quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O que dizer de um amigo que oferece um BAROLO PAOLO SCAVINO CAROBRIC 1997, um gigante de safra maravilhosa?

Nessa última semana o amigo João Paulo (JP) brindou um pequeno grupo de amigos (no qual eu estava incluído, claro) com um Barolo Paolo Scavino Carobric 1997. Obviamente, não apreciamos apenas este vinho, mas decidi fazer uma postagem separada para ele, que para este que vos escreve, foi o rei da noite e merece destaque especial. Os vinhos Paolo Scavino são produzidos desde 1921, em Castiglione Falletto, centro da área de Langhe. Atualmente, quem conduz a propriedade é Enrico Scavino, filho do fundador Paolo Scavino, que faleceu em 1984. A vinícola é muito tradicional e produz grandes Barolos. 
O Barolo Carobric carrega este nome em homenagem aos vinhedos de onde provêm as uvas que são utilizadas em sua elaboração: Cannubi, Rocche di Castiglione e Bric del Fiasc (em dialeto Piemontês, Bricco Fiasco em italiano). 
Cannubi fica na confluência da região tortoniana com a helveciana, e é o mais conhecido vinhedo da região, onde foi feita a primeira garrafa documentada, o Cannubi 1792.  
Rocche di Castiglione e Bric del Fiasc ficam mais a leste, em Castiglione Falletto, do lado helveciano (onde são produzidos vinhos mais encorpados). O produtor cita que 3 tenores são mais efetivos que um coral. Por isso, os 3 vinhedos devem gerar um vinho muito complexo. O primeiro Carobric foi produzido na excepcional safra de 1996, e o que bebemos foi feito logo em seguida, na também excepcional safra de 1997. 
Segundo o próprio site da Azienda Agricola Paolo Scavino, a safra de 1997 gerou Barolos ricos, profundos, muitos estruturados, feitos com uvas bem maduras devido ao outono quente. Aliás, no site  é mostrada uma tabela com as melhores safras de Barolo, com descrições de quem entende, ou seja, o produtor (clique aqui). A partir da década de 90, destaque para as safras de 1990, 1996, 1997, 1999, 2000 (vinhos mais prontos para beber entre duas grandes safras de vinhos mais longevos) e 2001. Na tabela ainda não são citadas as safras mais recentes, como as ótimas de 2004, 2006 e 2007.
Mas voltando ao Carobric 1997, ele foi maturado por 12 meses em barricas e 12 em cascos de carvalho francês. Depois dessa maturação, descansou 12 meses em garrafa antes de ser comercializado. O vinho tinha uma cor rubi escura, concentrada. Foi o primeiro a ser aberto na noite, mas o bebemos depois de apreciarmos 3 vinhos, enquanto o danado descansava em decanter. Logo ao ser aberto se mostrava nervoso, meio fechadão. Mas depois de descansar, mostrou aromas riquissimos de ameixa seca, café, trufas, alcaçuz, defumado, cravo e aí vai... Em boca era um vinho encorpadão, denso, mas com taninos já amaciados pelo tempo. O final era longuíssimo. Vinho para se tomar de joelhos (como na foto abaixo...). Não tenho outra definição: Maravilha! Já disse ao JP: Não tem "rabo amarelo" ou Palo Alto que o faça perder pontos este ano! Tá consagrado! Obrigado meu amigo! Esse vou retribuir à altura! E volto ao título da postagem, o que dizer de um amigo que oferta um Barolo desses? Fica para o leitor a conclusão.

Nota: Os vinhos Paolo Scavino são importados pela Vinci, que infelizmente, não tem o raro 1997... Vi no site o Bric del Fiasc 2003, que é da mesma estirpe do Carobric, mas não da excepcional safra de 97. E para quem gosta de notas, ele é o Carobric mais pontudado pela WS: 96 pontinhos!

8 comentários:

  1. Bom dia Caro Confrade,
    Obrigado pela generosidade com as palavras.
    As portas estão sempre abertas para o amigo,principalmente se quiser "retribuir à altura".
    Grande noite regada a boa companhia,bons vinhos e ao já famoso "Ragú do Flavitz".
    Obrigado,
    Abs, JP

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    1. Bom dia Caríssimo JP!
      Eu que agradeço meu amigo. Sem dúvida terei que retribuir à altura (o que não será fácil...). Mas me esforçarei. Realmente a noite foi grandiosa. E meu Ragú continua fazendo sucesso...rsrs. Bem, logo postarei sobre os outros vinhos.
      Abração,
      Flavitz

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  2. Flavio,
    A fluência das palavras por si só demonstra que o vinho encantou.
    E essa foto "de joelhos" não deixa dúvidas.
    Aliás, já vi muitos escreverem que o vinho "deveria ser tomado de joelhos", mas com foto e tudo foi demais (rs).
    Vejo que estás inclusive proferindo uma declamação ao líquido (rs). Show!
    Abraço!

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    1. Amigo Alexandre,
      Muito obrigado pelo gentil comentário. Realmente, tive que ajoelhar - O Barolão estava maravilhoso! E minha vontade era mesmo declamar uma "ode ao Barolo" naquele momento...rs. Vou pensar em uma! As sugestões do amigo, que tem veia poética, são bem-vindas!!!
      Grande abraço,
      Flavio

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  3. Flávio, esse seguramente vai pra lista de tops da década!
    Não deu vontade de guardar uma amostra? Se tivesse um Barolão 1997, deixaria 5ml num vidrinho na estante pra eternizar o momento (e repetir o causo pros amigos infinitamente, rsrs).
    Abs

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    1. Sem dúvida Vitor! O danado estava tão bom que nem cogitei a possibilidade de guardar uma (pequena) amostra. É uma ótima idéia: Fazer uma garrafinhas pequenas (bem pequenas...rs) para guardar amostras dos vinhos históricos. Vai fazer sucesso. Bem, se sair uma patente a gente "méia", como se diz lá em Minas, rsrs.
      Abração,
      Flavio

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  4. Olá Flavião!
    Tudo bem meu amigo?
    Estou com uma oportunidade de mandar vir umas botellas de lá da "bota"..rs... e dentre eles um scavino está na lista. Li muito a respeito do Bric del fiasc e estou na dúvida. Vc tem alguma experiência com o Bric? A safra em questao nao é a melhor (2011) porém é difícil conseguir achar num mesmo lugar todos os vinhos aliados às safras que se deseja.Além desse vem um galatrona,um flaccianello e um Biondi. Ano passado tive com um galatrona na mão e não coloquei na mala, depois me arrependi, mas dessa vez nao escapa..rsr
    Isso aí meu amigo, bons caldos SEMPRE!
    abraço
    Marcelo-Blumenau-SC

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  5. Grande Marcelo!
    Tudo em paz, meu amigo. E você?
    Infelizmente não conheço o Bric, mas deve ser coisa grande...rs. Vi que o 2011 foi o melhor Scavino avaliado pela WS na safra. Embora isso não seja uma verdade absoluta, pode ser um indício de que realmente se trate de coisa boa. Ainda que a safra 2011 fique um ouco atrás da maravilhosa 2010, ela foi considerada das grandes e parece ter originado grandes vinhos. Dias atrás experimentei um Barolo e também um Brunello 2011. Estavam novos, mas excelentes...
    E ainda vem Galatrona, Flaccianello e Biondi? Uau! Três preciosidades! Dá água na boca só de pensar nesses vinhos. Você adorará o Galatrona. É um vinho grandioso! Potência e elegância agregadas.
    Bem, depois me fala o que achou deles...
    Grande abraço e grandes vinhos, SEMPRE!
    Flavio

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