esperar?
Abs.
Vale a pena conhecer os vinho dele Vitor! Também fiquei impressionado no encontro da Decanter e acabei comprando uma garrafa aproveitando o desconto do convite (peguei outras coisas também...). O Alicante Bouschet dele é realmente impressionante! É de mastigar mas nada de enjoar. Daqueles que pedem outra taça... rs. O Dona Maria Reseva é bem legal, você vai gostar. Quanto ao Chateauneuf, no final do ano passado bebemos um 2005 do Domaine Pegau e estava uma beleza! Nem parecia que tinha só 5 anos. Inclusive, a Grand Cru está com um "Grand Solde" e tem uns Cuvée Reserve Pegau lá... Só que você liga, e cadê? Ninguém sabe onde tem... rsrs.
ExcluirAbraços,
Flavio