terça-feira, 31 de maio de 2011

Confraria do Ciao: Malartic-Lagravière, Tondonia, Tara-Pakay, Alión, Migliara, Dulcamara, Sastre e Lindaflor

Nesta última reunião da Confraria do Ciao o negócio pegou! A lista de vinhos foi de primeiríssima. Começamos com um Chateau Malartic-Gravelière 2000, de Pessac-Leognan, levado pelo confrade João Paulo. Um belo vinho. Para mim, um dos melhores da noite. O vinho é feito com proporções praticamente idênticas de Cabernet Sauvignon e Merlot (totalizando 90%), 8% Cabernet Franc e 2% Petit Verdot. Nas safras recentes a Cabernet Sauvignon é privilegiada, ao passo que nas anteriores a 2002 era a merlot (como nesse do ano 2000, aliás, um grande ano). Vinho de cor densa, nariz a frutas maduras (amoras e framboesas), tabaco, especiarias (canela) e alcaçuz. Em boca é um vinho amplo, intenso e com taninos já redondos e sedosos. O final é bastante longo. Uma delícia!
Em seguida, um vinho que levei e que foi adorado por todos: Tondonia Reserva 2000. Bem, eu adoro os vinhos de Lopez Herédia, que são a manifestação plena da tradição riojana. Vinhos que não seguem modismos, puros e deliciosos. Este reserva 2000 tinha cor rubi bem bonita, aromas de cereja, romã, leve casca de laranja, chá, tabaco e couro. Redondo na boca, com bela acidez e taninos bem integrados. Foi sucesso absoluto!
O Tom nos brindou com dois belíssimos vinhos, o Lindaflor 2002 (já comentado aqui no blog), que sempre é sucesso, uma delícia de malbec. Entre os melhores malbecs argentinos; e um Tara-Pakay 2007. Este último é um vinho top da Chilena Tarapacá. Corte de Cabernet Sauvignon (67%) e Syrah (33%). Vinho potente, encorpado, rico, intenso, de mastigar. Muito complexo. Notas de amora, mirtilo, café expresso, chocolate com leite, baunilha, defumado, especiarias (canela e noz-moscada)  e leve mentolado. Em boca extremamente amplo, intenso, com tudo no lugar. O final era interminável. Que beleza de vinho! Sem dúvida entre os melhores chilenos. De botar muitos bordeaux debaixo no chinelo. Vale a pena experimentar. A Wine o comercializa.
E voltando aos espanhóis, passamos para Ribeira del Duero, com um grande Alión 2006, levado pelo amigo Marcelo Margarido. Bem, Alión dispensa apresentações. Feito pelas Bodegas Vega Sicilia, mas em estilo mais moderno, este vinho é sucesso entre enófilos. Este 2006 estava muito bom, com notas de figo, chocolate e balsâmicas. Em boca é potente, amplo, e o final é longo. No entanto, acho que está muito novo. É vinho para se beber com 10 anos de idade. Aliás, tive a mesma impressão quando bebi o 2004. E alí do seu lado esquerdo, na foto, o vinho levado pelo Fernandinho, um Viña Sastre Crianza 2002. Este sim estava na hora de beber. Já havia apreciado outras garrafas desta mesma safra, e sempre me alegraram. Esta vinícola, também de Ribeira del Duero, faz vinhos muito bons. Seu vinho de entrada, o Sastre Roble, já é uma delícia. Este Crianza 2002 estava muito bom, com notas de fruta (cereja) envolta em bala toffee. Uma delícia!
Bem, indo agora para a bota, bebemos dois italianos de peso. O primeiro, foi levado pelo amigo Caio, e é um vinho feito pela I Giusti e Zanza, na Toscana. O Dulcamara 2006 tem, no entanto, um corte bordalês, com Cabernet Sauvignon, Merlot e um pouco de Petit Verdot. Ao nariz, notas florais, cassis e baunilha. Em boca tem boa acidez, como um bom italiano, e seus taninos são presentes, mas bem integrados. Um vinho muito gostoso e gastronômico por natureza. Eu acho que também está novo e que, com alguns anos de adega, ficará uma delícia. Em São Carlos pode ser encontrado na Mercearia 3M, do amigo Idinir.
E para finalizar, bebemos um outro italiano, levado pelo amigo Rodrigo. Tratava-se de um Syrah feito por Luigi D'Alessandro na Toscana, o Migliara 2006 (esquerda na foto). É um vinho maravilhoso, que arrebatou nada menos que 98 pontos da WineSpectator. Bebemos este vinho no final do ano passado, e comentei aqui no blog. Mas vale a pena citar novamente. Notas florais, de amora, pouco chocolate (geralmente muito presente nos syrah do novo mundo) e boa mineralidade. Em boca, muita sedosidade e elegância. Uma delícia! De novo, o amigo João Paulo e eu foram os que mais gostaram. Os vinhos Luigi D'Alessandro são comercializados pela Mistral.

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