Caros leitores: Nessas últimas semanas descansei um pouco, pensei, pensei, e voltei. Muitos amigos pediram a volta, e recentemente, uma noite da confraria na casa de nosso amigo Paulo Flaquer, me fez tomar a decisão final. A noite foi decisiva. O Paulinho nos recebeu em sua casa com tanto carinho e fidalguia, que me impulsionou a retomar o blog. A comida estava ótima. Além dos petiscos e queijos oferecidos pelo Paulinho, o Caião e o Tom foram os responsáveis pelos (excelentes) assados.
Bem, e cada um levou um vinhão, claro. Começo por onde? Acho que pelo vinho do anfitrião. E não era um vinho, era "o vinho": Incógnito 2008, top da vinícola portuguesa Cortes de Cima. O nome do vinho vem daquela história já batida, do tempo em que a Syrah não era permitida no Alentejo. Em 1991, a vinícola foi a primeira a plantar a uva, e colocou o nome Incógnito no primeiro vinho engarrafado em 1998 para não revelar o nome da casta (embora todo mundo provavelmente soubesse). O vinho passa apenas 6 meses em barricas de carvalho francês, e a madeira não sobrepuja a fruta. Ao nariz mostra notas de amoras silvestres, cacau, charuto e alcaçuz. Em boca, mostra frescor, intensidade e taninos corretíssimos. Possui grande clareza e nada de excesso de extração. Um vinho excelente! Para ser apreciado em todas as safras. Aliás, ele só é produzido nas grandes. Valeu, Paulinho!
Em seguida, o vinho levado pelo JP, que também pegou pesado: Flaccianello 2009! Este não tem muito o que falar. Só lembrando que o 2006 foi o vinho que escolhi como o que mais me agradou no ano passado. Este 2009 não ficava atrás. Um grande Sangiovese, com aromas de cereja preta, cassis, tostado, alcaçuz e notas minerais. Em boca, era explosivo, intenso, carnudo, com taninos finos e final interminável. Um gole mais generoso e ele mostrava seu lado explosivo na boca. Um grande vinho da Fontodi. Não que precise, mas só para citar, ele foi (de novo) top 100 da WS, com 96 pontinhos. Mas não é isso que o faz um vinhaço. Grande vinho, JP!
O Caião também exagerou. Levou um La Cumbre 2007, Syrazão de primeiríssima da Errazuriz. Outro vinho de primeira grandeza. Fermentado com leveduras da própria uva e maturado por 18 meses em barricas novas de carvalho francês. Ao nariz mostra aromas de amoras, cereja preta, alcaçuz, chocolate amargo e um apimentadinho gostoso no fundo. Com o tempo, notas de tabaco foram surgindo, dando charme ao conjunto. Em boca, era denso, untuoso, repleto de sabores e com boa mineralidade. Um vinhaço! Sem dúvida um dos melhores Syrah chilenos que apreciei. Vinho de ponta! Isso aí, Caião!
E vamos em frente... Passo para o que eu levei, depois de decantar por 10 horas: Brunello di Montalcino La Colombina 2007. Este vinho ficou em primeiro lugar em um painel de Brunellos da revista Decanter, com 95 pontos. E estava muito bom! Sangiovese em seu esplendor. Notas de cereja preta, chá, alcaçuz, tabaco e couro. Em boca, incrivelmente sedoso para um Brunello de 2007, mas não deixando de mostrar excelente acidez e taninos... de Brunello! O tempo em decanter lhe fez muito bem, claro. Mas mesmo assim, surpreendeu. Esperava algo mais pegado. Quando abri, obviamente, tirei um pouquinho para experimentar. E estava nervoso. Mas o tempo de decantação mostrou o quanto é importante isso para um Brunello. Vinhão!
O Tonzinho levou um Campo Viejo Gran Reserva 2005, Rioja da jovem vinícola fundada em 2001. O vinho passa dois anos em barricas e 3 em garrafa antes de sair ao mercado. Tem aromas de cereja, alcaçuz e tabaco. Com o tempo, foram aparecendo aromas de couro, que foram cada vez mais se destacando e até mesmo sobrepujando os demais. É para beber pouco tempo depois de aberto. Em boca possuía corpo leve para médio e taninos levemente arenosos. Um vinho muito bom, mas que, como mencionei, não tem como amiga a aeração.
O Rodrigo, levou um replay, o sedoso Perdriel del Centenário 2007, corte de Malbec, Cabernet Sauvignon e Merlot, da Norton. Assim, não gastarei mais linhas com ele, e remeto à postagem antiga (acima). Vale citar sua sedosidade e boa evolução.
