Não preciso repetir que sou fã dos vinhos de Marco Danielle. Todos que bebi até hoje me deixaram felizes. É só buscar aqui no blog FULVIA, e verá do que estou falando. Mas dessa fez, o vinho apreciado foi o Tormentas Rosé Garagem 2011, uma tiragem especial que foi vendida apenas en primeur. Apenas 270 garrafas foram produzidas. Segundo o próprio Marco "tamanha é a
familiariedade com um vinho francês (origem da casta), que lhe resulta difícil,
ainda que de longe, apreciá-lo sem fechar os olhos e contemplar o panorama ao
alto das colinas de Sancerre, com seus vinhedos a perder de vista". É um Rosé feito com Pinot Noir vinificada em branco, com cor de laranja-sangue... O vinho utiliza leveduras enológicas em sua fabricação, mas em interação com as selvagens. Não há adição de SO2 no engarrafamento, não é filtrado, nem sofre colagem. É um rosé fresco, leve, mas com presença. Além da fruta silvestre, tem um toquezinho de tabaco bem gostoso. Gostei muito dele. Aliás, não sei se era o correto, mas fiz o mesmo que geralmente faço com o FULVIA PINOT NOIR, colocando em decanter e aerando. Acho que funcionou da mesma forma. Que ótimo que pude desfrutar de uma destas poucas 270 garrafas produzidas. E ainda tenho uma garrafa que vou guardar. Segundo o Marco, diferentemente da maioria dos rosés, este pode ser guardado e deve evoluir. Abaixo coloco texto do vinhateiro, que consta no site do Atelier Tormentas.
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NOTA DO
VINHATEIRO (Marco Danielle)
Segundo
rosê de Pinot Noir do Atelier Tormentas, feito sem objetivos comerciais, apenas
para o deleite do vinhateiro que vos escreve. O primeiro foi da safra 2009,
mesmo vinhedo, praticamente o mesmo vinho. O que muda em 2011 é a fermentação
mais completa, gerando um vinho levemente mais seco, com menos doçura residual
que em 2009. Ou seja, um pouco mais de "nervo" - tão importante para
um rosê de caráter, mais clássico e mais gastronômico. Dos vinhos que fiz,
considero esses dois rosês entre meus preferidos para o dia a dia, pela leveza
que dá muito prazer. Pena o desprezo que sofrem os rosês, mesmo junto ao
segmento melhor informado do público. Por certo há muitos rosês comerciais
"mudos" ao redor do mundo (porque pesados e alcoólicos), que
contribuiram para o preconceito generalizado, mas um rosê de estilo europeu e
gastronômico, leve e fresco, pode proporcionar uma explosão de encanto. Rosês
feitos com alma, a partir de grandes matérias-primas, podem significar finas
vinicações em branco feitas com uvas tintas. No caso de um rosê de Pinot Noir,
os resultados podem ser de uma delicadeza e de um requinte impressionantes.
Esse é o espírito em que o Tormentas Rosê Garagem 2011 foi elaborado, e é essa
delicadeza e expressividade que quero compartilhar através desse Pinot Noir
vinificado em branco, de uma sutil cor "casca de cebola". A exemplo
do branco 2011, o rosé 2011 será compartilhado com poucos clientes e amigos. A
exemplo do branco, igualmente, esse rosê inspira-se na incursão pelos porões
gelados dos vinhos naturais do Loire e da Borgonha, que fortemente o
influenciaram. Tamanha é a familiariedade com um vinho francês (origem da
casta), que me resulta difícil, ainda que de longe, apreciá-lo sem fechar os
olhos e contemplar o panorama ao alto das colinas de Sancerre, com seus
vinhedos a perder de vista.
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