segunda-feira, 3 de setembro de 2012

E no Encontro de Vinhos de Ribeirão, VINHOBÃO!

Nesse último sábado fui à vizinha (e querida) Ribeirão Preto para participar do Encontro de Vinhos. E além de participar do evento, fui convidado a integrar a comissão avaliadora dos Top Five do encontro (o que foi uma honra). Bem, primeiramente devo mencionar que o encontro foi muito bem organizado e durante as 10 horas abertas ao público (isso mesmo!), vi muita gente apreciando ótimos vinhos e gostando do evento. Os expositores estavam todos muito simpáticos, entusiasmados com seus vinhos, os quais, foram bem escolhidos e estavam na temperatura correta. Destaque ainda para as taças escolhidas, da Arcoroc
Nós chegamos mais cedo, para analisar os vinhos que concorriam aos "Top Five". E ao final, a média dos pontos atribuídos (às cegas) pelos avaliadores resultou na seguinte classificação:
A seguir a foto dos eleitos:
Não "entregarei" quais foram meus eleitos, mas nela (e no topo...) estava o D de Donoso 2007. Um vinhão, que depois bebi um pouco mais, como mostro no finalzinho da postagem.
Bem, mas voltando aos eleitos. 
O primeirão foi o californiano Pezzi King (PK) Zinfandel 2005. Vinho do tipo maduro, rico em fruta madura, compotada, banana passa e alcaçuz. Uma confirmação de que com o tempo os Zins vão ficando melhores. Eu tenho minhas restrições a Zins novos, mas tenho tido boas experiências com alguns mais evoluídos.
O número 2 foi o chileno Vértice 2007, da Ventisquero. Corte de Carmenére e Syrah talhado pelas mãos de Felipe Tosso e o enólogo australiano John Duval. Vinho bastante especiado, com destaque para pimenta preta e um fundo de baunilha, em meio a notas de grafite e chocolate. Os 18 meses de barrica lhe aportam muita estrutura, e daqui a alguns anos deve ficar ainda melhor, revelando um pouco mais a fruta. Só senti não ter do lado um bom Filet a Poivre para acompanhar...
O terceiro foi um branco chileno, o Espino Chardonnay 2010, de William Fèvre. E o craque em Chablis mostra que maneja a Chardonnay chilena muito bem. Este Espino Chardonnay, feito com uvas de altitude e com seus 8 meses de barrica (usadas), mantém frescor e é um excelente custo benefício. Quando fiquei sabendo que custava 40 Reais, gostei mais ainda. O vinho tem notas de pera, cítricas, mel e boa mineralidade. Nada com exagero. Ao visitar o estande do Dominio Cassis, seu importador, o Sr. Wilton me apresentou o seu irmão maior, o Gran Cuvée, que figurou entre os melhores Chardonnay do Chile segundo o Guia Descorchados 2012. Não resisti e adquiri uma garrafa alí mesmo. Logo que apreciá-la postarei minhas impressões. Mas pelo que vi no Descorchados, deve ser coisa boa (sabe quanto? Sessentinha!).
Em quarto lugar ficou o riojano Altos de "R" Reserva 2004. Bem, a safra ajuda e o vinho é muito bem feito (e também tem bom preço pela qualidade). Ele é importado pela Cálix, um braço da Decanter. É vinho firme, que mistura tradição e modernidade. Possui notas de cereja preta, especiarias, couro e um fundinho terroso. As notas especiadas me conquistam. Um vinho bem feito, com bom preço e que deve evoluir bem em adega.
E finalmente, em quinto lugar, um português da Bairrada, o Aveleda Grande Follies 2004. Vinho feito com Touriga Nacional e uma pitadinha de Tinto Cão. Aqui tem-se uma Touriga diferente, sem aquelas notas florais tão características. O que se apresenta são notas de cassis, ameixa e tabaco, em um vinho gastronômico por natureza. Vinho que ainda deve ganhar com tempo de adega. 
Bem, mas além desses vinhos, apreciei muitos outros durante o evento. 
A seguir, mostro as fotos de alguns que me chamaram a atenção. Obviamente, alguns ficarão de fora (como os ótimos vinhos austríacos da Vinhos da Áustria, que já mencionei em minha postagem sobre a Mostra Internacional de Vinhos de Campinas - clique aqui). Mas não tem jeito. A postagem ficaria muit longa. Minha impressão final sobre o evento foi excelente. Parabéns aos organizadores!
Falar o que deste vinho? Novinho, novinho , mas já macio e com grande futuro pela frente. Uma beleza! A Touriga em sua melhor forma. Gosto muito da Vallado Touriga (clique). Preciosidade que a Cantu tem em seu portfólio. Pude apreciar belas taças e adorei!
Ótimo vinho da Umbria! Seco, com notas de amora madura, café e tabaco.  Vinho de peso e para amantes de vinhos italianos. 
Syrah de primeira da Ventisquero, talhado no Chile sob a batuta do grande John Duval. Depois de uma hora em decanter mostra toda a sua força. Uma demonstração de que a Syrah encontrou no Chile grande morada.
Cabernet Sauvignon muito bom de William Fèvre, cujo irmão maior, o Gran Cuvée, também foi destaque no Guia Descorchados 2012. Ótimo preço!
Belo branco da Bairrada feito com Chardonnay e Maria Gomes. Notas de pera,  florais e um toquezinho cremoso.
Vinho da Miolo, feito com vinhas de mais de 35 anos e que mostra tipicidade (e futuro).
Também da Cálix, importadora do riojano Altos R Reserva 2004, o Recorba Crianza 2005 é um Ribera de boa pedida pelo preço.  
Aqui o que vale é a curiosidade. O vinho é um bom chileno, mas o fato de ter tido na barrica um fragmento de um meteoro encontrado no deserto do Atacama, e que caiu no Chile 6.000 atrás, é no mínimo, curioso. Veja o vídeo no blog do amigo Luiz Cola.
E para finalizar, um dos tops do evento para este que vos escreve, o Chilenão D de Donoso 2007. Vinho untuoso, cheio, feito com Cabernet Sauvignon, Carmenére, Malbec e Cabernet Franc. Para beber agora ou aguardar alguns anos para se ter um vinhão na taça.

2 comentários:

  1. Flávio, dicas anotadas!
    Já tinha lido elogios sobre os chilenos do William Fevre, mas não me animei, e olha que são vendidos nos Supermercados Muffato (rede do PR) por bons preços. Agora vou botar fé e comprar, pelo menos, o Chardonnay e o Cabernet.
    Tenho 01 garrafa deste Vertice 2007, que planejava abrir nos próximos dias. Depois do seu post, vou deixar guardada. Vamos ver como ela estará daqui a 02 anos.
    Estou pensando em ir ao Encontro de Vinhos de Curitiba. Vc acha que vale a pena?
    Abs.

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    1. Legal Vitor! Eu também não conhecia os vinhos de William Fèvre. Gostei deles! Tanto o Chardonnay quanto o Cabernet. Acabei não bebendo o Chacai, que foi muito elogiado no Descorchados. Mas acho que vou gostar do Chard Gran Cuvée.
      Quanto ao Vértice, eu guardaria por mais tempo ou deixaria um bom tempo em decanter para abrir.
      Se o Encontro de Vinos de Curitiba for igual ao de Ribeirão, você gostará. Achei bem aconchegante o evento.
      Abraços,
      Flavio

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