segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Casa Ferreirinha Reserva Especial 2007, Gê de Emiliana 2005 e outros vinhões!

Reunião cabeluda da turma... Obviamente, tenho que começar pelo maioral da noite, que foi um Casa Ferreirinha Reserva Especial 2007, levado pelo confrade Rodrigo. Ele pegou pesado. E nós agradecemos...rs. Não sei por que na grande safra de 2007 não foi lançado o Barca-Velha (2008 sim). Mas lançaram a 16a Edição do Reserva Especial. Luis Sottomayor, o enólogo atualmente responsável pelo vinho, disse que, se por um lado estava triste por não anunciar um Barca-Velha, estava certo de ter lançado um dos melhores Reserva Especial de sempre. E tenho que concordar com ele. Que vinho! Um dos melhores que bebi este ano, sem dúvida alguma! Queria tomar uma garrafa dele sozinho, começando ao meio-dia e terminando sei lá quando. O vinho está uma maravilha! Aromas finíssimos, com notas de amoras, chocolate amargo, caixa de charuto, florais etc. Em boca, um monstro! Não pela concentração, como a maioria dos vinhos do novo mundo, mas pela finesse, frescor, mineralidade, elegância e tantas outras qualidades. O final de boca é interminável e a gente fica com a lembrança do danado na mente. Tá certo que o preço subiu absurdamente (principalmente aqui no Brasil), que está custando 4 vezes o que custava há não muito tempo atrás, etc, etc. Mas tenho que falar do vinho, que está um espetáculo!
O Tonzinho também caprichou, levando um Gê de Emiliana 2005. Vinho biodinâmico, feito sob a batuta de Álvaro Espinoza. Foi uma ótima surpresa este vinho. Não por que os Emiliana não são bons, mas por que a elegância do danado era de dar inveja a muitos vinhões por aí. É feito com Syrah, Cabernet Sauvignon , Merlot e Carmenére. Ao nariz, nada daqueles exageros de pimentão etc. Mostrava notas de figo e frutas em compota, em meio a chocolate, tostado e notas minerais (grafite). Em boca mostrava intensidade, mas elegância, frescor e sedosidade. O vinho tem ótima persistência e um final achocolatado e mineral. Vinhão! Não dá sinal dos tempos. Teria ainda bons anos de adega. Mas está ótimo para ser bebido agora. Ainda não havia bebido, e fiquei impressionado com a grande qualidade. 
Ao lado do Gê, na foto, um que levei e que já pintou aqui no blog: Quinta do Carmo 2012. Assim, nem vou gastar muitas linhas. Estava muito bom, com notas de kirsch, tabaco e balsâmicas. Vinho que sempre agrada! 
O Paolão também pegou pesado, levando um Pago de Carraovejas Crianza 2008. Ele já nos brindou algumas vezes com o 2007 e também este 2008. Que bom... Aliás, que ótimo! O vinho é excelente! Este 2008 estava muito elegante, sedoso, e com aquelas especiarias deliciosas típicas do vinho. O lado especiado é destaque neste vinho, e me agradam muito. Uma delícia!
O Caião levou um português com pedigree: Pó de Poeira 2010! O irmão "menor" do grande Poeira mostrou a qualidade da casa. E mantém uma característica muito bem-vinda do produtor: Frescor! O vinho mostra notas de ameixa e cereja ao nariz, em meio a notas minerais. Em boca, destaca-se pelo ótimo frescor e mineralidade, que fazem com que a gente sempre peça mais uma taça. Vinho complexo, agradável, alegre. Gostei muito. 

Ao lado do Pó de Poeira, na foto, um ótimo Salanques 2006, da Celler Mas Doix, do Priorato. Foi levado pelo Joãozinho. Este também já apreciamos e se o leitor quiser saber mais detalhes, clique aqui. Mas só para confirmar: Ótimo vinho! 
O Thiago levou um português de responsa: Quinta da Lagoalva de Cima Grande Escolha Alfrocheiro 2009. Vixe, que nomão! E o vinho é bão!
É um vinho especial da Quinta, só feito em anos considerados excepcionais. Passa 10-12 meses maturando em barricas novas e de primeiro ano de carvalhos francês. Ao nariz mostra fruta madura, , chocolate amargo, notas vegetais, tostadas e de tabaco. A madeira aparece, mas é bem integrada. Em boca, repete o nariz, mostra boa intensidade e final longo, especiado e levemente achocolatado. Um ótimo representante da casta.

E para finalizar, o vinho levado pelo JP: Chateau de Haute-Serre 2006. O vinho é um Malbec de Cahors, de George Vigouroux. Parece que não é 100% Malbec, e que tem umas pitadas de Merlot e Tannat. Geralmente os Malbecs de Cahors diferem dos argentinos por possuirem certa rusticidade, que eu aprecio. Isso quebra um pouco o famoso dulçor dos vinhos feitos com esta casta. Este Haute-Serre tem uma pitadinha desta rusticidade, embora não tão evidente. É um vinho equilibrado e tem um toque exótico interessante, tanto ao nariz quanto em boca. Ao nariz mostra notas de geléia de mirtilo e ameixas, em meio a chocolate amargo e especiarias. Em boca mostra notas especiadas e achocolatadas. Eu gostei dele! A turma torceu um pouco o nariz, talvez por aquele toque exótico... Mas acho que não foram justos com o danado.
Isso aí! Noite de reinado do Ferreirinha, mas com outros ótimos vinhos!



2 comentários:

  1. Até hoje nunca provei um só vinho da Casa Ferreirinha que tenha me decepcionado. Já é um ícone português. O resto da seleção de vocês, dispensa comentários! Os encontros do meu grupo de degustação na ABS-RJ também me trazem boas surpresas. Bora documentar tudo! Adorei!

    http://vila-vinifera.com

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    1. Oi Sabrina!

      Obrigado pela visita e comentário! Concordo com você. É difícil um Ferreirinha decepcionar. Os danados são incríveis. Esse RE 2007, em particular, me lembrou a qualidade de seu irmão de 1997, que estava também uma beleza.
      A propósito, muito legal o seu site! Visitarei com frequência.

      Abraços,

      Flavio

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