O Joãozinho levou um de uma linha que gosto muito, que é a Single Vineyard da Trapiche. No caso, era um Trapiche Viña Jorge Miralles 2008. Vinho com aromas de figo e ameixa, em meio a um tostadinho gostoso e toffee. Em boca, mostrava boa acidez e muita sedosidade, característica da linha. Um ótimo Malbec. Dos melhores e mais confiáveis da Argentina. Certeza de agradar.
E para finalizar, o Paulinho trouxe uma "baciada", quero dizer, um recipiente belíssimo, em forma de taça, repleto de pães de mel, maravilhosos, acompanhados de um Porto Ferreira LBV 2008, escuro, intenso, com notas de mirtilo e chocolate amargo. Delicioso! Que beleza! Foi difícil não repetir várias taças acompanhadas dos deliciosos pães de mel. Combinação perfeita.
Obrigado Paulinho! A noite foi memorável e responsável pela volta do Vinhobão!
Bem, e cada um levou um vinhão, claro. Começo por onde? Acho que pelo vinho do anfitrião. E não era um vinho, era "o vinho": Incógnito 2008, top da vinícola portuguesa Cortes de Cima. O nome do vinho vem daquela história já batida, do tempo em que a Syrah não era permitida no Alentejo. Em 1991, a vinícola foi a primeira a plantar a uva, e colocou o nome Incógnito no primeiro vinho engarrafado em 1998 para não revelar o nome da casta (embora todo mundo provavelmente soubesse). O vinho passa apenas 6 meses em barricas de carvalho francês, e a madeira não sobrepuja a fruta. Ao nariz mostra notas de amoras silvestres, cacau, charuto e alcaçuz. Em boca, mostra frescor, intensidade e taninos corretíssimos. Possui grande clareza e nada de excesso de extração. Um vinho excelente! Para ser apreciado em todas as safras. Aliás, ele só é produzido nas grandes. Valeu, Paulinho!
Em seguida, o vinho levado pelo JP, que também pegou pesado: Flaccianello 2009! Este não tem muito o que falar. Só lembrando que o 2006 foi o vinho que escolhi como o que mais me agradou no ano passado. Este 2009 não ficava atrás. Um grande Sangiovese, com aromas de cereja preta, cassis, tostado, alcaçuz e notas minerais. Em boca, era explosivo, intenso, carnudo, com taninos finos e final interminável. Um gole mais generoso e ele mostrava seu lado explosivo na boca. Um grande vinho da Fontodi. Não que precise, mas só para citar, ele foi (de novo) top 100 da WS, com 96 pontinhos. Mas não é isso que o faz um vinhaço. Grande vinho, JP!
O Caião também exagerou. Levou um La Cumbre 2007, Syrazão de primeiríssima da Errazuriz. Outro vinho de primeira grandeza. Fermentado com leveduras da própria uva e maturado por 18 meses em barricas novas de carvalho francês. Ao nariz mostra aromas de amoras, cereja preta, alcaçuz, chocolate amargo e um apimentadinho gostoso no fundo. Com o tempo, notas de tabaco foram surgindo, dando charme ao conjunto. Em boca, era denso, untuoso, repleto de sabores e com boa mineralidade. Um vinhaço! Sem dúvida um dos melhores Syrah chilenos que apreciei. Vinho de ponta! Isso aí, Caião!
E vamos em frente... Passo para o que eu levei, depois de decantar por 10 horas: Brunello di Montalcino La Colombina 2007. Este vinho ficou em primeiro lugar em um painel de Brunellos da revista Decanter, com 95 pontos. E estava muito bom! Sangiovese em seu esplendor. Notas de cereja preta, chá, alcaçuz, tabaco e couro. Em boca, incrivelmente sedoso para um Brunello de 2007, mas não deixando de mostrar excelente acidez e taninos... de Brunello! O tempo em decanter lhe fez muito bem, claro. Mas mesmo assim, surpreendeu. Esperava algo mais pegado. Quando abri, obviamente, tirei um pouquinho para experimentar. E estava nervoso. Mas o tempo de decantação mostrou o quanto é importante isso para um Brunello. Vinhão!
O Tonzinho levou um Campo Viejo Gran Reserva 2005, Rioja da jovem vinícola fundada em 2001. O vinho passa dois anos em barricas e 3 em garrafa antes de sair ao mercado. Tem aromas de cereja, alcaçuz e tabaco. Com o tempo, foram aparecendo aromas de couro, que foram cada vez mais se destacando e até mesmo sobrepujando os demais. É para beber pouco tempo depois de aberto. Em boca possuía corpo leve para médio e taninos levemente arenosos. Um vinho muito bom, mas que, como mencionei, não tem como amiga a aeração.
