O Carlão nos convidou para uns vinhos às cegas na sua casa. Escolheu vinhos na mesma faixa e de bom valor.
Bem, o primeiro deles se denunciava na cor e se declarava nos aromas. Era o Pinot Noir Clotilde Davenne Bourgogne Rouge 2011. Sua maturação é feita por 12 meses em barricas usadas, que não deixaram marcas. O vinho tinha cor e aromas de cerejas, e um nariz "doce", que fiquei com mêdo que se repetisse em boca. Mas não. Apesar de frutado, mais maduro, mostrou ótima acidez e mineralidade, que equilibravam a fruta. Tinha um fundo cítrico interessante e melhorou bastante depois de um tempo aberto. Oferece muito boa qualidade pelo seu preço. Aliás, o elegemos o melhor dos 3 vinhos apreciados. É importado pela Delacroix. Boa compra!
O segundo vinho era um que deu trabalho para identificar. Bem, mas era justificável. Tratava-se do Carignator III 2008, um 100% Carignan, produzido por Jean-Marie Rimbert, no Languedoc. A produção é orgânica e o vinho macerado com pisa-a-pé. As uvas provêm de vinhedos de mais de 80 anos de idade. A maturação do vinho é feita por 24 meses em barricas de carvalho. No começo tinha umas notas animais que cobriam um pouco sua riqueza. Mas depois de um tempo respirando, melhorou demais e ficou muito bom. Mostrava boa fruta (com destaque para amoras), notas florais e herbáceas. Em boca, repetia o nariz e mostrava ótima acidez e mineralidade, com final levemente herbáceo. É um vinho que deve ser conhecido. Bebedores de primeira viagem podem estranhar, mas aqueles um pouquinho mais experimentados vão gostar, principalmente se o deixarem decantando por no mínimo uma horinha e seguirem sua evolução. É vinho para fugir da mesmice. Gostei bastante! Para mim, ficou pau a pau com o borgonha. Também é importado pela Delacroix.
E para finalizar, um Chateau Puycarpin 2008. É um Bordeaux Superieur produzido com Merlot (60%), Cabernet Sauvignon (30%) e Cabernet Franc (10%). A Merlot dá o tom. Ao nariz o vinho mostrava notas de framboesa, cassis, alcaçuz e pimenta do reino. Em boca, repetia o nariz e tinha um final apimentado. Mostrou o seu melhor só depois de muito tempo respirando. Apesar de não decepcionar, tem uma relação custo/benefício que não ajuda. É um pouquinho mais caro que os dois anteriores, e ficou atrás deles na opinião dos bebuns. Talvez seja o exemplar desta safra. Já li em outros blogs bons elogios para seus irmãos de outras safras (e algumas críticas a este 2008).
Experiência legal, Carlão!
Feliz ano novo irmão. Vi todos os posts que publicaste recentemente. Abadia Retuerta é um vinhaço, bebi recentemente o tinto Principal Reserva 2008 gostei bastante. Achei interessante sua sugestão sobre o Quinta da Mimosa, vou atrás, tenho curtido muito vinhos de Portugal. Essa degustação francesa, confesso que fiquei curioso para beber os três, embora o puycarpin já tenha bebido, e vou com o relator, não me impressionou. Grande abraço! E um grande ano para nós, embora a tia Dilma esteja fazendo de tudo pra que não seja. Obrigado mais uma vez por continuar a nos presentear, guiar e ajudar a apreciar essa bebida maravilhosa.
ResponderExcluirGrande Hélio! Bom ter você aqui, meu amigo!
ExcluirO Principal Reserva é muito bom, não? Recentemente comprei uma garrafa do 2007, por intermédio de um amigo que achou em São Paulo por um bom preço. É um vinho muito bem feito.
Pode comprar o Mimosa que gostará, sem dúvida! E guarda uma garrafa para envelhecer, pois ele aguenta.
Quanto a estes 3 vinhos do post, eu achei bem legal o Carignator. É diferente, foge da mesmice. E tem bom preço.
Estou aqui rindo do seu comentário sobre a nossa presidenta...rs. Realmente parece que não querem deixar que nosso ano seja bom... Mas teremos um ano legal, apesar disso.
Grande abraço!
Flavio
Estou cada vez mais inclinado a comprar somente vinhos de boa relação custo-benefício. A de la Croix está ganhando minha preferência....
ResponderExcluirConcordo em gênero, número e grau, Carlão! Boa compra você fez!
ExcluirAbraços,
Flavio