quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Acabou o Carnaval: Tondonia Reserva Branco 1999, Chateau Montelena Chardonnay 2012, Pesquera Reserva 2008 e Castello di Ama Chianti Clássico Ama 2010!

Terça-feira de carnaval e recebo uma mensagem do JP no Whatsapp com uma foto do Chateau Montelena 2012... O convite estava feito: O Caião faria uma Paella e íamos matar uns vinhões, claro. Obviamente, demorou no máximo uns 5 minutos para que eu pegasse um vinho na adega e saísse ligeiro para participar da reunião na casa do JP. E o nogoso foi bom, como sempre.

Cheguei lá e já estava aberto um Tondonia Reserva Branco 1999, ofertado pelo JP e já descrito aqui no blog em duas ocasiões (clique). Este dispensa comentários. Quem tem bom gosto tem que amar este vinho...rs. É uma beleza: Amêndoas, mel, damasco e aquele toque de Jerez que dão um charme todo especial. Delícia!
O outro branco, ofertado pelo Caião, foi um belo Chateau Montelena Chardonnay 2012. Este tem toda aquela história atrás, do julgamento de Paris, da vitória sobre os Borgonha, do filme, etc. Não vou me enveradar por este caminho. Quem quiser se divertir, passe na locadora e pegue o filme, que é legal, e conhecerá a história melhor do que eu posso contar. Tire também suas conclusões sobre o concurso... Eu tenho lá minhas dúvidas. Bem, mas quanto ao vinho, eu juro que esperava um Chardonnay a USA, com muita fruta madura, baunilha e mel... Mas não! O vinho não tinha exageros, e sim, muito equilíbrio e vivacidade. Ao nariz, mostrava notas de abacaxi, pêssego e maçã verde, em meio a notas florais, leve mel e baunilha (sem exageros). Em boca mostrava notas de grapefruit, cremosidade, mineralidade e um ótimo frescor, proporcionado por uma bela acidez. É um vinho muito bom, ainda novo, e que teria belos anos pela frente. Delicioso! Um bom apreciador tem que bebê-lo pelo menos uma vez na vida. Não só pela história, mas também pela qualidade. Se compete mesmo com bons brancos da Borgonha? Aí já é outra história...
Bem, indo para os tintos, o Paulinho levou um ótimo Pesquera Reserva 2008. Aqui também é desnecessário gastar muitas linhas. Pesquera é sinal de muita qualidade. Este Reserva era um vinho denso na cor e paladar. Tinha notas de cereja preta e alcaçuz, em meio a notas minerais, tostadas e herbáceas. Em boca mostrava boa intensidade, mineralidade e taninos redondos. A acidez lhe dava frescor, e o final era levemente herbáceo. Diria que é um vinho "menos amigável" que seus irmãos de outros anos e demais Ribera, mostranto até certa austeridade. Eu gosto assim, mas quem quer mais maciez, é só esperar uns aninhos que ele vai se amansar... Belo vinho, claro!
Eu levei um Castello di Ama Chianti Clássico Ama 2010. É um irmão do tradicional "Chianti Clássico" do ótimo produtor. O vinho é feito com uvas (Sangiovese e Merlot) de parreiras mais jovens e matura por 10 meses em barricas de carvalho usadas. Tem uma bela cor rubi e aromas de cereja, cítricos, alcaçuz e canela. Em boca mostra a tradicional sedosidade dos Castello di Ama, em meio a uma bela acidez e mineralidade. Prima pela elegância, em detrimento da potência. Macio e sedento por uma boa carne assada ou um belo Ragu. Destaque em Chianti.
Bem, não está no título do post, mas mandamos ainda dois vinhos de sobremesa. O primeiro, que levei, era um Castellani Sommavite Santovino, que apesar de licoroso, não se mostrou muito doce. No início até parecia ser doce, mas em boca não. Era estranho... Um vinho licoroso que se mostrava seco. Talvez fosse bem com biscoitos, tipo amarettino. Mas com o queijo azul não fez bom par. Ruim não era, mas parecia estranho para quem esperava um vinho doce para acompanhar a sobremesa.
O outro vinho foi ofertado pelo JP, e aí o negócio melhorou. Era um Royal Oporto 10 Anos. Esse sim, acompanhou muito bem a sobremesa, principalmente a Mousse de Chocolate feita pela Dany, esposa do Paulinho. Aliás, a Mousse estava demais! O Porto também, com notas de frutas secas, doce de laranja e tabaco. Muito bom!
Ah, é claro que eu não podia deixar de falar da Paella do Caião, que estava excelente! Vai a foto abaixo.
Isso aí! Bela tarde na casa do JP!







2 comentários:

  1. Belíssima postagem, Flavio.

    Rapaz, tenho muita curiosidade no Chateau Montelena. Tratei um, de todo jeito, quando for aos EUA.

    Agora, Tondonia é outro nível. Não tive a oportunidade de tomar ainda algum branco realmente grande da Borgonha, mas, dos brancos que tomei, o único que briga bem com o Tondonia é o nosso amigo velho Bussaco.

    Por que estes vinhos ainda são tão pouco falados? Prefere-se pagar mais de 50 dólares em algum branco chileno do que pouco mais de 20 euros num Bussaco, e, sendo lá no Palácio, escolhendo a safra. Vá entender.

    Abraço forte,

    Roberto.

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    1. Obrigado, Roberto!
      Sabe que eu ficava meio desconfiado em relação ao Montelena. Pensava que era mais marketing que qualquer outra coisa... Mas o danado é bom mesmo. Vale a pena experimentar.
      Quanto ao Tondonia, é sempre uma beleza. Também não entendo por que ainda é discreto no mundo do vinho. Mas eu prefiro assim. Que ele fique bem quietinho e sempre excelente! O mesmo vale para os grandes Buçaco, que concordo com você, são outras preciosidades!
      Abração,
      Flavio

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