O Rodrigo, levou um replay, o sedoso Perdriel del Centenário 2007, corte de Malbec, Cabernet Sauvignon e Merlot, da Norton. Assim, não gastarei mais linhas com ele, e remeto à postagem antiga (acima). Vale citar sua sedosidade e boa evolução.
O Joãozinho levou um de uma linha que gosto muito, que é a Single Vineyard da Trapiche. No caso, era um Trapiche Viña Jorge Miralles 2008. Vinho com aromas de figo e ameixa, em meio a um tostadinho gostoso e toffee. Em boca, mostrava boa acidez e muita sedosidade, característica da linha. Um ótimo Malbec. Dos melhores e mais confiáveis da Argentina. Certeza de agradar.
E para finalizar, o Paulinho trouxe uma "baciada", quero dizer, um recipiente belíssimo, em forma de taça, repleto de pães de mel, maravilhosos, acompanhados de um Porto Ferreira LBV 2008, escuro, intenso, com notas de mirtilo e chocolate amargo. Delicioso! Que beleza! Foi difícil não repetir várias taças acompanhadas dos deliciosos pães de mel. Combinação perfeita.
Obrigado Paulinho! A noite foi memorável e responsável pela volta do Vinhobão!
Grande Flavio!
ResponderExcluirA volta de quem, efetivamente, não foi, Não Podia. Saudações pelo retorno!
Rapaz, esses grandes syrahs chilenos estão demais (já faturei Pangea e Kankana).
Bom saber desse Trapiche que tenho um exemplar por aqui.
E fiquei curioso nesse Perdriel. Vale mais ele ou o Norton Privada(o)?
Abraço!
Grande Alexandre!
ExcluirQue bom ter a fiel visita do amigo aqui! Obrigado! Realmente, acabei nem indo...rs.
Quanto aos Syrahs chilenos, estão mesmo cada vez melhores. Pena que também, mais caros. Mas ainda há alguns com bom preço.
O Trapiche sem dúvida te agradará. É um vinho muito acertado.
O Perdriel é bem legal. Potente, mas sedoso. Acho que os últimos estão menos pesados. Não vejo muita distância entre o Privada e ele. Aliás, gosto bastante do Privada(o) (rs).Acho que ambos têm bom preço pelo que oferecem.
Abraços,
Flavio
Salve! Que bom que voltou!
ResponderExcluirBons caldos.
Marcelo
Caríssimo Marcelo!
ExcluirFico muito feliz que tenha gostado da volta! Obrigado! Tenho várias postagens já na agulha para sair. Espero que goste.
Abraços,
Flavio
Blz Flavio
ResponderExcluirQue bom que retornou..não podemos perder seu expertise!!!
Seja bem vindo!!!
Eu humildemente continuou com o meu blog..e alguns dos vinhaços que menciona neste post vão estar lá em breve
Abs
Orlando
Obrigado Orlando! Sempre bom ter sua visita e comentários aqui. Estou de olho no seu blog.
ExcluirAbração!
Flavio
Flavio, meu caro, muito bom saber de sua volta.
ResponderExcluirVolta com tudo, frise-se. Belíssimos vinhos. Tenho um Incógnito 2008, já estou babando aqui. Dos brunellos que tomastes, em que lugar colocas o acima?
Abs.,
Roberto.
Caríssimo Roberto!
ExcluirPois é... Não aguentei e voltei! E como você disse, com belos vinhos. O Incógnito estava uma beleza. Aliás, o pessoal da Cortes de Cima me disse, no encontro da Adega Alentejana, que foi um dos melhores que produziram.
Quanto ao Brunello, acho difícil fazer um ranking. Mas ele fica muito bem colocado e no mesmo degrau de Costanti, Argiano etc. Eu tenho alguns Brunellos que nunca sairam de minha lembrança, como o Biondi Santi Riserva 1997 e os Siro Pacenti que bebi anos atrás. Estes me deixaram cicatrizes.... boas, claro...rsrs. Fique de olho no Capanna. É um grande Brunello.
Abraços,
Flavio
Flavio, coisa boa saber essa informação da Cortes de Cima. Já tomei - duas vezes - o reserva 2004. Belíssimo vinho. Ele é paralelo ao Incógnito, já que segue a linha dos blends, enquanto o segundo as dos varietais syrahs.
ExcluirTenho também alguns brunellos, incluindo um Biondi Santi 2007 (comprado por - acredite - 60 euros em Montalcino), mas acho que a joia que tenho são as duas garrafas do La Cerbaiola di Salvioni, ambas da safra 2006, compradas aqui em Recife quase pelo preço da Europa (em torno de 120 euros). Já tivestes a oportunidade de prová-lo?
Abs.,
Roberto.
Oi Roberto,
ExcluirOutro vinho que experimentei da Cortes de Cima que estava muito bom é o Trincadeira 2011. Uma delícia!
