domingo, 9 de outubro de 2016

O niver do Paul foi show: Galatrona 2007, Quinta Nova Referência GR 2008, Xisto 2011, Abadia Retuerta Selección Especial 2010, Font de La Figuera 2008, Leo D'Honor 2008 e Quinta do Crasto LBV 2011!

Na semana passada fomos ao Chez Marcel celebrar o aniversário de nosso amigo Paulinho, o Rei dos Portugueses! E no niver do Paul, o negócio pegou! Não teve um único vinho que tenha deixado arestas, que não tenha sido elogiado. Era todos de excelentes prá cima. Prá cima por que tinha uns cachorrões grandes. A começar pelo vinho levado pelo Paulinho: Galatrona 2007! Este é um monstro de Merlot. Não naquele sentido de vinho concentradão, extraído, novo mundo. É um monstro pela estrutura e intensidade. Já postei aqui duas vezes sobre o 2004. Este 2007, ainda não havia tido o (grande) prazer de beber. Para vocês terem uma idéia, tem só 98 pontinhos da Wine Spectator, onde é mencionado que ele lembra o Petrus 1989. Aliás, comparam o Galatrona também ao Le Pin. Comparações à parte, o vinho é realmente grande. Aromas finos de amoras, florais, azeitona preta, pimenta do reino e tostado. Em boca, acidez perfeita e mineralidade. Os taninos são finos e o final interminável, com notas de cacau, tosta e especiarias. Uau! Nada de superextração e exageros. Tudo equilibrado. Vinho de elegância ímpar. E longevo. Deve aguenta décadas em adega, com prazer garantido aos apreciadores pacientes. Vinhaço, aço, aço! Coloque no decanter, encha uma taça e vá apreciando a evolução. Esse não deu prá fazer isso. Mas seria o ideal. Valeu, Paul!
Nota 1: Este vinho é importado pela Cellar, que pratica um preço justo pelo que ele é vendido lá fora. Podemos encontrar no mercado muitos vinhos sulamericanos pelo mesmo preço e até mais caros. Aliás, isso está ficando bem comum. Mas para qualquer um deles, bater um Galatrona, é tarefa duríssima! 
Nota 2: As videiras de Merlot foram plantadas pela Petrolo em 1990. Na época, a uva era usada apenas para compor o vinho Torrione, que tem como base a Sangiovese. No entanto, Denis Durantou, proprietário do Chateau L'Eglise-Clinet, em Pomerol, e amigo do dono da Petrolo, Luca Sanjust, sugeriu que o solo onde as videiras estavam plantadas era perfeito para a Merlot. Deu no que deu...
Foto do vinhedo Galatrona - Extraída de www.vinous.com
E em homenagem ao Paul, que ama vinhos portugueses, eu levei o vinho top da Quinta Nova Nossa Senhora do Carmo: Quinta Nova Referência Grande Reserva 2008. A Quinta, infelizmente pouco badalada no Brasil, é tradicional, possuindo mais de 250 anos de história. Eles possuem também uma bela estrutura para turismo. Dei uma olhada no site e fiquei babando. Vejam a foto da paisagem:
Eu quero visitar! Bem, mas vamos ao vinho. Eu já bebi alguns vinhos do produtor. O primeiro, foi um Reserva ofertado pelo JP, que estava ótimo. Outro, foi um Touriga Nacional muito mineral, levado pelo Caio, excelente! 
Este Referência, é a representação da excelência da vinícola. Fica ainda acima do Grande Reserva. O vinho é feito com 75% Tinta Roriz e 25% de vinhas velhas. Matura 20 meses em barricas de 300 litros de carvalho francês das florestas de Centre, Nevers e Jura. Os enólogos são Jorge Alves e Sônia Pereira. Ao nariz é muito rico, com notas de mirtilo e amoras, em meio a cacau, grafite e especiarias, como pimenta do reino e cravo. Em boca, denso, untuoso, mas ao mesmo tempo, fresco e mineral. O final era longo, especiado e com notas de cacau. Uma beleza de duriense! O lado mineral e especiado me cativaram. É um vinho para longa guarda. Este 2008 teria ainda muitos e muitos anos pela frente. Vou guardar o 2009 que tenho mais uns aninhos. Tanto um, quanto o outro, têm 18/20 pontos da Revista de Vinhos. Quem não conhece os vinhos da Quinta, experimente, pois vale a pena. Acho que são importados pela Magnum, e geralmente os via na loja virtual Boutique do Vinho
