Estou meio atrasado com este post (na verdade, muito...rs)... Foi uma noite de recepção aos irmãos Joãozinho e Rodrigo, que voltavam de viagem. E é claro, merecedora de bons vinhos. Vamos a eles.
A noite foi aberta com um ótimo rosé bairradino, o Principal Rosé Tête de Cuvée 2010, da Colinas de São Lourenço (Ideal Drinks), levado pelo confrade Paulinho. Já havia apreciado este ótimo rosé algumas vezes, e sempre gostado. É um rosé de Pinot Noir, que matura um ano sur lies em barricas de carvalho. Ao nariz mostra notas de morangos e framboesas, em meio a um toque de côco e especiarias. Em boca é complexo e com boa acidez, que lhe aporta frescor. Escolta uma boa refeição baseada em frutos do mar com tranquilidade. Eu arriscaria também com ele uma bacalhoada ou uma bela Paella. É um rosé acima da média, entre os melhores de Portugal. Seu problema é o preço, também um pouco acima da média.
O Caião levou um queridinho de todos nós, o espanhol Abadia Retuerta Selección Especial 2010, de Sardon del Duero. Este já frequentou muitas vezes as mesas da confraria, sempre oferecendo muito prazer. O vinho é feito majoritariamente com Tempranillo, com pitadas de Syrah e Cabernet Sauvignon. É um vinho denso, cheio de camadas, com notas de cereja preta e amoras maduras, em meio a alcaçuz, cedro, chocolate amargo e notas minerais. A acidez é correta e os taninos firmes, mas já bem redondos para um vinho de apenas 4 anos. Apesar de denso, o vinho é muito sedoso, e o final é muito longo. Este é compra certa! Duvido que não agrade alguém. Muito bom mesmo. Para mim, foi um dos destaques da noite. E como esta postagem demorou muito, deu até para ele ser classificado entre os top 100 da Wine Spectator em 2014 (#50, com 92 pontos).
O Thiagão levou o sulafricano Raka Quinary 2007, feito com 45% Cabernet Sauvignon, 15% Cabernet Franc, 31% Merlot, 2% Malbec e 7% Petit Verdot. É um vinho concentrado, com fruta madura, café e tabaco, em meio a tostado e notas de pimenta do reino. Os taninos são presentes e o final é longo e tostado. É um vinho típico do novo mundo, que tem seu público fiel. Aguentaria ainda um bom tempo de adega, e acho que ganharia em equilibro com algum descanso.
O Joãozinho, que está se especializando em levar ótimos italianos, surgiu com o Brunello di Montalcino Renieri 2008. O vinho mostrava-se fechado e demorou muito a dar o ar da graça. E mesmo assim, ficou discreto. Dava para notar as notas clássicas de cereja, tabaco e especiarias. No entanto, em boca ainda está bem fechadão, e com taninos nervosos. Dê-lhe tempo e terá um Brunello muito bom em uns anos. Se tiver um, guarde.
O JP pegou pesado e levou um Achaval Ferrer Finca Altamira 2009. Este é um Malbec dos grandes. É muito aromático, com notas florais e de frutas, como framboesas e amoras, em meio a alcaçuz e cravo. Em boca é intenso e vibrante, com ótima acidez e taninos sedosos. O final é muito longo, frutado e especiado. Uma delícia de Malbec! Nem um pouco enjoativo. Possui grande potencial de envelhecimento. Seu único problema é o preço, que é salgado...rs.
Eu levei um vinho embrulhado, que ninguém matou a origem. Alguns chutaram tratar-se de um sulafricano. Mas era um vinho feito na minha terra, Minas Gerais, com uvas de videiras plantadas em Três Corações. O vinho era o Primeira Estrada Syrah 2010. Vou omitir detalhes sobre a vinícola e as técnicas utilizadas, e citar um artigo do Beto Gerosa, que faz uma descrição muito boa do produtor e sua história (clique aqui). Ao nariz o vinho mostrava fruta madura e especiarias. Em boca, principalmente no começo, mostrou-se discreto e carente de maior pegada. Um pouco mais de acidez e aquele apimentado da Syrah lhe fariam bem. É um Syrah no estilo "quente". A primeira safra foi bem sucedida e indica um caminho correto sendo seguido. A ser experimentado.
E para finalizar a noite com muita classe, o Rodrigo nos brindou com um ótimo Royal Tokaji 5 Puttonyos 2007. Bem, não precisa escrever muito de um vinho deste nível. Notas de damasco, mel, doce de casca de laranja e gengibre. A sua doçura é equilibrada com uma acidez perfeita. Uma delícia de vinho!
Isso aí!
O Caião levou um queridinho de todos nós, o espanhol Abadia Retuerta Selección Especial 2010, de Sardon del Duero. Este já frequentou muitas vezes as mesas da confraria, sempre oferecendo muito prazer. O vinho é feito majoritariamente com Tempranillo, com pitadas de Syrah e Cabernet Sauvignon. É um vinho denso, cheio de camadas, com notas de cereja preta e amoras maduras, em meio a alcaçuz, cedro, chocolate amargo e notas minerais. A acidez é correta e os taninos firmes, mas já bem redondos para um vinho de apenas 4 anos. Apesar de denso, o vinho é muito sedoso, e o final é muito longo. Este é compra certa! Duvido que não agrade alguém. Muito bom mesmo. Para mim, foi um dos destaques da noite. E como esta postagem demorou muito, deu até para ele ser classificado entre os top 100 da Wine Spectator em 2014 (#50, com 92 pontos).
