Em noite quente, com presença maciça de confrades, apreciamos um branco e vários tintos, mostrados na foto e descritos a seguir.
O primeiro da foto é o branco Carm Maria de Lourdes 2010, levado pelo Caio. É feito com Gouveio, Rabigato e Viosinho e mostra aromas de pera bem madura, mel e um toque cítrico bem discreto. Em boca me pareceu cansado, e não entusiasmou. Eu esperava mais dele, que é de bom produtor e não é um vinho barato.
O segundo foi levado pelo Thiagão, e era um Tikal Amorio 2006. Malbecão de safra boa e maturado em carvalho 70% novo. Bem, notas clássicas de ameixa, figo e framboesa, em meio a chocolate. Não esconde o lado doce da Malbec. Não é meu estilo. Mas tem seu público.
À direita do Amorio um Amarone Giacomo Montresor 2009, levado pelo Rodrigo. Notas florais, de passas, ervas (sálvia) e chocolate amargo. Gostei dele! É doce mas tem um lado herbáceo e um amarguinho no final que equilibra.
Mais à direita, um grande Val de Flores 2007, levado pelo Joãozinho. É para completar a vertical aqui no blog, onde já foi descrito o 2005 e 2006 (clique aqui). É mais austero que seus irmãos anteriores, e menos doce. Malbec clássico, com notas de amoras, figo e mirtilo, mas com uma bela acidez e mineralidade em boca. Lembrou a diferença de estilo do Cheval des Andes 2007 para seus irmãos. Um vinhão!
E segue na foto um Valmarino Reserva de Família 2008, que levei embrulhado e que agradou todos os confrades. Alguns chutaram ser um chileno de estirpe, destacando a Cabernet Sauvignon. O Tonzinho mandou ser um americano, enquanto outros ficaram indecisos. Bem, o vinho é feito com Cabernet Sauvignon (30%), Cabernet Franc (30%), Tannat (30%) e Merlot (10%). Passa 15 meses em carvalho. É um vinho bem aromático, com notas de cassis e amoras, em um fundo apimentado (mas sem exagero). Em boca é de médio corpo, mostrando boa fruta, acidez correta e taninos finos. Tem frescor e um lado seco que me agrada muito. Um ótimo vinho! Famoso quebra preconceito! Lembrou-me o chileno Erasmo. Ficou bem na fita frente aos outros vinhos da noite, com a diferença que custa muito menos. Bem, eu sempre achei os vinhos da Valmarino muito bons. Seu Cabernet Franc é uma beleza. Recomendado!
Seu
vizinho na foto era um ótimo Cabernet Sauvignon americano, o Obelisco Red Mountain Cabernet
Sauvignon 2010. Um CS elegante, muito refinado, com notas de cassis e um
toque apimentado sem exageros. É mineral e sem aqueles exageros de
baunilha e tostado encontrados em muitos vinhos americanos. De primeira!
Perfeitamente bebível agora, mas tería bom futuro na adega. Classudo!
À sua
direita um Liguai 2010, da
Perez Cruz, levado pelo Paulinho. É um corte de Syrah (50%), Cabernet Sauvignon (30%) e Carmenére (20%), que passa 16 meses em barricas. Como o
seu irmão de 2007, que bebi tempos atrás, é bem nervoso logo ao ser aberto. Bem
apimentado... Notas de cassis, amoras e chocolate. Bom vinho, mas precisa descansar um bom tempo na
adega para amaciar. Para ser apreciado agora, tem que respirar em decanter
para se equilibrar.
O JP
levou um La Casilla 2011,
vinho das Bodegas y Viñedos Ponce, vinícola familiar de Manchuela. É feito com
a uva autóctone Bobal, cultivada de forma orgânica e biodinâmica. Mostra notas
de ameixas maduras em meio a tabaco e notas minerais. Tem boa intensidade e
taninos bem macios. Gostei bastante do vinho. Um dos melhores da noite. Novidade prá turma!
Bem, e
a última garrafa é de um Chateauneuf
du Pape Domaine de Cristia 2005, levado pelo Paolão. Pena: Estava
estragado! Até com aromas cetônicos. Não há como tecer comentários.
Isso aí!
Grande noite, por coincidência, essa semana bebemos aqui um Val de Flores 2006, junto com o Shiraz Casa Marin 2005. Concordo com vc sempre, chega a ser chato, não gosto nenhum pouco do Tikal, ainda bem que não tenho mais garrafas desse vinho. Uma pena esse chateauneuf du pape estar estragado é um grande vinho. Mais um post de responsa, Valmarino, em termos comerciais, junto com Vila Francione são os melhores produtores brasileiros, esse vinho que postaste é ótimo e seu cabernet franc está sempre aqui em minha taça, diria adega, mas o bicho não dura duas semanas. Grande abraço!
ResponderExcluirOi Hélio,
ExcluirPena mesmo o Chateauneuf não estar bom... Bem, mas espero que meu amigo tenha outra garrafa dele para se redimir...rs.
Os vinhos da Valmarino são mesmo muito bons. E com uma vantagem grande sobre os Francioni: O preço!
Grande abraço,
Flavio