Este ano, no Vini Vinci, o time português estava desfalcado de um membro de peso, o enólogo Jorge Seródio Borges, que além de fazer excelentes vinhos, é elegância pura. No entanto, pudemos apreciar excelentes exemplares de outros produtores renomados.
A primeira visita foi ao estande da Caves São João. Seus vinhos são particulares, vivos, com personalidade própria. São vinhos que fogem a modismos, muito gastronômicos e que tem alta capacidade de envelhecimento. Quem tiver paciência, pode comprar agora vinhos excelentes, a bons preços, e guardar para celebrações futuras. Gostei muito do espumante Caves São João Bruto 2009 e também do Dão Porta dos Cavaleiros Branco 2005, que é muito barato pelo que oferece. Dos tintos, tanto aqueles da Bairrada, quanto do Dão, estavam muito bons. O famoso Porta dos Cavaleiros Reserva 1985, no decanter, estava elegante e austero ao mesmo tempo. Notas evoluídas, florais, tabaco e leve couro. Um vinho especial. Bebi este vinho no primeiro encontro Vinci, há 4 anos atrás, e gostei bastante. O Poço do Lobo de 1988 também estava excelente.
No entanto, confesso que gostei muito mesmo foi do Reserva Quinta do Poço do Lobo 2005. Uma delícia de vinho, com ótima fruta, boa concentração e taninos presentes mas já arredondando. Deve envelhecer muito bem. Compra certa! Ali perto do estande das Caves São João, visitamos o estande do alentejano Monte das Ravasqueiras. Excelentes vinhos! Os vinhos, feitos pelo enólogo Rui Reguinga, são típicos alentejanos, mas com modernidade, alguns até apontando para novo mundo (o top, por exemplo). O Calantica, vinho de entrada, não passa por madeira e tem muito frescor. Meu amigo Richard não acreditou que custa apenas U$16.90. Uma pechincha. O mesmo vale para o Fonte de Serrana e o Monte da Ravasqueira tinto. No entanto, o Monte da Ravasqueira Vinha Romãs 2008 estava estupendo.
Vinho feito com Syrah e Touriga nacional (maior parte), Alicante Bouschet e Touriga Franca. Muito estruturado e complexo, de encher a boca. Tem alto potencial de envelhecimento. Subindo mais um pouco, um dos melhores vinhos da noite, o MR Premium 2007. Uma maravilha de vinho! É feito com uvas (60% Alicante Bouschet, 30% Syrah e 10% Petit Verdot) de um vinhedo de apenas 3 hectares. É vinho de mastigar, potente, exuberante, longo, com muita complexidade. Fico imaginando como ficaria decantado e também daqui a alguns anos.
Bem, o último português que visitei foi o estande da Fonseca Guimaraens. Bem, confesso que acho difícil degustar vinhos do porto em grandes eventos. A gente sempre vai no final de festa, depois de ter tomado vários outros vinhos, e todos tem a mesma idéia. Aí, o estande fica lotado e o produtor fica sem tempo de dar atenção devida aos degustadores. Sempre acontece isso. Mas em todo caso, pude apreciar belos portos. Gostei muito do 10 anos (sou fã de portos 10 anos) e do Fonseca Vintage 2000. O Quinta do Panascal Vintage 2005 estava muito novo e com arestas, comprovando que vintages devem ser apreciados depois de bons anos (geralmente 10).
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