quarta-feira, 23 de abril de 2014

4 Vinhões no aniversário do André: Beringer Alluvion blanc 2006, Louis Jadot Clos de Vougeot 2003, The Dead Arm 2006 e Solengo 2005!

Dias atrás nosso amigo André fez aniversário e comemoramos com grandes vinhos.
O Akira levou um branco que surpreendeu a todos. O americano Beringer knigths Valley Alluvion Blanc 2006 foi uma grata supresa. Do alto de seus 8 anos deu um show de riqueza. Bem, não existe a uva "Alluvion Blanc". O nome é em homenagem aos solos aluviais de Knights Valley. Na verdade o vinho é um corte de 4 castas: Semillon (47%), Sauvignon Blanc (43%), Chardonnay (8%) e Viognier (2%). A Semillon e Sauvignon Blanc foram fermentadas em barricas francesas, sobre as lias, com battonages duas vezes por mês para agregar aromas e riqueza ao vinho. O vinho foi maturado por 8 meses em barricas francesas (1/3 novas). É um vinho muito aromático, com notas cítricas, florais e muito evidentes de nectarina, melão principe (aquele laranja... é isso?) e pêra. Tudo isso com um fundo equilibrado de mel e baunilha. Pode parecer exagero, mas era mesmo um vinho muito rico. Em boca era cremoso, repetia o nariz e mesmo com seus 8 anos mostrava boa acidez, que equilibrava o dulçor sugerido pelo olfato. O vinho me impressionou pela sua riqueza de aromas e paladar. Gostei muito! Ótima surpresa! Parece que o Akira comprou na Expand.
Dalí, partimos para o vinho levado pelo aniversariante, um Louis Jadot Clos de Vougeot 2003! Aqui o negócio pega, claro. O vinho se mostrava um pouco fechado ao ser aberto (como pode isso? rs). Mas com o tempo, foi se mostrando. Ao nariz mostrava notas de fruta madura, com destaque para o cassis, cereja preta, alcaçuz e chocolate. Aliás, este último se destacava. Em boca, era amplo, maduro, com o cassis e chocolate mais uma vez dando o tom. O final era longo e prazeiroso. Foi melhorando a cada minuto na taça. Apressados beberão cru. É um vinho que pede tempo em taça ou decanter. Outra coisa: Deve ser bebido em temperatura adequada (como todos os vinhos aliás...). É que este é mais sensível neste aspecto. Não o sirva em temperaturas mais altas. Um belo vinho, claro. Se posso fazer uma pequena ressalva, diria que ele poderia ser menos maduro e ter menos chocolate. Mas isso é questão de gosto, não tem nada a ver com a (grande) qualidade do vinho. É que eu prefiro os borgonhas mais frescos, terrosos e especiados (como o Mazis-Chambertin Dominique Laurent também levado pelo André tempos atrás).
Depois desse vinhão, o Carlão apresentou um vinho embrulhado que denunciava ser feito com a Shiraz e origem australiana. O Carlão tentou ainda me confundir colocando outro na taça, também australiano, mas de categoria bem inferior. Quase me confundiu...rs. Bem, em determinada hora lhe perguntei: Seria um The Dead Arm? Ele então parou com a brincadeira e mostrou o rótulo: The Dead Arm 2006, top da australiana d'Arenberg. No começo o vinho estava fechado, mas com o tempo começou a mostrar aromas de ameixas e cassis, em meio a notas animais, cacau e especiarias (incluindo aquele apimentado típico). Em boca, era mais seco que a maioria dos Shiraz australianos e com um toque de madeira. Tinha menos extração e era mais fresco. Vi relatos de algumas pessoas que o beberam mais jovem mencionando ser um vinho bem concentrado. Eu não achei. Será que o tempo lhe fez bem? O final era longo e especiado. Um ótimo vinho! Me agradou muito, principalmente pelo lado mais seco, com fruta domada, sem exageros, e especiarias. É um vinho que eu quero repetir. Uma curiosidade sobre o seu nome. "Dead Arm" é uma doença causada na videira por um fungo, que acaba matando parte da planta (um "braço", ou arm, em inglês). No entanto, a parte que sobrevive (o outro "braço") produz frutos intensos e de muita qualidade. O vinho The Dead Arm é feito apenas com uvas de plantas afetadas com a doença. Veja aqui um filme explicando isso, no site da vinícola.
Bem, e eu levei um que já apareceu várias vezes aqui e nem preciso gastar linhas com ele: Solengo 2005, da vinícola toscana Argiano. Este dispensa comentários e fez sucesso com o pessoal.
O Risotto de Frutos do Mar feito pelo Chef Bart não é brincadeira..
E esta Rã com Ervas e Nozes então? 



