segunda-feira, 30 de maio de 2011

Vini Vinci 2011 - Os vinhos sul-americanos estavam demais!

A Vinci tem em seu portifólio excelentes produtores sul-americanos. Um dos primeiros que visitamos no encontro foi a Kaiken, empreendimento na Argentina do grande Aurélio Montes. Todos devem saber, mas Kaiken é o nome dado pelos indios Mapuche a um ganso selvagem que sobrevoa os Andes, fazendo a travessia entre Chile e Argentina, na região da Patagônia. O rótulo, inclusive, mostra um pássaro estilizado, remetendo também aos Andes. Seus vinhos são excelentes e desde as primeiras safras ganharam grandes notas da imprensa especializada. Gosto muito do Kaiken Ultra Malbec, que tem um ótimo custo benefício. Adorei também o Mai, o malbec top da vinícola, feito a partir de uvas de vinhedos velhos. É um vinho denso, concentrado, bem no estilo de mastigar.

Mas a surpresa foi o Kaiken Corte (Malbec, Bonarda e Petit Verdot). Um vinho com ótimo nariz e gostoso em boca, intenso e denso. As frutas da malbec e bonarda são equilibradas pela acidez e austeridade da petit verdot. Uma delícia de excelente custo beneficio. Para comprar de caixa! Para mim, um dos melhores custos beneficios do encontro. Dali, fomos para o estande da O.Founier, onde apreciamos delícias feitas na Argentina e Chile. Da primeira, adoro o B-Crux, um blend que tem complexidade e preço muito bom para o que oferece. O show começa com o A-Crux Malbec, que é uma manifestação sincera de elegância. É vinho fino, redondo, sem exageros, com notas de ameixa e figo deliciosas. Para mim, um dos melhores malbecs argentinos (já comentei sobre ele aqui no blog). O A-Crux Blend (tempranillo, malbec, merlot e syrah) também estava demais, muito elegante. Mas o final nos reservava dois tops: O.Fournier Malbec-Syrah e O.Fournier Syrah. O malbec-syrah é muito bom, denso, com tostado evidente. O O.Fournier Syrah, no entanto, é um espetáculo! Vinho denso, untuoso, cheio de camadas. Entre os melhores da noite.
Alí do lado, no mesmo estande, passamos para os Chilenos, que também foram show. O Centauri Blend (corte de 45% Carignan, 30% Cabernet Sauvignon e 25% Merlot) de O.Fournier é excelente e de ótimo custo beneficio. Tem ganhado belas notas de degustadores.

Dalí, fomos visitar o estande da Terra Andina, que é dos mesmos produtores da Santa Rita e Carmen. Seus vinhos têm ótimo preço e qualidade. A começar pelo Terra Andina Pinot Noir Reserva, que eu adoro. É mais para velho que novo mundo, e tem ótimo preço. Gostei demais também de um corte Syrah-Cabernet Sauvignon e de um corte Malbec-Petit Verdot. São vinhos muito bons, gostosos, e que entram na corrida com o Kaiken Corte pelo titulo de melhor custo beneficio do evento. Bem, o Suyai, top da vinícola, é um belo vinho. Mostra que a vinicola pode partir para vôos mais altos. Mas não acho bom custo benefício.

Eu apreciando um Don
Maximiano...
E para finalizar os Chilenos, paramos no estande da Errazuriz. E o mais fácil é dizer que tudo estava muito bom. Mas não posso deixar de citar o Pinot Noir Wild Fermented 2007, uma delícia, e o The Blend 2006 (corte de 20% Cabernet Franc, 40% Sangiovese, 15% de Carmenère e 25% Petit Verdot). Fico feliz com a volta da Petit Verdot aos cortes chilenos. Esta uva dá complexidade aos vinhos. E este corte tem ainda duas uvas que gosto muito, a Cabernet Franc e a raínha Sangiovese. Uma delícia de vinho! E já que comecei, como não citar os maravilhosos La Cumbre Syrah e o Kai Carmenére? Dois vinhaços! Elegância pura. O La Cumbre é sem dúvida um dos melhores Syrah do Chile. Notas de cacau e geléia de amora, em meio a toques especiados. Vinho potente sem ser enjoativo.
O amigo Richard apreciando um
Don Maximiano
O Kai é um carmenére de primeiríssima! Tudo muito equilibrado e sem o exagero de pimenta. E para mim, o melhor veio ao final, com uma boa taça de Don Maximiano Founder's Reserve 2007. Elegância pura, redondo, sedoso e longo. É fácil entender por que ele sempre se dá bem frente aos Bordeaux em provas às cegas.


Gabriel Pisano - Juventude e
competência na elaboração de
belos vinhos.

E finalizando os sul-americanos, apreciamos os vinhos excelentes da Viña Progreso, de Gabriel Pisano, um jovem uruguaio que segue a tradição da familia em elaborar belos vinhos a bons preços. São vinhos difíceis de serem batidos na relação custo benefício. Todos tem personalidade, vinhos de autor, que carregam a alma do enólogo. São vinhos gastronômicos. Quer se divertir? Junte um grupo de amigos, compre uma caixa mista, e aprecie os vinhos com um belo churrasco.
Eu gostei de todos os exemplares, mas principalmente do Cabernet Franc e do Gran Reserva Old Vin Tannat 2006 (que deve envelhecer muito bem). São vinhos excelentes! Agora entendo por que o Didú Russo gosta tanto deles. Só acho que aquele feito com a Sangiovese, embora saboroso, não carrega muito a tipicidade da casta (da qual sou fã incondicional!).





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