Um amigo me recomendou há tempos os vinhos da vinícola chilena Perez Cruz. Eu nunca havia tido a oportunidade de provar um, até que encontrei este Perez Cruz Liguai 2007 a um bom preço em uma loja no sul. O vinho, de gama superior da vinícola, é um corte de 40% Syrah, 30% Cabernet Sauvignon e 30% Carmenére. A maturação é feita por 16 meses em barricas novas de carvalho francês. Sua cor é muito bonita, rubi escura bem brilhante, e seus aromas muito ricos, com notas marcantes de cereja preta, cassis, mirtilo, mentol, café e alcaçuz. Confesso que o álcool, do alto de seus 14,5%, se destacou um pouco ao nariz. Mas nada que incomodasse (e que o tempo não resolva). Em boca o vinho é potente, com taninos marcantes (o tempo lhe fará bem), ótima acidez, mineralidade e final longo. É um vinho complexo, muito bom agora, mas que ganhará muito com uns anos de adega. Seus taninos anseiam por uma carne gordurosa. Se for apreciá-lo, deixe respirando em decanter por 1-2 horas para amaciar, porque o danado é parrudo. É um vinhão! Apresentei-me a Perez Cruz, por cima...rs. O Quélen que me aguarde.
E no dia seguinte, como estava?
As impressões acima foram tiradas logo ao abrir o vinho, e com pouco tempo de taça. Além disso, foi apenas uma boa taça (grande...rs) apreciada. Eu fechei então os 2/3 da garrafa que sobrou com vacuvin, guardei sob refrigeração, e levei para o pessoal apreciar no outro dia, na reunião da confraria. E para minha surpresa, estava melhor ainda que no primeiro dia! O pouco álcool que se mostrava no primeiro dia já não mais o fazia, e tudo ficou mais bem integrado. A Cabernet, que reinava no primeiro dia, deu lugar à Carmenére, que se destacou, principalmente no final da garrafa. Toques especiados muito gostosos foram aparecendo aos poucos em meio à fruta vermelha. Uma beleza! Isso só mostra o tanto que é importante beber o vinho do jeito certo, na hora certa e ter paciência. Por isso, grandes vinhos, bebidos em grandes turmas, rapidamente, podem até mesmo decepcionar...
Nota: Mas não é com qualquer vinho que se pode fazer isso, não! Isso é para vinho estruturado, de peso, como bons Brunellos, Barolos, um bom Numanthia (clique aqui) e outros parrudos. É por isso que o grande Biondi-Santi fica "bravo" com quem critica seus vinhos, e não atendem a recomendação de abrir com um dia de antecedência, como consta em seu site: "Stappare e scolmare un po'le bottiglie circa 8 ore prima della degustazione"! Ou seja, abra a garrafa, tire um pouquinho de vinho dela e aguarde no mínimo umas 8 horas antes da degustação. Na Toscana, alguns colocam a garrafa na janela para respirar. Aqui no Brasil isso seria meio perigoso...rs.
E no dia seguinte, como estava?
As impressões acima foram tiradas logo ao abrir o vinho, e com pouco tempo de taça. Além disso, foi apenas uma boa taça (grande...rs) apreciada. Eu fechei então os 2/3 da garrafa que sobrou com vacuvin, guardei sob refrigeração, e levei para o pessoal apreciar no outro dia, na reunião da confraria. E para minha surpresa, estava melhor ainda que no primeiro dia! O pouco álcool que se mostrava no primeiro dia já não mais o fazia, e tudo ficou mais bem integrado. A Cabernet, que reinava no primeiro dia, deu lugar à Carmenére, que se destacou, principalmente no final da garrafa. Toques especiados muito gostosos foram aparecendo aos poucos em meio à fruta vermelha. Uma beleza! Isso só mostra o tanto que é importante beber o vinho do jeito certo, na hora certa e ter paciência. Por isso, grandes vinhos, bebidos em grandes turmas, rapidamente, podem até mesmo decepcionar...
Nota: Mas não é com qualquer vinho que se pode fazer isso, não! Isso é para vinho estruturado, de peso, como bons Brunellos, Barolos, um bom Numanthia (clique aqui) e outros parrudos. É por isso que o grande Biondi-Santi fica "bravo" com quem critica seus vinhos, e não atendem a recomendação de abrir com um dia de antecedência, como consta em seu site: "Stappare e scolmare un po'le bottiglie circa 8 ore prima della degustazione"! Ou seja, abra a garrafa, tire um pouquinho de vinho dela e aguarde no mínimo umas 8 horas antes da degustação. Na Toscana, alguns colocam a garrafa na janela para respirar. Aqui no Brasil isso seria meio perigoso...rs.
Mandou bem, Flávio!
ResponderExcluirSou fã da Perez Cruz, principalmente do seu Syrah. Ainda não provei o Liguai, mas tô vendo faz jus à fama. Tô de olho tb no Petit Verdot deles, o Charski.
Vou seguir a dica no meu próximo toscano: tirar uma tacinha e deixar na sacada. Afinal, moro no 16º andar, acho que não tem tanto risco...
Abs.
Grande Vitor!
ExcluirObrigado! Rapaz, eu gostei bastante do Liguai. Por outro lado, alguém já me disse que o Syrah é um dos melhores e que o Charski é uma beleza! Quero experimentar.
Então, acho que você não terá mesmo problemas em deixar o Toscanão na sacada...rsrs. Só se tiver um homem-aranha enófilo!!! rsrs.
Abraços,
Flavio