segunda-feira, 22 de outubro de 2012

NÃO é só COMER FILET, tem que ROER OSSO também: VINHOBÃO teve seu dia de TORO LOCO

Bem, depois de todo o auê feito em torno no Toro Loco 2011, dividi com um amigo uma compra e abri uma garrafa nessa última sexta-feira para ver qual era a dele. Claro que não poderia nutrir expectativas por um vinho que custa menos de 4 libras lá fora, e que chegou aqui por bons 25 Reais. Mas considerando que uma turma lá no Reino Unido havia premiado o danado, o colocando à frente de vinhos 10 vezes mais caros (?), resolvi encarar o taurino. Bem,  o vinho tem cor rubi-violácea, aromas frutados de cereja fresca e groselha, com um toque floral. Em boca é leve e a acidez é boa, fazendo dele um vinho fresco. Os taninos se fazem sentir um pouco, fruto da juventude. O final de boca mostra um amargor que me incomoda. Aliás, amargor que não me incomoda, é o de Amarone. Aqui vale uma nota: A percepção do amargo depende de características genéticas e bioquímicas, e varia entre as pessoas. Desta forma, o que pode parecer amargo para uma pessoa, pode não ser para outra. Aliás, é uma das práticas legais da disciplina fisiologia. Voltando ao vinho, com comida ele melhorou um pouco (bem pouco). O vinho é leve e completamente unidimensional - Não muda um milímetro com tempo em taça. Aliás, vai piorando, como previsto para um vinho simples.  Por outro lado, falta-lhe alma e tipicidade espanhola. Eu, que gosto e costumo beber frequentemente vinhos espanhóis, não seria capaz de reconhecer sua nacionalidade, de maneira alguma. 
De resto, por 25 pilas, não esperaria mais. Ou melhor, por esse preço dá prá comprar um Clos de Torribas Crianza, que lhe supera, ou com mais uns reaizinhos, compro em São Carlos o português Cicônia,  o Flor de Crasto e outros com mais estrutura e que dão mais prazer. Mas isso não quer dizer que o Toro seja um vinho ruim e para jogar no ralo. Dá para beber e o preço está de acordo com o que ele oferece. E só!

Tenho algumas hipóteses para tentar explicar o alarde que os caras no Reino Unido fizeram em cima dele:


1. Os caras estavam indo para uma degustação de Whiskys e entraram por engano em uma de vinhos;
2. Os caras já estavam "mamados";
3. Os vinhos que o Toro enfrentou tinham acabado de chegar de viagem, trazidos na caçamba de uma camionete com a suspensão quebrada, sob o sol do meio-dia, ou...
4. Era um Caballo, não um Toro, que beberam!!! rsrs... 

6 comentários:

  1. Flavio,
    Gostei da tua avaliação, com a credibilidade de quem degusta bons vinhos espanhóis.
    No mais, acho que foram as quatro hipóteses juntas. Kkk
    Abraço!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Amigo Alexandre,
      Realmente os vinhos espanhóis estão entre os meus prediletos, e tenho tido a sorte de degustar bons exemplares.
      Estou aqui rindo de sua conclusão, das quatro hipóteses... rsrs. Eu tinha pensado em uma delas só. Mas acho que as quatro podem se encaixar. E eu colocaria uma quinta: Os caras estavam na carroceria da camionete também!!! kkkk.
      Abraços,
      Flavio

      Excluir
  2. Flávio,
    Admiro sua coragem. Nem provei o dito cujo.
    O marketing pegou pesado demais, me deixou espantado. Nunca tinha visto uma campanha tão intensa. "Cooompre, cooompre...". Pulei fora.
    Muita gente ganhou dinheiro fácil nessa, hein?!
    Abs.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. kkkkk... Depois é o Toro que é Loco!!! rsrs. Eu acabei aproveitando um pedido de um amigo, que é sócio da Wine, e peguei um para brincar com meus confrades aqui. Quando saiu a enxurrada de postagens metendo a boca, pensei comigo: Dancei! Mas já era tarde. E o pior: dei uma garrafa para um amigo, mesmo antes de experimentar! Estou achando que agora é um ex-amigo...kkkk.
      Rapaz, realmente, que campanha forte foi, não? Imagina o quanto vendeu? Mas não sei se isso não acaba prejudicando futuras promoções.
      Bem, não se preocupe em provar o Toro Doido - Não fará falta alguma...rs.
      Abraços,
      Flavio

      Excluir
  3. Gostei do seu comentario, porém provei este vinho numa degustação as cegas que meu amigo Marcelo somellier do Emporio JF de Vinhedo, nos proporcionou num encontro.
    Ninguem definiu bem o vinho, isto me leva a acreditar que para avaliar um vinho só há um jeito, degustar sem saber o que se esta degustando, ai sim quero ver quem define quanto vale, o que esta degustando, de onde vem, etc.Em tempo, quem estava presente eram apenas enófilos que vez ou outra se encontram para degustar alguns rotulos e comentar o que acharam, dando opiniões de quanto vale, qual a uva, e de onde é, normalmente se erra quase tudo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Caríssimo,
      Muito obrigado pela visita e comentário! Realmente é muito difícil saber o que se degusta, se for às cegas. Mesmo com muita litragem, a coisa fica dificil. Mas dá para acertas umas... No caso do Toro Loco, não dá para notar sua nacionalidade, pois não carrega características dos vinhos espanhóis. Mas dá para saber que é um vinho simples, e que em nosso mercado, não poderia passar de 40 reais (o que já é uma vantagem para ele). Ainda com relação às degustações às cegas, são boas, mas penso que não devem ser feitas rotineiramente. Eu ficaria muito bravo se um amigo levasse um Petrus embrulhado e só depois de acabarmos com ele, nos dissesse do que se tratava. Poderíamos até ter bebido um grande vinho, mas perderíamos a chance de bebê-lo sabendo e discutindo sua história. Seria até mesmo um desrespeito ao produtor...rs.
      Um grande abraço e seja sempre bem-vindo!
      Flavio

      Excluir