sábado, 26 de abril de 2014

Eventos de vinho: Em quais costumo ir, em qual não vou, e como procuro me comportar neles


O que tem de eventos de vinhos nessa época não é brincadeira. Eu não resisti e resolvi comentar um pouquinho sobre eles.

Em quais costumo ir?

Encontro Mistral - Frequento desde o primeiro, no início dos anos 2000. Por que? Não precisa muita justificativa. O evento é charmoso, muito bem organizado e tem um time fantástico de produtores. No próximo dia 5 de maio estarei lá.

Vini Vinci - Também vou desde o primeiro, que aconteceu no Tívoli, em São Paulo. Segue a mesma linha da Mistral (claro). E por que vou? Tem Lopez de Heredia... Preciso dizer algo mais?

Decanter Wine Show - Também vou desde os primeiros. Cresceu muito nos últimos anos. É muito bem organizado e tem vinhos que fogem da mesmice. Gosto muito.

World Wine Experience - Fui em dois, e gostei. Por que vou? Porque os italianos e franceses dão o show.

Top Italian Wines Roadshow - Gambero Rosso - Evento elegante, no qual se aprecia o melhor da Itália. Show!

Encontro de Vinhos - Vou sempre no de Ribeirão Preto, por ser perto. O evento é pequeno, legal, sem miguelagem de vinho e sempre tem coisas novas. 


E em qual não vou?

Expovinis - Acho que é o único que tenho restrições. O motivo é simples: A muvuca! É muita gente, se acotovelando para pegar uma taça, como se fosse a última de sua vida (dizem que este ano foi diferente... Que bom!). Acho que é o evento que tem mais gente que não sabe como se comportar adequadamente em degustações. Quando fui, anos atrás, senti falta de cuspideiras nos estandes, e quando havia, eram rodeadas de gente que não se tocava e ficava empatando na frente delas. O resultado era fatal: Ou bebia mais do que queria ou fugia de muitos estandes. Além disso, era difícil conversar com os produtores. Bem, a feira é para negócios e obviamente, muitos produtores, ou seus representantes, querem mesmo é arranjar importadores aqui no Brasil. Com toda a razão. E para finalizar, aquela fila monstro de gente esperando um táxi na saída. Não dá. Bem, mas essa é uma opinião pessoal. Tem muita gente que gosta e elogia o evento, que é claro, tem muito vinho bom (Brunello Capanna, por exemplo). 


Fonte da foto (clique aqui)
E como procuro me comportar em um evento desta natureza?

Sempre vejo a lista de produtores com antecedência, estudo sobre eles e faço uma lista de prioridades (que não é encabeçada pelos mais caros, e sim, pelas novidades).

Forro o estômago antes, para que o efeito do álcool seja atenuado.

Usar perfume? Nunca! O que tem de gente perfumada em degustação não tá no gibi. Isso atrapalha muito o olfato, principalmente dos outros.

Vou e volto de táxi! O que vejo de cara chegando de carro, e saindo torto, é brincadeira... Lamentável.

Procuro chegar bem no início, quando o evento ainda está vazio. Assim, tenho mais tranquilidade para visitar os estandes.

Cumprimento os produtores! Por incrível que pareça, tem gente que chega, nem olha para a cara deles (absurdo total!) e já vai apontando para o vinho mais caro (outro absurdo).

Converso com os produtores e ouço deles sobre seus vinhos, que são fruto de sua paixão. É uma oportunidade única que muita gente deixa escapar. Mas atenção: Não devemos monopolizá-los! Tem mais gente querendo conversar com eles.

Experimento dos mais simples aos mais complexos (e caros). Sigo a sugestão do produtor, que obviamente, quer que eu conheça toda a sua obra. Se o portifólio é grande, é simples: Eu descarto (cuspo a grande maioria). Não é deselegante "cuspir" o vinho. Deselegante é ficar bêbado ou querer beber só os mais caros. Além disso, "pulando" os mais simples perde-se a chance de conhecer bons vinhos para o dia a dia e também as características do produtor. Quando vejo um cara chegando no estande e apontando para os vinhos mais caros, e insistindo nele mesmo depois do produtor sugerir gentilmente que experimente também os mais simples, fico envergonhado por ele. Outra coisa: Agradecer o produtor ao final é questão de educação. Tem gente que bebe e vira as costas sem a menor consideração. É muito feio isso.

Após descartar um vinho na "cuspideira" eu saio de perto dela para que outros possam também utilizá-la. Tem gente que fica em volta e empata o seu uso.

Não fico desesperado querendo beber todos os vinhos do evento. Minha diversão é conhecer novos vinhos, apreciá-los e conversar com o produtor. 

Bebo muita água durante o evento.

Vou esporadicamente ao banheiro para tirar o "roxão" dos dentes e dar um ajuste no visual, claro...rs.

Não fico atrás de celebridades. Há pessoas que ao verem um artista grudam no pé dele e não o deixam apreciar o evento. Tem hora prá tudo.

E para finalizar: Procuro fazer do evento um momento de aprendizado, e principalmente, de diversão, sem neuras, e com muita moderação. Assim, saio feliz dele e com vontade de voltar no ano seguinte.


6 comentários:

  1. Flávio,

    Perfeito, suas dicas deveriam vir impressas nos convites. O que tem de gente mal educada nesses eventos...

    Abraços,

    Alexandre/df

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    1. Obrigado, Alexandre!

      Sua idéia é ótima! Se colocassem umas dicas nos convites talvez melhorassem um pouco o comportamento do pessoal. E como você disse, não é pouca gente. Imagino o que devem pensar os produtores... Devem ficar horrorizados.

      Abraços,

      Flavio

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  2. Interessante seu poster e esclarecedor tb, muita gente não sabe se comportar, se me permite vou replicar seu comentário no meu facebook e ver se mais pessoas podem ler com atenção e aprender um pouco... grande abraço meu ídolo...

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    1. Caríssimo Hélio!
      Fique à vontade para divulgar, meu amigo. Realmente muita gente não sabe se comportar. Acho que alguns se empolgam com tantos vinhos e acabam passando da conta. E aí, o negócio pega...rs.
      Grande abraço,
      Flavio

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  3. É meio triste reconhecer que, se aplicadas, essas dicas transformaram o evento.

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    1. Caríssimo Guilherme!
      Muito obrigado pela visita e comentário.
      Espero que transformem para melhor...rs.
      Seja sempre bem-vindo!
      Abraços,
      Flavio

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