6 comentários:

  1. Caro Flavio. Bom vê-lo falar sobre o Vougeot de Lois Jadot. Como já te disse, tenho um 2009 aguardando lentamente para ser aberto. kkk

    Acabo de retornar de viagem. Trouxe coisas muito boas. Os preços lá são foda. Vou só te dar um exemplo: Quinta do Vallado Adelaide por 70 euros. Dentre todos que trouxe, acho que a estrela da companhia, embora não seja o mais caro, o icônico Bussaco 2001 Vinha da Mata. Trata-se de uma série especial, feito com uvas do vinhedo ao lado do Palácio (hospedei-me nele. Lindíssimo. Excelente comida. Enfim, algo que todo amante do bom vinho deve fazer uma vez na vida, se possível). Para se ter uma ideia, na década passada só foram feitos Vinha da Mata em dois anos: 2001 e 2010. Bati inúmeras garrafeiras em Portugal, e - salvo o 2010 na Nacional - não se encontra esse vinho fora do Palácio. Tomei lá um 2005, estava fabuloso. Muito melhor que o 2004 - já excelente - que tomei ano passado. Ah, o Bussaco branco é demais também. O melhor vinho branco que já tomei (embora tenha muito pouca rodagem nos brancos). Foi um da safra 2001, que, apesar de seus quase treze anos, ainda estava um menino, teria outros tantos pela frente. Aquelas notas oxidadas, que você tanto fala nos tondonias, nele são encontradas. Uma delícia. Com calma, e por e-mail, mando a relação dos comprados e bebidos, mas, nestes, apenas para te deixar com um pouco de inveja, digo que tomei: Castillo Ygay 1995, Poeira 2004, Vale de Ancho 2003, Tondonia Reserva tinto 1997, Mouro Rótulo Dourado 2000 e tantos outros. Em Lisboa, há uma garrafeira imperdível: seja nos preços - o dono, além de tudo, negocia descontos, seja em vinhos antigos, há garrafas e garrafas de grandes portugas envelhecidos lá, como o citado Mouro Rótulo Dourado e um Quinta do Carmo Garrafeira 1985. Trata-se da Garrafeira Estado D´Alma. Eles têm site. Dê uma olhada.

    Abraço forte do amigo,

    Roberto.

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    1. Amigo Roberto,
      Acredito que este seu Vougeot 2009 deva estar uma beleza. Acho que você não resistirá e o abrirá logo...rs.
      Que bela viagem você fez, hein? Quando eu for a Portugal também quero ficar pelo menos um dia no Bussaco. E este Vinha da Mata? Uma raridade!!! Já tem uma data especial para abatê-lo? Eu estou com um Bussaco branco aguardando o saca-rolhas aqui...rs. Se for na linha do Tondonia, será alegria pura...rs. Quanto aos vinhos que você bebeu, é claro que a inveja brotou aqui..rsrs. Qeu beleza, hein? Tenho muita curiosidade para conhecer o Mouro Rótulo Dourado. Vou dar uma olhada na Garrafeira que você indica. Pelo jeito, só preciosidades lá, hein? Valeu a dica!
      Grande abraço!
      Flavio

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    2. Vou tentar segurar o Vougeot de Jadot por um bom tempo, Flávio. Tarefa difícil, mas hei de cumprir. Aliás, comprei, nesta viagem, um outro Clos Vougeot, de Jack Confuron Contetidot, safra 2010. Quanto ao Vinha da Mata, acho que dedicarei a ele longos anos de adega, até porque tenho outros dois bussacos tintos, um 2004 e outro 2006. O Mouro Rótulo Dourado é sensacional, e olhe que, embora fosse um 2000, ainda tinha muita lenha para queimar. Que achas do Vallado Adelaide, comprei dois: um 2007 e outro 2011. O preço, na mencionada garrafeira, estava muito convidativo, 70 euros (o pessoal lá fez um grande desconto, pois o preço era de 89 euros).

      Abs.,

      Roberto.

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    3. Que é isso, Roberto??? Dois Vallados Adelaide, de duas safras históricas??? Mas é o Porto ou o de mesa? Ambos são raridades...rs. Mas se pagou 70 Euros no de mesa, foi uma belíssima compra.
      Abraços,
      Flavio

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    4. Sim, Flavio. Foi o vinho de mesa. Comprei o 2011, e vendo que o preço estava ótimo, voltei para comprar o 2007. No mesmo lugar, comprei Meão 2011 por 55 euros, Robustus 2008 por 60 e Charme 2011 por 50. Além de um Pintas 2008 por 55. O Pintas, depois do anúncio da WS explodiu de preço em Portugal, isso não só com o 2011 mas com todos os outros. Batem, fácil, a casa dos 90 euros. Outro que explodiu foi Mouchão Tonel 3-4.

      Abs.,

      Roberto.

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    5. Que compraça você fez, Roberto! Nos EUA o Adelaide está perto de 250 doletas! Eu fiz uma ótima compra do Pintas 2011 aqui no Brasil. Pelo que você diz, paguei até menos que seu preço na fonte...rs. Que beleza! Pena que o Mouchão 3-4 explodiu de preço. Perdi a chance de comprar uns aqui no Brasil por um preção.
      Abraços,
      Flavio

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