E como sempre acontece, no final de ano o amigo Tony Conde, atualmente residente nos EUA, nos visita e traz vinhos diferentes para experimentar. E desta vez foi a melhor delas. Cheguei na casa do JP, onde o evento sempre acontece, quando já haviam "evaporado" uma garrafa de um Chard muito fresco, sem barrica, que gostei bastante. Era o californiano de Sonoma, o Martin Ray Chardonnay unoaked 2010. Notas gostosas de melão e pera, bem atraentes. Pena que só bebi umas gotas... rs.
Depois bebemos um outro californiano, agora tinto, da vinícola Shannon Ridge, o Wrangler Red Ranch Collection 2008. É um corte complexo (37% Zinfandel, 35% Syrah, 18% Petite Sirah, 5% Barbera, 3% Mourvédre e 2% Tempranillo). O vinho passa 14 meses em barricas francesas e americanas. É muito gostoso, com notas de groselha, cereja marrasquino e um fundinho de baunilha. É muito redondo em boca, com taninos muito sedosos. Um dos melhores da noite.
Passamos então para um Zinfandel, o Melanto Terrace 2007, do produtor Buford e Brown. É um bom Zin, com notas de frutas vermelhas, anis e alcaçuz. É de uma linha mais leve que os tradicionais Zins californianos, que geralmente têm mais peso. Bom vinho, mas que não chegou a empolgar.
Daí, passamos para o Montoya Pinot Noir 2009, de Central Coast. É um Pinot típico do novo mundo, um pouco doce, com notas de framboesa e cereja. Gostoso, mas se fosse um pouquinho menos doce ficaria melhor.
Bem, aí saimos dos californianos e fomos para aquele que achei um dos tops da noite, o Georges Duboeuf Morgon Jean Descombes 2009. Geoges Duboeuf é um grande negociante de Beaujolais, mas que produz também seus próprios vinhos. Morgon é um dos dez Cru de Beaujolais, onde são produzidos vinhos de qualidade bem superior aqueles conhecidos das AOC Beaujolais e Villages. Nos dez Cru são produzidos vinhos mais elaborados, e no Cru Morgon, em particular, vinhos mais longevos. Este Jean Descombes 2009 estava uma maravilha! Muita fruta, com notas de framboesa e amora, em meio a notas florais, muita mineralidade e uma acidez vibrante. Uma delícia de vinho! Foi aí que o amigo Tony disse que ele foi o número 21 na lista dos Top 100 da WS em 2011, com 93 pontos. Merece! Quem só conhece os Beaujolais alegres e descompromissados precisam experimentar este, para ver como podem ser produzidos vinhos complexos com a Gamay.
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LAN Reserva 05 e o Tony ao fundo, clicando |
E quando acabamos com os vinhos do Tony, o JP abriu uma garrafa do Riojano LAN Reserva 2005, que já fora oferecido por ele em outra oportunidade (clique aqui). Mas esta garrafa estava melhor. As notas de licor de cereja, em meio a notas de tabaco e casca de laranja, faziam do vinho uma delícia! Em boca, muito redondo, gostoso, com taninos levemente terrosos e final médio. Ficou alí no topo, junto com o Morgon. Nós bebemos também um de Ribera Del Duero, o Embocadero 2009, que estava jovem, mas também muito bom. É um vinho que não parece muito com a maioria de Ribera Del Duero, mas que tem muita presença, com notas de amora, tostadas e balsâmicas. É um vinho com bom corpo e boa mineralidade. Uma novidade da Gran Cru. Esqueci de tirar foto dele...
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Gruet Blanc de Noirs - Uma bela surpresa |
E deixei para o final um espumante de primeira, também trazido pelo amigo Tony, o Gruet Blanc de Noirs NV. Pois é amigos, os gringos estão fazendo excelentes espumantes, e a preços mais do que convidativos (pelo menos por lá... rs). E este também ficou na lista dos Top 100 da WS, na posição 43, com seus 90 pntos. Isso foi, obviamente, ajudado pelo belo preço (~14 doletas), mas a qualidade do vinho é alta. Ele é vibrante, gostoso, rico, com notas de maçã, pera e aqueles aromas gostosos de padaria às 6h00 da manhã. Uma belíssima surpresa feita em Albuquerque, Novo México (pois é... rs). Não sei se é vendido no Brasil, mas eu gostaria muito de experimentar outra garrafa deste.
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