O Thiagão levou o sulafricano Raka Quinary 2007, feito com 45% Cabernet Sauvignon, 15% Cabernet Franc, 31% Merlot, 2% Malbec e 7% Petit Verdot. É um vinho concentrado, com fruta madura, café e tabaco, em meio a tostado e notas de pimenta do reino. Os taninos são presentes e o final é longo e tostado. É um vinho típico do novo mundo, que tem seu público fiel. Aguentaria ainda um bom tempo de adega, e acho que ganharia em equilibro com algum descanso.
O Joãozinho, que está se especializando em levar ótimos italianos, surgiu com o Brunello di Montalcino Renieri 2008. O vinho mostrava-se fechado e demorou muito a dar o ar da graça. E mesmo assim, ficou discreto. Dava para notar as notas clássicas de cereja, tabaco e especiarias. No entanto, em boca ainda está bem fechadão, e com taninos nervosos. Dê-lhe tempo e terá um Brunello muito bom em uns anos. Se tiver um, guarde.
O JP pegou pesado e levou um Achaval Ferrer Finca Altamira 2009. Este é um Malbec dos grandes. É muito aromático, com notas florais e de frutas, como framboesas e amoras, em meio a alcaçuz e cravo. Em boca é intenso e vibrante, com ótima acidez e taninos sedosos. O final é muito longo, frutado e especiado. Uma delícia de Malbec! Nem um pouco enjoativo. Possui grande potencial de envelhecimento. Seu único problema é o preço, que é salgado...rs.
Eu levei um vinho embrulhado, que ninguém matou a origem. Alguns chutaram tratar-se de um sulafricano. Mas era um vinho feito na minha terra, Minas Gerais, com uvas de videiras plantadas em Três Corações. O vinho era o Primeira Estrada Syrah 2010. Vou omitir detalhes sobre a vinícola e as técnicas utilizadas, e citar um artigo do Beto Gerosa, que faz uma descrição muito boa do produtor e sua história (clique aqui). Ao nariz o vinho mostrava fruta madura e especiarias. Em boca, principalmente no começo, mostrou-se discreto e carente de maior pegada. Um pouco mais de acidez e aquele apimentado da Syrah lhe fariam bem. É um Syrah no estilo "quente". A primeira safra foi bem sucedida e indica um caminho correto sendo seguido. A ser experimentado.
E para finalizar a noite com muita classe, o Rodrigo nos brindou com um ótimo Royal Tokaji 5 Puttonyos 2007. Bem, não precisa escrever muito de um vinho deste nível. Notas de damasco, mel, doce de casca de laranja e gengibre. A sua doçura é equilibrada com uma acidez perfeita. Uma delícia de vinho!
Isso aí!
Oi, Flávio!
ResponderExcluirGostaria de mais uma opinião sua.
Vi pelo seu blog que você já provou tanto o Abadia Retuerta Selección Especial 2010 como o Viña Tondonia Reserva Tinto 2002.
Uma amiga minha virá da Espanha, e pode ser que consiga me trazer algum deles (a safra 2001 do Tondonia já se esgotou por lá).
São, evidentemente, tintos de estilos totalmente diferentes. Ainda assim, você conseguiria me dizer qual dos dois te agradou mais? E qual dos dois oferece mais equilíbrio, complexidade e elegância?
Levando em conta, claro, que 2002 foi uma safra ruim em Rioja, enquanto 2010 foi boa na região do Duero.
Abraço,
Rubão
Oi Rubão!
ExcluirTudo em paz?
Rapaz, agora você me apertou...rs. São dois ótimos vinhos. Em relação ao Tondonia, é incrível como um produtor bom consegue produzir belos vinhos até em safras ruins, como você bem lembrou da 2002 na Espanha. E este 2002, como outros Tondonia, é exemplo de equilibrio e elegância. Quanto ao Abadia SE 2010, ele está uma beleza: Complexo, intenso, delicioso! Respondendo então a sua pergunta, desta vez, se eu fosse comprar outra garrafa, optaria pelo Abadia, para experimentá-lo daqui a um tempinho, devidamente aerado e com uma bela carne assada.
Grande abraço!
Flávio
Valeu pela dica, Flávio! Vou seguir sua sugestão.
ExcluirOutros que estão na minha lista são o Muga Prado Enea, Pintia, San Román, Arzuaga Reserva e os C.V.N.E. Imperial e Viña Real (Reserva ou Gran Reserva). Tá difícil saber quem colocar antes de quem nessa lista! rs
Obs.: Tenho na minha adega o Capellanes Crianza 2010 e o Valduero 6 Años 2005. Tô pensando aqui qual dos dois eu abro antes hahah...Falando nisso, você coloca o Capellanes Crianza no mesmo nível do Valduero Crianza?
Abraço!
Que lista, hein Rubão? Só vinhões! Realmente difícil decidir...rs.
ExcluirE estes dois que você cita (Capellanes e Valduero 6 Años), uau! Deliciosos! Eu sou fã de ambos, mas o 6 Años é uma beleza. Um camaleão na taça. Bom demais! Para o meu gosto, acho que o Capellanes Crianza e o Valduero Crianza se equivalem. Duas belas compras, sempre...Um pouquinho acima deles eu coloco o Pago de Carraovejas, que é sensacional...
Abraços!
Flávio