Desde a primeira edição do Vini Vinci que destaco a participação espanhola, e desta vez, não poderia ser diferente. Começo pela tradicional CVNE (Compañia Vinicola del Norte de España). E não poderia deixar de ressaltar a recepção e atendimento do seu diretor, Sr. José Luis Cornejo, que é de uma fidalguia impressionante.
O Sr. José Luis mostrou os vinhos da CVNE, das três bodegas (Cune, Viña Real e Contino) com muita alegria, contando a história de cada bodega e as características de cada vinho. A começar pelo ótimo Cune Crianza, que segundo ele, é vinho do dia-a-dia do Rei Juan Carlos III (o que mostra que o Rei não tem o Rei na barriga).
Destaca-se, obviamente, o grande Imperial Gran Reserva, o preferido do Rei. O exemplar experimentado, de 1999, estava uma delícia, redondo, cremoso, equilibrado, com notas carameladas, fruta na medida certa, uma delícia! Mas segundo o Sr. José Luis, deve melhorar com o tempo e ganhar as características do 1998, que experimentamos há uns dois anos atrás e estava maravilhoso.
Os vinhos da Viña Real também estavam maravilhosos, com destaque, óbvio, para o complexo e mais moderno Pagos de Viña Real 2004. Finalizamos com os excelentes vinhos de Viñedos del Contino, elaborados com uvas selecionadas de Rioja Alavesa. Seus vinhos são considerados verdadeiros chateau riojanos. O Contino Reserva 2002 estava muito bom, mostrando muita finesse. Enfim, se parássemos alí, a noite já estaria ganha!
Mas a Espanha tinha ainda grandes obras de arte a serem apreciadas. E seguimos pelos Tondonia, que adoro. Pena que o Sr. Lopez de Herédia não estava presente. Mas seus vinhos, estavam em peso e como sempre, maravilhosos. Os brancos, são únicos, particulares e de uma riqueza impressionante. Todos com cores belíssimas, douradas e aromas riquíssimos, com notas de amêndoa, mel, frutas secas, leve oxidado lembrando a Jerez, que delícia! O Gran Reserva 1987 é uma obra de arte, de ficar na memória.
Os tintos, riojanos tradicionais e da melhor estirpe, surpreendem sempre pela sua complexidade e elegância.
O Tondonia Reserva 2000 já mostra a qualidade da vinícola, e o Tondonia Gran Reserva 1987 é de tirar o fôlego.
Continuando a saga espanhola, como não citar os vinhos O.Fournier?
Apresentados pelo seu proprietário, o incansável José Manuel Ortega Fournier, os vinhos deram um show. Desde o mais simples, o Urban Uco (ótimo custo benefício), passando pelo Spiga e Alfa Spiga, todos são de dar água na boca, exemplos de concentração e elegância. Mas o O.Fournier 2004, o top da vinícola, foi destaque absoluto.
Bela surpresa foi a passagem pelo estande da Altavins. Estávamos do lado, meio indecisos quanto a onde ir, até que o simpático produtor,
Joan Arrufi, nos convidou a conhecer seus vinhos da DO Terra Alta, no extremo sul da Catalunha. São vinhos excelentes e de ótimo custo benefício. O branco é uma delicia, feito com garnacha branca. Seu primeiro tinto, o Almodi, uma mescla de Garnacha, Syrah, Cariñena, Merlot e Cabernet Sauvignon, não passa por madeira e mostra ao mesmo tempo frescor e potência. Muito bom mesmo para sua faixa de preço. O Tempus, já maturado por seis meses em madeira, é mais complexo e redondo, e também muito concentrado.
Mas o ápice é o Domus Pensei, uma mescla de Garnacha, Cabernet Sauvignon, Merlot, Cariñena e Syrah, maturado por 12 meses em madeira. Uma delícia de vinho, com notas deliciosas de café, chocolate, balsâmicas e que traz a potência, mineralidade e concentração dos vinhos da Catalunha. Ótima surpresa espanhola!
Surpresa também foram os brancos das Bodegas Naia, de Rueda. O Naia, um branco feito com uvas Verdejo de vinhedos antigos, é muito bom. Mas o Naiades Rueda (à direita na foto), branco feito com uvas Verdejo de vinhedos muito antigos (alguns centenários) e maturado 8 meses em carvalho, é uma delícia! Um branco complexo, sedoso e muito rico.
E para terminar minha incursão sobre a Espanha, tenho que citar os vinhos que apreciei das Viñas del Cénit. Seus vinhos são feitos na região de Tierra del Vino de Zamora, em Castilla y León, bem próximo a região de Toro. O concentrado e elegante Cenit tempranillo (foto), top da vinícola, elaborado com uvas de vinhedos de 60-100 anos de idade, plantados em pé-franco e maturado por 18 meses em carvalho, é uma maravilha! Foi o último vinho que apreciei na noite, já ao apagar das luzes, e comprovou o sucesso constante dos espanhóis no Vini Vinci. Infelizmente, deixei de visitar ainda alguns outros produtores espanhóis, como as Bodegas Mauro, que adoro. Mas fica para o próximo encontro.
Postarei em breve minhas impressões sobre vinhos de outras nacionalidades apreciados neste excelente Vini Vinci 2011...
Grande Flavio,
ResponderExcluirEstou aqui lendo sobre estes espanhóis e quase chorando em ver oque perdi,mas prometo que ano que vem estarei presente!
Abs, JP
Grande JP!
ResponderExcluirImagino que você, fã incondicional dos espanhóis, deva estar mesmo arrependido... E fez falta no evento! Bem, mas logo tem outro e espero que estejamos todos juntos lá!
Abraços, Flavio
Flavio parabéns pela cobertura. Nunca fui a evento da Vinci mas me falaram que esse ano o estande da Lopez Heredia estava lotadaço, até difícil tomar os vinhos deles. Senti falta da Mauro (Espanha) e Camille Giroud (que foi sensação no evento passado, Benito Ferrara(Itália), Moccagatta(Itália), Pintas(Portugal), Bodegas Noemia(Argentina).
ResponderExcluirUm abraço
Grande Eugênio!
ResponderExcluirObrigado! Eu gosto bastante do Vini Vinci. Quem sabe em um próximo não nos vemos lá? O estande da Lopez Heredia estava mesmo bastante concorrido. Deu trabalho para eu apreciar os vinhos e também fazer as fotos. Realmente alguns produtores fizeram falta (como os craques que você citou), mas mesmo assim o evento foi bem legal e tinha uns novos produtores que surpreenderam positivamente.
Grande abraço,
Flavio