Ontem era a volta dos queridos irmãos Little John e Rodrigo, e fomos ao Barone beber uns vinhões. O Rodrigo levou o melhor da noite: Pesquera Reserva 2011. É o vinho mais novo do produtor que eu bebi, e estava uma beleza! No começo, muita fruta em meio a especiarias, como cravo e canela, e notas tostadas. Foi mudando durante a noite, e as notas de cereja preta foram se mesclando a alcaçuz, tostado, tabaco e couro. Em boca era amplo, boa acidez e taninos já redondos para a juventude. Um ótimo Pesquera, como era esperado. Sem chances para os demais.
Dois brancos fizeram um duelo interessante, mas vencido por um Louis Jadot Pouilly-Fuissé 2014 levado pelo Little John. Notas de maçã verde, cítricas e minerais. Em boca, acidez vibrante, notas cítricas e ótima mineralidade. O final de boca é mineral e com leves notas vegetais. Muito bom!
O outro branco foi levado pelo JP: Lindaflor Chardonnay 2013. Já comentei aqui sobre ele (levado inclusive pelo próprio JP). Este exemplar tinha notas de pêra e abacaxi, com um fundo de mel e anis. Em boca, tinha entrada doce, que se estendia ao final. A comparação com o Jadot deixou clara a carência de frescor. Pelo menos para mim, ele mostrou um caráter um pouco enjoativo, aquele do tipo "uma taça tá bom". Estranho, por que este exemplar me pareceu diferente da outra garrafa que bebemos, que inclusive, às cegas, o pessoal pensou se tratar de um Pouilly-Fuissé. Três hipóteses: 1. Esta garrafa estava diferente da primeira (isso acontece...); 2. A comparação com o Jadot, mais seco, ressaltou o lado mais doce do Lindaflor e 3. As duas coisas aconteceram. Vai saber...
Eu levei um Perescuma N.1 Reserva 2007, alentejano que já pintou aqui no blog (clique aqui). Assim, não precisa de muitos comentários. Vinho macio, redondo, sedoso, com notas de ameixas e muita especiaria. O engraçado foi que o JP matou a garrafa e no dia seguinte se juntou ao Caião para meter a lenha no vinho...rs. Ou seja, descobri o principal problema deste Perescuma: Prejudica a memória!!!
E por falar em Caião, o cara levou o vinho que provavelmente lhe conferirá no ano o troféu Canguru Amarelo. Acho que ele fez o seguinte: Comprou uma geléia de amoras, misturou com um vinho reservado, jogou uma colher de açúcar, uma de baunilha sintética e bateu no liquidificador. Depois, deixou por uma hora no quintal da casa dele, sob o calor que tem feito esses dias, e decidiu levar prá gente! Sacanagens a parte, o fato é que o vinho era muito extraído, com muita fruta compotada, geléia, e não agradou. Era um Penfolds Koonunga Hill Shiraz-Cabernet 2013. Bem, nunca tive boa experiência com este vinho. Como a gigante Penfolds produz uma gama enorme de vinhos, muitos deles grandes e caros (Bin 707, RWT, St. Henri e Grange), outros muito bons e que não eram tão caros (Bin 128 e Bin 389), ela pode se dar ao luxo de produzir uns vinhos docinhos para agradar os paladares novomundistas geleófilos. É o caso deste Koonunga. Troféu para o Caião!!! Dificilmente alguém o supera este ano.
O Thiagão levou um Beronia Reserva 2010. Bem, Beronia nunca decepciona, pelo bom preço e qualidade. E este manteve a linha. Ao nariz notas de cereja preta, madura, em meio a tostado, tabaco e alcaçuz. Em boca, boa acidez, taninos redondos e final tostado e especiado. Apesar de ficar um pouquinho atrás de seu irmão de 2011, é outro Beronia Reserva de muito boa qualidade.
Minha sequência: Pesquera, Louis Jadot, Beronia, Perescuma, Lindaflor e tcham, tcham, tcham, tcham?
Isso aí!
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