Eu ainda não bebi os Brunellos La Cerbaiola. Mas já ouvi falar muito bem deles. Depois que beber me diz o que achou deles. Mas pelo jeito, você vai esperar mais uns aninhos, não?
Abraços,
Flavio
Flavio, realmente, pretendo guardar um pouco. Acho que, pelo menos um, só abrirei daqui a 7-10 anos.
ExcluirViajarei segunda-feira para Portugal e Espanha. Irei a Ribera del Duero. Trarei boas coisas: Arzuaga, Aalto, Vega Sicilia e alguns riojas, como o Tondonia, e uns prioratos também.
Vou, na medida do possível, relatando as coisas aqui.
Abs., meu caro.
Opa! Grandes espanhóis e portugueses por vir!!! Que maravilha! Sempre que der, relate aqui o que achou deles.
ExcluirAbraços e boa viagem, Roberto!
Flavio, meu caro, estou pesquisando para as compras e vi que os Reserva Especial 97, 01 e 03 estao por, praticamente, o mesmo preco. Em sua opinao, qual deles eu deveria comprar?
ExcluirAbs.,
Roberto.
Oi Roberto,
ExcluirReserva Especial Ferreirinha? Bem, eu não bebi o 2001, mas entre o 97 e 0 2003 ficaria com o primeiro. Para mim, foi o melhor que bebi.Como o pessoal diz: Ë um Barca disfarçado. Mas vai depender muito de como está acondicionado.
Grande abraço,
Flavio
Flávio,
ResponderExcluirQue ótima notícia!
Espero que a vontade de escrever não vá embora!
Grande abraço,
Alexandre (DF - de Natal)
Caro Alexandre!
ExcluirDe Natal? Que ótimo! Aproveite aí!
Pode deixar que a vontade de escrever está firme! Inclusive, já tem postagem na agulha. Vou liberar várias estes dias.
Grande abraço!
Flavio
Volta em grande estilo, ainda bem que não demoraste, estava desolado com seu hiato, gostaria apenas de compartilhar que o Le Cupele 2008 comprado na promoção da mistral é soberbo, quanto aos vinhos postados uma pergunta, esse la cumbre ou o loma larga? Obrigado por voltar, AVE Flávio, Ave vinho bão é bão... grande abraço!
ResponderExcluirGrande Hélio!
ExcluirObrigado, meu amigo! Acho que agora não haverá hiatos.
Bom saber da qualidade do Le Cupele 08! Pena que não peguei. Aliás, consegui pegar pouca coisa desta vez (apesar de ter ligado lá as 9h00 da manhã do dia de inicio da promoção).
Então, quanto à sua pergunta, se La Cumbre ou Loma Larga, não posso dizer nada, pois ainda não bebi o segundo. Mas eu acho que o La Cumbre deve sair na frente. É um Syrah dos grandes.
Grande abraço!
Flavio
Fiquei curioso, porque o Loma Larga já tive oportunidade de beber algumas garrafas e confesso ser pra mim o melhor Syrah que bebi do Chile e por ser uma uva que gosto bastante fiz essa pergunta a vc, pois pelo que estão cobrando no La Cumbre e no Graves da Concha y toro, são vinhos que não beberei, me recuso a pagar esses valores em vinhos do novo mundo, grande abraço e obrigado.
ResponderExcluirOi Helio,
ExcluirVocê tem toda razão em relação ao preço do La Cumbre. É muito alto. Eu também só bebo quando um amigo generoso oferta ou quando compro fora do Brasil (aqui no Sul, pois no hemisfério norte invisto minha grana em vinho europeu). Com o valor pago pelo La Cumbre e cia aqui no Brasil já dá para partir para vinhos do Rhone. Se for comprar Syrah chileno por aqui, fico também com aqueles de melhor preço (e tem muitos).
Abraços,
Flavio
Grande amigo,
ResponderExcluirBom saber que estás de volta com os comentários mais que apreciados, como um bom vinho. Estarei mais presente por aqui.
Abração,
Marcio
Grande amigo Márcio!
ExcluirVoltei! E espero que o amigo esteja sempre por aqui! Tá vindo muita postagem por aí... Espero que goste.
Abração,
Flavio
Flavio, comprei um La Cumbre 2011 aqui no Panamá por 56 dólares. Mas o danado vale cada centavo. É bão demais!!!
ResponderExcluirAbraço,
Marcelo
Caríssimo Marcelo!
ExcluirConcordo plenamente com você! Ele é bão demais! E o bom é que você consegue compra-lo aí a um preço bem mais palatável que o encontramos aqui no Brasil, onde ele custa bem mais...
Abraços,
Flavio