segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Noite boa na Confraria: Taittinger, Romaneira Rosé, Pago Florentino, Marquis de Bordeaux, Chateau Gouprie e Tons de Duorum

Taittinger, Romaneira Rosé, Pago Florentino, Marquis de Bordeaux, Chateau de Gouprie e Tons de Duorum
Há umas duas semanas, apreciamos bons vinhos na confraria. Foram 3 ibéricos e 3 franceses...
O amigo Rodrigo, em homenagem ao confrade Paolão, levou um Champagne Taittinger. Aqui, não há muito o que comentar, pois trata-se de champagne tradicional. O que me chamou a atenção nele foi o frescor. Não tinha exagero de levedura, com as notas de panificação presentes mas na medida, sem sobrepujar a fruta. As notas cítricas davam o tom, com presença também de um fundo de maça. Muito bom!
O Fernandinho abriu um Romaneira Rosé 2009, e para mim, este foi a (boa) surpresa da noite. O vinho é feito com Tinta Roriz (50%) e Touriga Franca (50%) de videiras com mais de 20 anos de idade. Vinho de cor muito bonita (veja a taça...) e bastante agradável. Ao nariz mostra notas de frutas silvestres, cereja e um fundinho de tabaco. Em boca tem presença e é muito fresco. Uma delícia de rosé. Para repetir! Recomendado.
Eu levei um Pago Florentino 2008, de Arzuaga Navarro. A vinícola produz verdadeiras preciosidades de Ribera del Duero. Bem, o produtor, que possui uma excelente estrutura para turismo, incluindo um grande e luxuoso hotel, é vizinho de Vega Sicilia e Pingus... Boa vizinhança, não? É sempre um dos primeiros produtores que visito nos Decanter Wine Show. Tempos atrás, abri para os amigos da confraria um grande vinho do produtor, o Reserva Especial 2001! Sedosidade incrível! Mas a vinícola produz vinhos também em outras paragens, mais especificamente, na região de Toledo, Castilla La Mancha, entre Madrid e Córdoba. Até o momento, um único vinho é produzido, e é feito com uvas da Finca El Solana, que tem como característica receber uma grande quantidade de sol durante todo o dia (a noite, não...rs).  O vinho, produzido com a uva Cencibel (nome da Tempranillo na região), se chama Pago Florentino em homenagem ao patriarca da familia Arzuaga, Sr. Florentino Arzuaga. Ele matura por 12 meses em barricas novas de carvalho francês, e é engarrafado sem clarificação ou filtração. É um vinho que tem na fruta madura sua principal característica. É potente, aromático, com notas de cereja preta, amora madura, balsâmicas, minerais e de baunilha. Em boca é amplo, de mastigar, com muita presença e taninos muito maduros. Lembrou-me um pouco vinhos da Catalunha. Segundo o produtor, é vinho para ser bebido na plenitude de sua juventude. Eu gostei muito dele agora, mas acho que uns aninhos lhe farão bem, pois tem muito potencial para guarda. Vale a pena experimentar.
O amigo Paolão levou um bordozinho bem justo pelo preço, o Marquis de Bordeaux 2010. O vinho é feito com Merlot (65%) e Cabernet Franc (35%). A mistura ficou boa e a Cabernet Franc dá o toque apimentado no vinho. Notas de amora e cereja se mesclam a notas de banilha, tostadas e grafite. Em boca é leve, com boa acidez e taninos presentes. Perfeito para acompanhar comida. De novo, um bom vinho pelo seu preço, oferecendo mais que outros bordeaux simples, e mais caros...
O JP levou um Chateau Gouprie 2006, da vinícola Moze-Berthon. Aqui trata-se de um vinho que fica em um degrau acima em relação ao anterior, já mostrando mais complexidade. É um pomerol que apresenta um corte de Merlot (75%) e Cabernet Franc (25%), muito próximo do Marquis. A maturação foi feita por 12 meses, em barricas de primeiro (50%) e segundo uso (50%). O vinho, de cor rubi bonita, apresentava notas de groselha, framboesa, leve tabaco e alcaçuz. Em boca era leve, sedoso, redondo, até um pouco glicerinado. Um bom vinho, mas que poderia ter mais pegada. Acho que a safra não ajudou muito.
E parar finalizar, um vinho levado pelo amigo Tonzinho, que para brincar com seu nome, levou um Tons de Duorum 2009. O vinho é o básico da Duorum, que é um projeto de dois grandes enólogos  portugueses (daí o nome Duorum...): João Portugal Ramos e José Maria Soares Franco. O projeto é novo, tendo se iniciado em 2007, mas já tem produzido grandes frutos. O Tons de Duorum é feito com Touriga Franca (50%), Touriga Nacional (30%) e Tinta Roriz (20%), com maturação em barricas usadas de carvalho francês e americano, por 6 meses. Ao nariz mostra notas de amora, cereja, leve chocolate e alcaçuz. Em boca tem bom corpo, taninos corretos e boa acidez. Um vinho muito bom pelo seu preço. Inclusive, já andou ganhando bom reconhecimento da crítica. Eu acho que a WS exagerou um pouco, lhe outorgando 90 pontos, como fez para o Cabriz Colheita 2008. São, inclusive, vinhos com qualidades similares, assim como o Ciconia. Sem dúvida, ótimo para um festinha e para o dia-a-dia, e mostra que a Duorum veio para ficar.

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