Pois é... Nem só de Malbec vive a Argentina. Longe disso! Dentre tantos, tem Pinot Noir bom lá (ex. Chacra), Cabernet Franc (Angelica), Petit Verdot (Finca La Anita), Bonarda (que não faz muito minha cabeça), Syrah (O. Fournier, Luca e Las Moras) e é claro, Cabernet Sauvignon. Feito com esta última gosto muito do Carmelo Patti, mas tem outros muito bons e que nos levam a buscar alternativas ao Malbec. Este D.V. (Domingo Vicente) Catena Cabernet-Cabernet 2007 é um exemplo disso. O vinho foi ofertado pelo amigo Márcio, quando o visitei em Brasília. Ele é feito com Cabernet Sauvignon oriunda de dois vinhedos distintos. No caso deste Cabernet, um dos vinhedos é em Agrelo, a 940 m de altitude, e o outro, em Gualtallary, a 1470 m. [Alguns alegam que o D.V. pode também se referir aos dois vinhedos, mas parece que é mesmo uma homenagem ao avô de Catena, Sr. Domingo Vicente Catena, cujo nome é mencionado na própria ficha técnica do vinho]. A maturação do vinho é feita em barricas de carvalho francês (80% novas), por longos 24 meses. É um vinho com ótimos aromas de frutas, como cassis e cereja preta, em meio a notas de especiarias, como a canela. Em boca é de uma sedosidade invejável e com uma acidez correta, que lhe aporta frescor. Os taninos são maduros e muito sedosos. Vinho sem exageros. Muito bom, mesmo. A mim, agrada bem mais que o Malbec da linha. E ficou melhor ainda com o ótimo jantar e as companhias agradabilíssimas do Márcio e Susana. Tudo ótimo!
Flavio, post muito interessante.
ResponderExcluirPodemos, a partir dele, refletir sobre algumas coisas. Duas delas destaco: a) sabendo que, em tese, a linha Angelica Zapata é superior à linha DV Catena (salvo os de vinhedo único), como explicar que o CS da Angelica fica muito a desejar. Tanto é verdade que ele é bem mais barato que outros da linhas, como o CF e o Malbec; b) outra coisa, essa ideia de fazer uma "imensidão" de linhas, coisa típica da Catena Zapata e da Concha y Toro, só faz, a meu ver, complicar as coisas. Acho o modelo "europeu" muito mais simples. Veja, por exemplo, o caso de Portugal. Numa vinícola grande como a Herdade do Esporão (comparável às gigantes andinas citadas), temos (nos tintos) um vinho na faixa de 3 euros, o Alandra, um na faixa de 6 euros, o Monte Velho, outro na faixa de 15 euros, o Reserva, e, por fim, um último na faixa de 30 euros, no caso o Private Selection. Algumas, como ocorre inclusive com a Herdade do Esporão, têm um ícone que beira a casa dos 100 euros. Acho três linhas mais que suficiente para atingir vários níveis. A Catena Zapata poderia se resumir ao Alamos, ao DV e ao Catena Alta. Catena comum e Angelica ficam, penso, espremidos entre as outras. Ou será que há grandes mudanças entre um Alamos e um Cateninha? Isso não excluiria, obviamente, os vinhos de fora de linha como o Nicolas, o Malbec Argentino e os DV de vinhedo único. Claro, a Catena Zapata, como gigante da enologia que é, se se vale de tantas sérias, o faz, por certo, porque isso lhe traz grandes vantagens (financeiras, em especial). Apenas acho que isso dificulta a compreensão e atrapalha, desse modo, o consumidor.
Acho que falei demais. kkkkkk
Abs.,
Roberto.
Oi Roberto,
ResponderExcluirA Catena é ainda mais complicada. Na Argentina, os nomes são outros. Por exemplo, lá o Angelica é o nosso Catena Alta aqui (que não existe lá...). Ou pelo menos era assim. Eu acho a linha Alamos bem abaixo da linha normal da Catena. O DV, seria dificil juntar porque é outra proposta, dos dois vinhedos. O que acho é que Angelica e Catena Alta poderiam ser juntos. Mas vai saber a logística do negócio...rs. Por outro lado, a confusão dos nomes DV com aquele DV de vinhedo único, por exemplo, o Adrianna, também é grande. Parece que a partir de 2008 tiraram o DV do nome do Adrianna. Acredito que é o mesmo. Se já padronizassem os nomes (e linhas), nos dois países, já ajudaria.
Abraços,
Flavio
Flavio, é verdade. Eu já tinha ouvido falar disso, sobre a Angelica ser a nossa Catena Alta. Acho o nome Angelica bem melhor, afinal, salvo engano, ela é uma homenagem a mãe do Nicolas Catena, não? Mas como explicar o fato de o Angelica CS ser mais fraco que o DV CS? Seriam os dois vinhedos que foram o último?
ExcluirAcho que, para a linha ter mais coerência, as faixas deveriam ser: Alamos, não custando mais do que 5 dólares, Cateninha, em torno de 10 doláres, DV, entre 15-20, Angelica (seguindo a nomenclatura dos vendidos na Argentina), em torno 25-30, e, em seguida, os vinhos tops, como o Nicolas, o Catena Zapata Malbec Argentino, e os de vinhedo único. Além daquele Estriba Reservada. Nada contra esses vinhos mais caros. Penso que, cada um a seu modo, expressa peculiaridades diversas, tais como: vinhedo único, melhores parcelas, safras excepcionais etc. As linhas, todavia, é que acabam se pulverizando.
Outra coisa é o fato de o vinho básico da Catena Zapata, o Alamos chegar aqui ao Brasil na casa dos R$ 40,00 e o Cateninha já beirar os R$ 90,00. Verdadeiro absurdo cometido pela Mistral, que é pródiga nessas coisas. Consegue, por exemplo, fazer com que vinhos como o Pombal de Vesúvio e o Meandro do Vale Meão, que custam em torno de 15 euros em Portugal: preço similar ao Esporão Reserva e ao Crasto Superior, custem quase o dobro destes últimos aqui no Brasil.
Abs.,
Roberto.
Oi Roberto,
ExcluirEu não tenho muita experiência com o Angelica CS, mas é para ser melhor que o DV (hierarquicamente falando...rs). Realmente os preços estão altos. O Catena normal custava cerca de 50 Reais, o que acho justo. Agora, subiu muito. O caso do Meandro é bem patente também. Ele pode ser encontrado em Portugal até por 12 Euros. Mas é aquele negócio, fazem a velha multiplicação por 10. Eu estou dando preferência para aqueles que multiplicam por um fator menor, como o Esporão Reserva (que também subiu bastante...rs).
Abraços,
Flavio