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Pinot, em taça de Pinot! |
Desde que apreciei o Rubaiyat 2006, Syrah natural da vinícola espanhola Barranco Oscuro, fiquei impressionado. Até escrevi algumas linhas aqui no blog sobre os vinhos naturais espanhóis (clique aqui). Bem, como comentou o amigo Eugênio, o simples fato de ser natural não garante que o vinho seja bom, mas quando se obtém um belo vinho, com a prática natural, aí a coisa pega! É o caso do Rubaiyat e deste Cauzón Pinot Noir 2007, da Bodega Cauzón, de Granada, trazido pelo amigo Marcelinho Vascaíno, da própria cidade. O produtor, Ramon Saavedra, começa seu blog com a frase "Se dice lo que se hace, se hace lo que se dice"! É a máxima dos produtores naturais espanhóis.
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O rótulo é uma obra de arte |
O vinho é feito com uvas cultivadas organicamente, sem adição de sulfitos, nem filtração ou clarificação. A fermentação é realizada pelas próprias leveduras das uvas (que alguns chamam de "indígenas"). Foram apenas 900 garrafas produzidas nessa safra. O vinho matura por 12 meses em barricas de carvalho francês. Como todo vinho natural, deve ser decantado e aerado por agitação vigorosa para liberar o CO2. O vinho em questão tinha bastante sedimento na lateral da garrafa, o que tornou a decantação absolutamente necessária. Sua cor difere dos Pinot Noir tradicionais, sendo mais escura, como se homenageasse sua terra natal, a bela Granada! Ao nariz, mostra notas de morangos silvestres, groselha e muita mineralidade. Com o tempo no decanter, foram surgindo notas terrosas e especiadas. Em boca, boa fruta, muita mineralidade, folhas secas e acidez vibrante. Os taninos são secos e corretos. O álcool, em seus ótimos 12,5%, está perfeitamente integrado. Vinho gastronômico e que implorou por um Confit de Pato, como o que apreciei em Alicante acompanhando um El Linze... Bem, ficará para a próxima... É um ótimo vinho, mas para paladares diferentes daqueles apaixonados pela maioria dos Pinot novo-mundistas, doces, repletos de fruta e madeira. Vinho sem maquiagem.
Abaixo coloco um texto do produtor, que achei bem legal.
SE DICE LO QUE SE HACE, SE HACE LO QUE SE
DICE (por Ramón Saavedra - Bodega Cauzón)
Esta es la filosofía que se aplica, en la
forma de trabajar en el viñedo y en la bodega, nunca en otro trabajo me había
sentido tan útil como en el campo, sobre todo por el aprendizaje que dia a dia
nos transmite la madre tierra y cualquier cosa que brota de ella, sin atajos en
el tiempo y sin escatimar en esfuerzo, así cuando veo los resultados de ese
esfuerzo diario, aprendo lo que las plantas son capaces de enseñarme cada dia,
que no es poco! por todo esto, brindo por los que aman su trabajo!
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Agite em decanter para aerar. Essencial para vinhos naturais. |
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12,5% de álcool. Isso é bom! |
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Rótulo de lado, mostrando o ano |
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Cor granada, mais escura que os Pinot tradicionais |
Bela dica de decantar e aerar esse vinho Flavio. Esse tem importador por aqui?
ResponderExcluirCom certeza esse pinot era mais claro, mas ao ser tocado por um "Vascaíno" começou a oxidar imeditamente...kkk...Brincadeira.
Grande Eugênio!
ExcluirObrigado! Estou rindo aqui da cor do Pinot...rsrs. Acho que na hora que ele viu que seria apreciado por um cruz-maltino, começou a oxidar pela preocupação em agradar...kkkk.
Então, eu acho que não tem importador no Brasil. Seria uma ótima ter, pois além deste ótimo Pinot, o enólogo produz outros vinhos que parecem interessantes, como um corte 50% Tempranillo e 50% Merlot e um branco de Sauvignon Blanc, Chardonnay, Viognier e uma pitada de Torrontés. Quem sabe um dia a Casa do Porto não se arrisca? Aquele Acinipo, que postei aqui no blog, era importado por eles.
Abração!
Flavio
Mas que pintura esse vinho, Flavio!
ResponderExcluirDepois do teu comentário fui procurá-lo e que maravilha.
Cor distinta para um pinot.
Legal!
Oi Alexandre!
ExcluirO rótulo é lindo e o vinho, muito bom! É um Pinot muito particular, menos doce que aqueles do novo-mundo e bem mineral. Acho que você vai gostar. Talvez a Casa do Porto o tenha. Este foi trazido por um amigo, da Espanha.
Abraços,
Flavio