Seguindo com outro grande duriense, um Xisto 2011 levado pelo Rodrigo. É a segunda vez que eles nos brinda com esta preciosidade. O vinho é uma parceria da família portuguesa Roquette, com a francesa Cazes. Os enólogos são o francês Daniel Llose (Chateau Linch-Bages) e Manuel Lobo (Quinta do Crasto). É feito com Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz, adicionadas de vinhas velhas. A maturação é feita por 20 meses em barricas novas de carvalho francês. Mostra um nariz rico, com notas florais, de framboesa e amoras, em meio a especiarias e toques amadeirados na medida. Em boca, repete o nariz, é untuoso e possui taninos sedosos. A fruta é ainda bem presente e o vinho mostra-se jovem, carente de alguns anos para atingir sua melhor fase. No entanto, já é grande agora e dá enorme prazer. Uma horinha de decanter é recomendado. Quem tiver um desses, pode esquecer na adega, sem medo. Vinhão!
Vamos seguir com os vinhões, por que, como podem ver pela foto, ainda tem mais. 
O Tonzinho levou um Leo D'Honor 2008, da Casa Ermelinda de Freitas. É um 100% Castelão, feito com uvas de vinhas de mais de 60 anos de idade. Passa 18 meses em barricas novas de carvalho francês. É bem diferente de seu irmão Mimosa, da mesma vinícola. Tem mais frescor! Sua cor é mais clara e brilhante que do irmão menor. Tem aromas de amora e cassis, em meio a cravo e cedro. Em boca mostra frescor, mineralidade, taninos finos e final longo e especiado. Um Castelão distinto, com muita clareza, sem exageros e muito fresco. Gostei muito! Fui à Casa Deliza e comprei uma garrafa para beber com mais calma. 
Passemos agora para dois espanhóis. O primeiro deles, levado pelo JP, já foi apresentado aqui blog (clique aqui). Era um Abadia Retuerta Selección Especial 2010. O vinho é querido de nossa confraria, e este, em particular, foi também da WS, que lhe conferiu 92 pontos e o colocou como #50 na lista dos top 100 de 2014. É feito majoritariamente com Tempranillo, com pitadas de Cabernet Sauvignon e Syrah. Tem aromas de cereja preta, chocolate amargo e alcaçuz, em meio a notas amadeiradas. Em boca é muito sedoso e intenso, com final longo e especiado. Uma delícia de vinho, já atingindo um ponto ótimo para ser apreciado.
O Thiago levou um ótimo Font de la Figuera Priorat 2008, super segundo vinho do Clos Figueres. É obra de René Barbier e Christopher Cannan, e produzido com Grenache (majoritária), Carignan, Syrah, Cabernet Sauvignon e Mourvedre. A maturação ocorre em cascos de carvalho usados, de 300 e 500 litros. Sua cor é brilhante, rubi, e os aromas de frutas silvestres e balsâmicos, em um fundo mineral. Em boca, repete o nariz e mostra ótimo frescor e mineralidade. O final é longo e com um toque de café. Outro belo exemplar da noite! 
E para finalizar, o Paulinho ofertou um belo Porto: Quinta do Crasto LBV 2011. Vinho de ótimo produtor e safra histórica. Aromas florais, de cereja e framboesa, em meio a notas achocolatadas. Em boca, muito macio e com final longo e rico em especiarias. Uma delícia de porto, já pronto para ser apreciado, mas que deve recompensar quem tiver paciência e guardá-lo um pouco. Perfeito para sobremesas com chocolate.
Isso aí, Paul! Bela celebração! Uma grande seleção de vinhos!




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